Perguntas Frequentes
O que é Sangue de Cordão Umbilical?
São células jovens que apresentam a capacidade de auto-renovação (geram células filhas idênticas em forma e função a si próprias) e de originar todas as células do sangue.Além disso, as recentes pesquisas mostram a possibilidade da Célula-Tronco regenerar outros órgãos e tecidos não pertencentes ao sistema sangüíneo.
Qual é o uso potencial das Células-Tronco?
De onde podem ser obtidas as Células-Tronco?
O que são células-tronco embrionárias?
São células encontradas no interior de embriões recém-fecundados, ou seja, dentro de uma estrutura denominada blastocisto, formada até 5 dias após o encontro do espermatozóide com o óvulo. A pesquisa destas células deve-se ao fato teórico de que possuem a potencialidade de formar praticamente todos os tecidos do corpo (multipotente). A lei de biossegurança aprovada no dia 2 de março de 2005 pelo Congresso Nacional, ainda aguardando sanção da Presidência da República, permite a pesquisa em células-tronco oriundas de fonte humana.Em virtude da complicada situação para sua obtenção, quando comparada à das células adultas (sangue de cordão umbilical, medula-óssea e sangue periférico), a lei de biossegurança, recém-aprovada, traz no seu Artigo 5º as regras para obtenção dos embriões humanos, a seguir transcritas:
“Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica no crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.”
Fonte: Congresso Nacional Folha de São Paulo
Em que momento o Sangue do Cordão Umbilical é coletado?
Como o Sangue de Cordão Umbilical é coletado?
Qual a quantidade coletada de Sangue de Cordão Umbilical?
Quem irá coletar o Sangue de Cordão Umbilical?
Há riscos na coleta do Sangue de Cordão Umbilical?
O hospital necessita disponibilizar materiais para a coleta?
O tipo de parto, via vaginal ou cesariana, influencia na coleta?
O Sangue de Cordão Umbilical pode coagular?
Que motivos têm os pais para coletar e estocar o Sangue de Cordão Umbilical?
1.Desde 1988, já foram realizados mais de 14.000 transplantes de sangue de cordão umbilical, tratando mais de 80 doenças.2. Vários tecidos já foram obtidos através da cultura programada de Células-Tronco, tais como: hepático, cardíaco, neuronal, ósseo e muscular. Com isso, o Sangue de Cordão Umbilical poderá vir a ser a fonte inesgotável de recursos biológicos na área de engenharia de tecidos.
3. É a única garantia de compatibilidade completa com o seu filho e potencial terapêutico para todos membros de sua família.
4. O sangue de cordão umbilical apresenta disponibilidade imediata. Enquanto outras fontes requer mobilização do doador potencial e procedimento médico cirúrgico invasivo.
5. O sangue de cordão umbilical criopreservado fica protegido dos efeitos ambientais nocivos.
6. As células do cordão umbilical são jovens e biologicamente tolerantes, isso leva a diminuição dos efeitos colaterais e o aumento da possibilidade de transplante entre pessoas parcialmente compatíveis.
7. A coleta não oferece risco ao bebê e a mãe.
8. O custo do transplante utilizando sangue de cordão umbilical é sensivelmente inferior ao processo que engloba o tratamento e a procura de um doador compatível.
9. Enquanto o câncer na fase pediátrica raramente utiliza transplante autólogo, entre pacientes adultos esse tipo de transplante é muito mais comum. Portanto, a utilização do sangue de cordão umbilical para o próprio indivíduo ficará cada vez mais comum conforme as crianças desta geração tornam-se adultas. (National Cancer Institute).
10 Avanços na área genética permitirão ampliar o uso do sangue de cordão umbilical para doenças de origem genética.
11. A expansão celular, prevista para os próximos 5 anos, permitirá o tratamento em pacientes com peso superior a 40 kg.
12. Para famílias com predisposição de doenças imunológicas e oncológicas. 13. Minorias étnicas apresentam mais dificuldade de encontrar um doador compatível.
Como o Sangue de Cordão Umbilical de nosso filho é processado e estocado?
As células do cordão umbilical são destruídas com o congelamento extremo?
Quais testes são realizados no Sangue de Cordão Umbilical?
Gostaria de saber em quantas bolsas o sangue de cordão umbilical do meu filho é estocado?
A RDC 56 determina que o Sangue do Cordão umbilical seja armazenado em:1. Uma unidade/bolsa principal contendo a maior quantidade de células mononucleares coletadas (células-tronco);
2. Uma unidade secundária ou alíquota contendo amostra de células mononucleares;
3. Uma unidade secundária ou alíquota contendo soro ou plasma do sangue de cordão ou da mãe. Por uma questão comercial, alguns Bancos de Sangue de Cordão Umbilical de cunho privado divulgam que o sangue coletado será estocado em múltiplas amostras, fazendo crer que esta atitude poderá trazer uma grande vantagem quanto a possibilidade de realizar múltiplos tratamentos.
Fazemos três considerações que deixam claro a postura científica e ética do nosso setor técnico:
1. O fracionamento do Sangue do Cordão Umbilical é uma determinação da lei (RDC 56). Ou seja, o fracionamento em múltiplas doses não deve ser usado como vantagem comercial exclusiva de um Banco de Sangue em detrimento do outro.
2. Na prática clínica, baseado nos principais artigos médicos da área de transplante, a dose ideal para um transplante seguro é de pelo menos 20 milhões de células mononucleares por quilo do paciente (20.000.000 células / Kg). Daí a necessidade de um grande número de células, e o uso fracionado do Sangue do Cordão Umbilical não é um procedimento seguro.
3. Num futuro próximo, quando estiver disponível a expansão celular “in vitro”, será possível utilizar uma fração para aumentar o número de células mononucleares. Cabe ressaltar, entretanto, que a dose adicional obtida pela expansão terá finalidade de complementar a dose original dentro de um único tratamento.
Bibliografia 1. Gluckman, Eliane; Rocha, Vanderson; et al. Outcome of cord-blood transplantation from related and unrelated donors. N Engl J Med 337(6), 373-381, 1997.<
2. RDC 56, publicada no Diário Oficial da União em 14 de Junho de 2004. Disponível no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Qual o volume ideal de sangue de cordão umbilical deve ser congelado?
Para responder de forma coerente a esta pergunta, devemos conhecer um pouco sobre o DMSO, abreviatura do composto químico dimetilsulfóxido. O DMSO, um produto derivado da fabricação de papel, é um composto polar higroscópico desenvolvido originalmente como um solvente para produtos químicos como inseticidas, fungicidas e herbicidas. O DMSO puro é um líquido incolor, virtualmente inodoro (gravidade específica 1.108, peso molecular 78.13 g/mol), embora os graus industriais possam apresentar um forte odor sulfúrico1.A meia-vida sérica de DMSO corresponde a aproximadamente 20 horas, embora a da dimetilsulfona, um metabólito excretado pela via renal, corresponda a 72 horas. Uma pequena proporção de DMSO é reduzida para dimetilsulfeto, que é expirado pelos pulmões por aproximadamente 24 horas após a administração, justificando o odor característico resultante da infusão de DMSO. A concentração ideal de DMSO para a proteção ao congelamento das células-tronco do sangue de cordão umbilical parece ser de aproximadamente 10%2, embora concentrações baixas como 5% e 3,5% tenham sido usadas com sucesso para transplante clínico3,4. As toxicidades relacionadas à Infusão parecem estar relacionadas à quantidade de DMSO infundido5,6. A dose máxima tolerada de DMSO para humanos não é conhecida.
Um relatório recente citou dois casos de GRAVE ACOMETIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL após a infusão de grandes volumes de células-tronco criopreservadas com DMSO. Por este motivo, o volume de DMSO infundido deve ser limitado. Por isso, os melhores centros de estocagem de sangue de cordão umbilical processam de forma a reduzir o grande volume coletado para no máximo 30 ml, dividido em 3 unidades diferentes.
A estocagem em unidades contendo grandes volumes somente é aceitável quando o laboratório não dispõe de uma técnica atualizada ou padronizada de concentração celular.
Bibliografia
1. Willhite CC, Katz PI. Dimethyl sulfoxide, J Appl Toxicol 1984;4:155-60.
2. Carpenter JF, Crowe JH. The mechanism of cryoprotection of proteins by solutes. Cryobiology 1988;25:24455.
3. Rowley SD, Feng Z, Chen L, et al. A randomized phase III clinical trial of autologous blood stem cell transplantation comparing cryopreservation using dimethylsulfoxide: versus dimethylsulfoxide with hydroxyethylstarch. Bone Marrow Transplant 2003;31:1043-51.
4. Halle P, Tournilhac O, Knopinska-Posluszny W, et al. Uncontrolled-rate freezing and storage at -80 C, with only 3.5-percent DMSO in cryoprotective solution for 109 autologous peripheral blood progenitor cell transplantations. Transfusion 2001;41:667-73.
5. Smith DM, Weisenberger DD, Bierman P. et al. Acute renal failure associated with autologous bone marrow transplantation. Bone Marrow Transplant 1987;2:195-201.
6. Dhodapkar M, Goldberg SL. Tefferi A, Gertz MA. Reversible encephalopathy after cryopreserved peripheral blood stem cell infusion. Am J Hematol 1994;45:187-8.
Quem estocará o Sangue de Cordão Umbilical de nosso filho?
Quanto tempo o Sangue de Cordão Umbilical pode ficar estocado a -150ºC?
O sangue de cordão umbilical deve ser estocado “mergulhado” em nitrogênio líquido?
Muitos laboratórios acreditam que o armazenamento em nitrogênio líquido é mais seguro devido à maior quantidade de nitrogênio presente. Entretanto, o nitrogênio líquido serve como reservatório para vírus, como foi dramaticamente ilustrado pela transmissão de infecção por hepatite B a pelo menos três pacientes cujas células foram imersas no mesmo recipiente (tanque) de nitrogênio líquido usado para um caso índice (bolsa de um doador/paciente portador do vírus da hepatite B).
Laboratórios que utilizam a imersão de componentes em nitrogênio líquido devem ter procedimentos para evitar esta contaminação cruzada. Bolsas de armazenamento que possuam sangue na parte externa em especial não devem ser armazenadas na fase líquida de nitrogênio.
No sentido de assegurar que o componente estocado não sofra uma contaminação cruzada, o Grupo Criogênesis adotou tanques de última geração que permite a estocagem em tecnologia vapor, da empresa norte-americana MVE, prestigiada no mundo científico por assegurar uma temperatura de estocagem estável e adequada.
Bibliografia Tedder RS, Zuckerman MA, Goldstone AH, et al. Hepatitis B transmission from contaminated cryopreservation tank. Lancet 1995;346:137-40 (importante relato sobre a transmissão de agentes infecciosos entre unidades armazenadas em nitrogênio líquido, publicada na prestigiosa revista médica Lancet).
Por quanto tempo o sangue de cordão umbilical pode ficar estocado?
Essa questão é fundamental.Segundo a experiência do Prof. Dr. Hal Broxmeier, descrita em duas publicações médicas, o sangue de cordão umbilical continua viável após 15 anos de estocagem à temperatura inferior a -140°C.
Recentemente, a mesma equipe observou que as células do sangue de cordão umbilical continuam viáveis após 21 anos de estocagem. Embora esta observação ainda não tenha sido publicada em artigo, está claramente descrita na última edição de um dos melhores livros da área, “Thomas´ Hematopoietic Cell Transplantation”. No momento, o maior obstáculo da Ciência é determinar se o sangue estocado a longo prazo, mesmo estando viável, apresenta boa potência biológica para transplante. Segundo uma comunicação pessoal do Dr. Rubinstein, o sangue de cordão umbilical mais velho utilizado com sucesso num transplante tinha 12 anos de estocagem.
Bibliografia
1. Broxmeier HE, Srour EF, Hangoc G, Cooper S, Anderson JA, Bodine D. High efficiency recovery of hematopoietic progenitor cells with extensive proliferative and ex-vivo expansion activity and of hematopoietic stem cells with NOD/SCID mouse repopulation ability from human cord blood stored frozen for 15 years. Proc Natl Acad Sci USA 2003;100:645-50.
2. Broxmeier HE, Cooper S. High efficiency recovery of immature haematopoietic progenitor cells with extensive proliferative capacity from human cord blood cryopreserved for 10 years. Clin Exp Immunol 1997;107 (Suppl 1):45-53.
Como sei que meu cordão continua viável durante a estocagem?
Em janeiro de 2003, na fundação do Banco de Cordão Umbilical Criogênesis, coletamos e criopreservamos centenas de amostras de sangue de cordão umbilical que foram estocadas no mesmo ambiente físico (temperatura, umidade e pressão atmosférica) que são estocadas as amostras de nossos clientes.Semestralmente, 10 amostras são descongeladas e avaliadas quanto a viabilidade pelo método de coloração trypan blue. Esse método consiste no princípio de que as células vivas não interagem com o corante trypan blue e, portanto; não se apresentam coradas de azul durante inspeção microscópica. Assim, contamos o número de células que captam o corante azul (trypan blue) em relação às células viáveis e expedimos o resultado em porcentagem.
A literatura médica internacional determina que estejam viáveis, no mínimo, oitenta células para cada cem células avaliadas (viabilidade > 80%). Isso permite deduzir que os produtos de nossos clientes que estão estocados nas mesmas condições físicas, apresentam a mesma viabilidade.
É necessário ressaltar que, em caso de necessidade de utilização clínica de um sangue de cordão umbilical, faz-se necessário fazer o teste de viabilidade na própria amostra do cliente antes da liberação. Os resultados de controle da viabilidade de nossa instituição ficam disponíveis na área de clientes.
Como o Sangue de Cordão Umbilical deve ser enviado à CRIOGÊNESIS?
Qual o período de tempo máximo entre a coleta e o processamento?
Como deve ser feito o transporte do sangue de cordão congelado?
O transporte de longa distância de Sangue do Cordão Umbilical congelado ou criopreservado deve ser realizado em “tanques de nitrogênio a seco” 1-3. Estes tanques especiais contém um material especial nas paredes que absorve o nitrogênio líquido e elimina o risco de vazamento de nitrogênio se a embalagem for derrubada ou manuseada.Esse sistema de estocagem a vapor facilita a inserção de bolsas e, por conter muitos litros de nitrogênio absorvidos, são capazes de manter temperaturas criogênicas (abaixo de -150 °C) por vários dias (frequentemente de 10 a 14 dias).
A maioria dos centros de transplante não dispõe deste tipo de transporte, portanto os centros habilitados para estocagem de sangue de cordão umbilical deve apresentar seu tanque de transporte a seco aos clientes/pacientes.
As agências internacionais de transporte autorizam somente esse sistema para o transporte criogênico de produtos biológicos 4. Tanque de transporte a seco MVE(EUA) – Criogênesis
Bibliografia
1. Janssen WE, Lee C. Shipping of freshly harvested bone marrow. In: Areman E. Deeg HJ, Sacher RA. eds. Bone marrow and stem cell processing: A manual of current techniques. Philadelphia: FA Davis,1992:445-8.
2. Lane TA, Plunkett MJ, Buenviaje J, et al. Effect of overnight transport on cord blood quality (abstract). Cytotherapy 2001;3:546.
3. Goodear A, Zhou S, Lam-Po-Tang R, et al. Lack of damage to cord blood cell content and viability during prolonged transport (abstract). Cytotherapy 2001;3:548.
4. IATA (international air transport agency).
Em situações de mudança para o exterior é possível levar o cordão umbilical conosco?
Não. A portaria 2381 do Ministério da Saúde, que regulamenta a rede nacional de sangue de cordão umbilical e placentário para transplantes de células-tronco hematopoiéticas (Brasilcord), e dá outras providências, determina no seu artigo 7: “Artigo 7° Regulamentar o ingresso e saída de SCUP (sangue de cordão umbilical e placentário) do território nacional e as relações com a rede de BSCUP (banco de sangue de cordão umbilical e placentário) internacionais.§ 1° Determinar que, a partir da data de publicação desta Portaria, seja vedado o envio de – Sangue de cordão umbilical e placentário para o exterior, com o objetivo de armazenamento de CTH(células-tronco hematopoéticas)/SCUP em bancos públicos ou privados instalados fora do território nacional.
§ 2° A entrada ou a saída de precursores hematopoéticos, provenientes de medula-óssea, ou de sangue periférico ou de sangue de cordão umbilical e placentário, terá obrigatoriamente de se dar em conformidade com as normas estabelecidas pelo Sistema Nacional de Transplante – SNT.” Desta forma, a entrada e saída só será permitido em caso de necessidade clínica de um transplante sob normas estabelecidas pelo Sistema Nacional de Transplante.
Leia a portaria em: //dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2004/GM/GM-2381.htm
Quais as doenças potencialmente tratadas com a infusão de Células-Tronco?
• Leucemias Agudas• Leucemias Crônicas
• Anemia Aplástica Grave
• Síndrome Mieloproliferativa
• Linfomas Hodgkin e não-Hodgkin
• Síndrome Mielodisplásica
• Mieloma Múltiplo
• Doenças Auto-imunes
O Sangue de Cordão Umbilical do seu filho assegura a disponibilidade imediata das Células-Tronco caso ele venha a necessitar. Do contrário, ou há um irmão compatível ou uma busca incansável será necessária para encontrar células-tronco compatíveis.
Quais são as futuras propostas para o uso do Sangue de Cordão Umbilical?
A célula-tronco embrionária tem sido utilizada para o tratamento de doenças?
Comentário:Desde o início das discussões sobre a lei de biossegurança, a Criogênesis tem participado no sentido de esclarecer o público quanto à real situação das pesquisas na área de células-tronco, seja embrionária ou adulta. Da mesma forma que a filosofia adotada pelo Instituto Nacional de Saúde do Governo dos Estados Unidos (NIH), claramente evidenciada no texto extraído da página oficial da entidade (abaixo transcrito), a Criogênesis deposita enorme confiança e investimento no potencial real e futuro das células provindas da fase adulta (sangue de cordão umbilical, medula óssea e sangue periférico). Em relação à fase embrionária, aguardamos aprovação para que a nossa entidade também possa participar das pesquisas e trazer algum resultado nas próximas décadas.
“Scientists have been able to do experiments with human embryonic stem cells (hESC) only since 1998, when a group led by Dr. James Thompson at the University of Wisconsin developed a technique to isolate and grow the cells. Moreover, Federal funds to support hESC research have been available since only August 9, 2001, when President Bush announced his decision on Federal funding for hESC research.
Because many academic researchers rely on Federal funds to support their laboratories, they are just beginning to learn how to grow and use the cells. Thus, although hESC are thought to offer potential cures and therapies for many devastating diseases, research using them is still in its early stages. Adult stem cells, such as blood-forming stem cells in bone marrow (called hematopoietic stem cells, or HSCs), are currently the only type of stem cell commonly used to treat human diseases.
Doctors have been transferring HSCs in bone marrow transplants for over 40 years. More advanced techniques of collecting, or “harvesting,” HSCs are now used in order to treat leukemia, lymphoma and several inherited blood disorders.
The clinical potential of adult stem cells has also been demonstrated in the treatment of other human diseases that include diabetes and advanced kidney cancer. However, these newer uses have involved studies with a very limited number of patients.” (partes do texto foram negritadas sob responsabilidade exclusiva da Criogênesis).
Fonte: //stemcells.nih.gov/info/health.asp
Já houve algum transplante de Célula-Tronco do Sangue de Cordão Umbilical?
É necessária a realização do teste de compatibilidade?
O sangue de cordão umbilical coletado no Sistema Privado possui a finalidade de ser utilizado no próprio bebê. Nesse caso a chance de compatibilidade é de 100%. No caso de possível utilização em irmãos, oriundos dos mesmos progenitores, a chance de compatibilidade entre eles será de 25%. Ou seja, há uma chance de encontrar um irmão compatível a cada quatro testados. Sendo importante ressaltar que o irmão é o mais provável doador com grau de parentesco e, portanto, não há outro parente que apresente chance superior, excetuando a situação de gemelar univitelino (idêntico).Entre outros parentes, a chance acaba sendo muito inferior ao citado. No sentido de ilustrar essa situação, mostro a experiência do Hemocentro de Santa Catarina em relação a busca de doadores compatíveis dentro da família de pacientes que aguardam transplante de células-tronco (ver tabela 2 – extraído do artigo original citado na bibliografia).
No estudo (Tabela 2) verificou-se que dos 1.227 irmãos que participaram da tipificação de compatibilidade genética, 293 foram compatíveis, resultando em um percentual de 23,8% (compatível com a média matemática da regra mendeliana de 25%). No mesmo estudo, além dos irmãos, foi verificado que meio-irmãos, tanto paternos quanto maternos, não apresentaram compatibilidade, que irmãos gêmeos univitelinos apresentaram 100% de compatibilidade e, na busca estendida entre familiares, apenas um tio (em 247 tios testados) e dois pais (em 455 pais testados) apresentaram compatibilidade, o que não foi observado para os demais familiares.
Bibliografia
1. Bazzo ML et al. Avaliação do percentual de compatibilidade HLA entre membros da mesma família para pacientes à espera de transplante de medula óssea em Santa Catarina, Brasil. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2008;30(5):359-362. artigo disponível em: //www.scielo.br/pdf/rbhh/v30n5/v30n5a06.pdf
Qual a chance de uma pessoa precisar de um transplante de células-tronco?
Segundo dados norte-americanos, baseado no Center for International Blood and Marrow Transplant Research, the U.S. Surveillance, publicado na prestigiosa revista Biology of Blood and Marrow Transplantation, sob a chancela da Sociedade Norte-Americana de Transplante (American Society of Blood and Marrow transplantation), a chance cumulativa de uma pessoa de até 70 anos de idade precisar de um transplante é de até 0,98%1(ou seja, uma a cada 100 pessoas necessitará de transplante de células-tronco).Quando os mesmos autores analisam a chance de uma pessoa até 70 anos de idade precisar da própria célula-tronco (autólogo), o índice cai para 0,23% (ou seja, uma a cada 434 pessoas). De uma forma geral, a conclusão do texto mostra que existe um aumento importante na chance de um cidadão norte-americano precisar de um transplante sob as indicações atuais de uso da célula-tronco, seja autólogo ou alogênico.
Referência Nietfeld JJ, Pasquini MC, Logan BR, Verter F, Horowitz MH. Lifetime Probabilities of Hematopoietic Stem Cell Transplantation in the U.S. Biology of Blood and Marrow Transplantation 14:316-322, 2008. (na data 18/05/2010 artigo disponível no endereço eletrônico: //download.journals.elsevierhealth.com/pdfs/journals/1083-8791/PIIS1083879107011688.pdf
Existe indicação de usar a própria célula-tronco para o tratamento de leucemia mielóide aguda?
A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma doença caracterizada pela proliferação e acúmulo de precursores imaturos do sistema sanguíneo na medula-óssea e na corrente sanguínea. Estas células malignas, gradualmente inibem a produção normal do sangue e são capazes de infiltrar praticamente todos tecidos do corpo.O tratamento clássico é a quimioterapia para “esvaziar” a medula-óssea de elementos celulares malignos, mas a sobrevida a longo prazo sem doença é de apenas 10-20%. O transplante alogênico das células-tronco de fonte familiar (principalmente irmãos) é a melhor opção para proporcionar uma melhora na perspectiva oncológica dos pacientes. Nessas condições, o efeito GVL (Graft Versus Leukemia – enxerto contra leucemia), que é ação imunológica dos linfócitos do doador contra as células remanescentes da LMA, é superior ao efeito deletério denominado GVHD (Graft Versus Host Disease – enxerto contra hospedeiro), onde os mesmos linfócitos ganham ação tóxica contra os órgãos do receptor. Entretanto, somente uma pequena fração das famílias podem usufruir desta alternativa.
No transplante alogênico de fonte não familiar (banco público), não é incomum o efeito deletério GVHD suplantar o efeito benéfico GVL. Por este motivo, embora seja inquestionável a importância da célula-tronco do acervo público, a fonte celular do próprio paciente é considerada cada vez mais uma importante e fundamental opção no tratamento da LMA. Cabe ressaltar que somente 30% dos pacientes que não possuem doador familiar compatível são atendidos clinicamente pelo acervo internacional.
Em resumo, as principais indicações de transplante autólogo (a fonte celular é o próprio paciente) na leucemia mielóide aguda são: Ausência de doador compatível familiar Ausência de doador compatível não familiar Condições patológicas concomitante à leucemia que limitam o transplante alogênico em virtude de sua toxicidade LMA com risco citogenético intermediário.
Dentro desse foco, em novembro de 2004, por meio da portaria 2480, o Ministério da Saúde determinou o regulamento técnico para a realização do transplante de célula-tronco. Nesse documento, a câmara técnica autorizou o transplante autólogo, ou seja, o uso da própria célula-tronco do paciente no tratamento da LMA sob condições já citadas. Ressalto veementemente que é uma negligência relatar que o uso autólogo (célula do paciente para o próprio paciente), principalmente para leucemia, é inexistente ou não indicado.
Na área Médica, diferente do que ocorre nos tubos de ensaio, muitos tratamentos, quando não curativos, são voltados a beneficiar o paciente sem doador compatível. Assim, entre 1996 e 2001, foram realizados 2.000 transplantes autólogos para leucemia mielóide aguda (international bone marrow transplantation registry). Em resumo, a literatura é unânime em comprovar que nos pacientes que não possuem doador compatível, o uso autólogo das células apresenta melhor prognóstico que propor somente quimioterapia e/ou radioterapia isoladamente. Dr. Nelson Hidekazu Tatsui
Bibliografia
1. Miller KB, Daoust PR. Clinical manifestation of acute myeloid leukemia. Hematology – Basic principles and practice 4th edition Chapter 59, Ronald Hoffman MD and Cols.
2. Stone RM, O’Donnel MR, Sekeres MA. Acute Myeloid Leukemia: Current landscape and future directions. American Society of Hematology – 12. Lazarus HM, Pérez WS, Klein JP, et al. Autotransplants versus HLA-matched unrelated donor bone marrow transplants for acute myeloid leukemia (AML): A retropective comparison from the National Marrow Donor Program, the International Bone Marrow Transplant Registry and the Autologous Blood and Marrow Transplant Registry. Blood 96:414a,2000 (abstr 1781)National Marrow Donor Program. Avaiable at www.nmdp.org.
3. Institute of Medicine. Establishing a National Cord Blood Stem Cell Bank Program. Avaiable at www.iom.edu/project.asp?id=20073.
4. Gluckman E, Rocha V, Boyer-Chammard A, Locatelli F, Arcese W, Pasquini R, et al. Outcome of cord-blood transplantation from related and unrelated donors. N Engl J Med 1997;337:373-81.
5. Kammar Godder, Mary Eapen, Joseph H Laver, Mei-Jie Zhang, Bruce M Camitta, Alan S Wayne, Robert Peter Gale, John J Dyle, Lolie C Yu, Allen R Chen, James H Garvin Jr, Eric S Sandler, Andrew M Yeager, John R Edwards, and Mary M Horowitz. Autologous hematopoietic stem-cell transplantation for children with acute myeloid leukemia in first or second complete remission: a prognostic factor analysis. J Clin Oncol 2004;22:3798-3804.
6. Franz Verter. Medical pros and cons to banking umbilical cord blood. Avaiable at www.parentsguidecordblood.com.
7. Cavazzana-Calvo, M e colaboradores. Linked severe combined immunodeficiency by ex vivo gene therapy. N Engl J Med 2002;346:1185-93. 8. Ferreira E, Pasternak J, Bacal N, de Campos Guerra JC, Mitie Watanabe F. Autologous cord blood transplantation. Bone Marrow Transplant 1999;24(09):1041-1041 (Hematology Department of Albert Einstein Hospital, São Paulo).
Posso coletar o sangue de cordão umbilical e dividir a dose entre um banco público e outro privado?
Infelizmente não. A RDC 56, resolução que regulamenta rigidamente o funcionamento dos Bancos de Sangue de Cordão Umbilical no Brasil não estabelece a possibilidade de dividir a quantidade total de células-tronco coletadas entre dois bancos.Essa decisão é baseada na impossibilidade atual de tratar uma doença onco-hematológica com metade da dose, dentro de um padrão de segurança aceitável.
A RDC 56, da Agência de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde do Brasil, determina que o rebaixamento de temperatura do sangue de cordão deve ser realizado de forma lenta e controlada por computador. Como também, a estocagem deve ser feita em tanques que asseguram uma temperatura inferior a -150 graus Celsius.Dentro deste padrão há pelo menos 6 empresas que cumprem os requisitos da nossa lei e do FDA (food and drugs administration), poderoso órgão de saúde norte-americano.
Há 5 anos, a Thermogenesis, uma das empresas do ramo de criopreservação, lançou comercialmente um sistema que reúne num único produto processamento, estocagem e localizador automático. No Brasil, além de poucas unidades em uso, a manutenção avançada do sistema é feito exclusivamente por técnicos estrangeiros.
No início da Criogênesis, frente ao sistema único/acoplado/automático e o sistema tradicional computadorizado, optamos pelo segundo sistema levando-se em conta, resumidamente, o histórico e conhecimento profundo desta tecnologia.
Embora os bancos que adquiriram o sistema acoplado façam um estardalhaço comercial, fatos científicos deixam claro ao cliente que não há vantagem qualitativa ao produto estocado, portanto, não há justificativa técnica que corrobore com as especulações comerciais.
FATO CIENTÍFICO 1
Os estudos de viabilidade a longo prazo da célula-tronco do sangue de cordão umbilical são baseados em sistema tradicional computadorizado, ou seja, as amostras avaliadas foram estocadas em tanques similares aos adquiridos pela nossa empresa (MVE Charter – USA). Um dos melhores trabalhos nesta área, feita pelo Dr Hal E Broxmeyer, professor emérito da Universidade de Indiana e um dos responsáveis pelo primeiro transplante de sangue de cordão umbilical, determinou em 2003 que as amostras estocadas em tanques similares aos da Criogênesis encontravam-se viáveis após 15 anos.
Hoje, após 18 anos de estocagem, as amostram continuam viáveis. Esse fato científico abafa o argumento de que temperaturas transientes afetam a estocagem tradicional a longo prazo. Abaixo, a transcrição original do resumo do trabalho, que é considerado um marco na área de estocagem a longo prazo de sangue de cordão umbilical. Título: High-efficiency recovery of functional hematopoietic progenitor and stem cell from human cord blood cryopreserved for 15 years Autores: Hal E Broxmeyer, Edward F Srour, Giao Hangoc, Scott Cooper, Stacie A Anderson e David M Bodine Serviço: Indiana University School, of Medicine and Nationa, l Ins, titute of Health , , Revista e Publicação: PNAS, 21 de Janeiro de 2003, volume 100, n.02 , p. 645-650 Resumo: “Transplanted cord blood(CB) hematopoietic stem cell(HSC) and progenitor cells(HPC) can treat malignant and nonmalignant disorders. Because long-term cryopreservation is critical or CB banking and transplantation, we assessed the efficiency of recovery of viable HSC/HPC from individual CBs stored frozen for 15 yr. Average recoveries (± 1 SD) of defrosted nucleated cells, colony-forming unit-granulocyte, -macrophage (CFU-GM), burst-forming unit-erythroid (BFU-E), and colony-forming unit-granulocyte, -erythrocyte, -monocyte, and –megakaryocyte(CFU-GEMM) were, respectively, 83±12, 95±16, 84±25, and 85±25 using the same culture conditions as for prefreeze samples. Proliferative capacities of CFU-GM, BFU-E, and CFU-GEMM were intact as colonies generated respectively contained up to 22,500, 182,500, and 292,500 cells. Self-renewal of CFU-GEMM was also retained as replating efficiency of single CFU-GEMM colonies into 2º dishes was >96% and yielded 2º colonies of CFU-GM, BFU-E, and CFU-GEMM. Moreover, CD34+CD38- cells isolated by FACS after thawing yielded >250-fold ex vivo expansion of HPC. To asses HSC capability, defrosts from single collections were bead-separated into CD34+ cells and infused into sublethally irradiated nonobese diabetic (NOD)/severe combined immunodeficient (SCID) mice. CD45+ human cell engraftment with multilineage phenotypes was detected in mice after 11-13 wk; engrafting levels were comparable to that reported with fresh CB. Thus, immature human CB cells with high proliferative, replating, ex vivo expansion and mouse NOD/SCID engrafting ability can be stored frozen for>15yr, can be efficiently retrieved, and most likely remais effective for clinical transplantation.”
FATO CIENTÍFICO 2
Praticamente a totalidade dos 5000 tranplantes de sangue de cordão umbilical realizados com sucesso nos últimos 18 anos foram processados e estocados em sistemas tradicionais. Somente nos últimos 3 anos que alguns transplantes vieram de estocagem e processamento acoplados.
FATO CIENTÏFICO 3
No mundo, mais de 95% dos hemocentros e bancos de sangue de cordão umbilical possuem e confiam no sistema tradicional computadorizado similar ao adotado pela Criogênesis. No Brasil, compartilham do mesmo sistema: INCA (Instituto Nacional do Câncer), UNICAMP, Universidade Federal do Paraná, Fundação Pró-Sangue/Hemocentro de São Paulo, Hospital Israelita Albert Einstein, New York Blood Center (Possui os 2 sistemas), London Blood Bank, Viacord Blood Bank, VITA 34, New England Blood Bank, e muitos outros.
FATO CIENTÍFICO 4
O sistema adotado pela Criogênesis permite estocar diferentes produtos embalados em bolsas ou “nunks” de diferentes tamanhos. Isso permite adotar o sistema de fracionamento e embalagem que apresenta melhor rendimento ao produto coletado. Por exemplo, na Criogênesis adotamos o sistema Optipress II (Baxter Healthcare – USA) para bolsas de baixo volume e sistema Thermogenesis (fracionamento – separado) para bolsas de grande volume.
FATO CIENTÍFICO 5
No Grupo Criogênesis, em falhas técnicas de um dos equipamentos do processamento e estocagem, não há comprometimento de todo sistema, pois são separados e independentes. Cada equipamento possui, por força da lei, sua duplicata. No sistema Thermogenesis, que é acoplado/automático, tal como ocorre nos sistemas que num único equipamento possuem fax, telefone, copiadora, scanner e impressora, há o comprometimento de todo sistema quando ocorre uma simples falha. Assim, os argumentos utilizados para criticar o sistema tradicional/computadorizado são de profundo teor comercial sem justificativa técnica e legal.
Sim, eu aconselho que faça coleta do segundo filho.Minha opinião é baseado em algumas evidências científicas:
1. A tendência mundial na área de transplante de células-tronco é a utilização da própria célula-tronco do indivíduo(autólogo), pois é uma terapia em que não é necessário utilizar altas doses de imunossupressores que eleva a mortalidade do procedimento. São realizados, por ano, 30.000 transplantes autólogos e 15.000 transplantes alogênicos (de um indivíduo para outro).
2. Na área de engenharia de tecidos, todos os trabalhos que participo no Hospital das Clínicas da FMUSP, que inclui a colocação tópica de células-tronco no coração (INCOR) e na medula espinhal (Instituto de Ortopedia), usam a própria célula-tronco do indivíduo devido o risco de rejeição.
3. Na leucemia mielóide aguda, doença em que a evolução é dramática, é possível a utilização do sangue do irmão para obtenção de um efeito anti-leucemia bastante potente. É interessante ressaltar que a resposta deste tipo de transplante é muito melhor quando usamos o sangue de cordão compatível da própria família (irmão) do que provindo de fonte pública (banco público de cordão).
4. Em virtude do número limitado de células-tronco contido no sangue de cordão umbilical, principalmente quando o paciente possui peso superior a 50 Kg, a literatura têm avaliado a possibilidade de utilizar dois produtos coletados compatíveis (habitualmente familiares) num único transplante. Jamais o aconselhamento de coleta de múltiplos filhos é feito no meu serviço de forma sentimental ou ilógica, abomino algumas colocações comerciais, como: “a chance de usar o cordão é de 1 para cada dois indivíduos, você imagina com dois filhos!!!…” “se fez para o primeiro filho deve ser feito para o segundo, o segundo sempre é um coitado…” “se o primeiro ficar doente, a chance do segundo é altíssima…” Assim, termino declarando que a chance de dois filhos necessitarem do próprio sangue de cordão umbilical é muito baixa, mas nós nunca sabemos qual deles irá necessitar inicialmente.
Definitivamente NÃO.O National Marrow Donor Program, o maior programa de localização de células-tronco compatíveis, sediada nos EUA, possui 6.000.000 de amostras de potenciais doadores de medula-óssea e 150.000 unidades de sangue de cordão umbilical estocadas.
Assim mesmo, 20 a 40% dos pacientes não encontram doador ou sangue de cordão compatível e, mesmo àqueles que encontram, somente um terço acaba recebendo clinicamente a célula compatível. Em virtude desta estrondosa dificuldade, autoridades norte-americanas solicitam constantemente o aumento do seu acervo.
Recentemente, foi solicitado ao governo norte-americano a coleta de mais 150.000 unidades de sangue de cordão umbilical. A proposta da RedeCord de garantir um acervo adequado à população brasileira com somente 12.000 amostras é de causar preocupação.
Além disso, a parturiente do sistema público da cidade de São Paulo, local onde se encontram o maior número de nascimentos e grande amplitude racial do país, é impedida de praticar a doação de sangue de cordão umbilical por motivo sócio-econômico.
Para doar sangue de cordão umbilical é necessário ter convênio médico privado?
Sim. Na cidade de São Paulo, a doação do sangue de cordão umbilical é feita principalmente no Hospital Israelita Albert Einstein.Portanto, é necessário cumprir os requisitos comerciais e financeiros para internação neste hospital.
Em outros centros, as mães são atendidas em maternidade pública:
Campinas (UNICAMP), Rio de Janeiro (INCA-Instituto Nacional do Câncer), Ribeirão Preto (USP).
Os telefones de contato são:
São Paulo:
Hospital Israelita Albert Einstein (11) 3747-1233
Hospital Sírio-Libanês (Amparo Maternal) (11) 3155-0200
Campinas (UNICAMP): (19) 3788-2121
Hemocentro de Ribeirão Preto (USP): (16) 602-3000
Rio de Janeiro: INCA CEMO: (21)2506-6215
Recentemente, os Biólogos Carlos Alberto Moreira Filho e Mayanna Zatz declararam a importância da doação de cordão umbilical.Entretanto, utilizaram deste tema para dirigir os argumentos contra a estocagem de sangue de cordão umbilical em bancos privados.
Em nossa opinião, tudo que foi dito está repleto de nuances políticas e econômicas que necessitam ser tecnicamente esclarecidas:
1. O National Marrow Donor Program, o maior programa de localização de células-tronco compatíveis, sediada nos EUA, possui 6.000.000 de amostras de potenciais doadores de medula-óssea e 100.000 unidades de sangue de cordão umbilical estocadas. Assim mesmo, 20 a 40% dos pacientes não encontram doador ou sangue de cordão compatível e, mesmo àqueles que encontram, somente um terço acaba recebendo clinicamente a célula compatível. Em virtude desta estrondosa dificuldade, autoridades norte-americanas solicitam constantemente o aumento do seu acervo. Recentemente, foi solicitado ao governo norte-americano a coleta de mais 100.000 unidades de sangue de cordão umbilical(1,2). A proposta da RedeCord de garantir um acervo adequado à população brasileira com somente 12.000 amostras causa preocupação.
2. Os biólogos relataram que o uso do sangue de cordão no próprio bebê é praticamente nula, mas esquecem insistentemente de dizer sobre a possibilidade de uso na família(3). Nesse caso, o uso do sangue de cordão umbilical fica muito maior e torna-se um argumento altamente favorável ao banco privado.
3. Eles cometem uma negligência quando relatam que o uso autólogo (célula do paciente para o próprio paciente), principalmente para leucemia, é inexistente. Na área Médica, diferente do que ocorre nos tubos de ensaio dos Biólogos, muitos tratamentos, quando não curativos, são voltados a beneficiar o paciente sem doador compatível. Assim, entre 1996 e 2001, foram realizados 2.000 transplantes autólogos para leucemia mielóide aguda (international bone marrow transplantation registry). Em resumo, a literatura é unânime em comprovar que nos pacientes que não possuem doador compatível, o uso autólogo das células apresenta melhor prognóstico que propor somente quimioterapia e/ou radioterapia isoladamente(4).
4. Esquecem de comentar que no uso alogênico (célula de um doador para outra pessoa), o prognóstico é melhor quando se utiliza uma fonte familiar (doador aparentado – células estocadas em bancos privados)(3).
5. Eles esquecem de comentar que já foram feitos aproximadamente 200 transplantes de fonte privada, sendo que 95% foram feitos em membros da família(5).
6. Lamentavelmente esquecem de relatar que em 2001, Cavazzana-Calvo e colaboradores, no New England Journal of Medicine, relataram 05 transplantes autólogos, com células-tronco geneticamente modificadas, para tratar a síndrome da imunodeficiência severa combinada, doença fatal já no primeiro ano de vida da criança(6).
7. Lamentavelmente, falham profundamente quando relatam que na Europa não existe estocagem privada. Na verdade, são poucos os países europeus que não possuem estocagem familiar(7).
8. Deixam de comentar que 01 criança recebeu seu próprio sangue de cordão umbilical para o tratamento de um tumor infantil, transplante realizado no Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo(8).
9. Eles se negam a deixar claro que a parturiente do sistema público da cidade de São Paulo, local onde se encontram o maior número de nascimentos e grande amplitude racial do país, é impedida de praticar a doação de sangue de cordão umbilical por motivo sócio-econômico(9). Em nossa opinião, as famílias devem ser conscientizadas sobre as opções existentes no mercado sem a influência comercial ou política. Mas, sim, baseadas sempre na literatura médica internacional, dentro dos preceitos médicos e éticos. Desse modo as famílias poderão tomar uma decisão correta e adequada às suas necessidades. Além disso, é fundamental que, quem optar pela doação de sangue de cordão umbilical, tenham a oportunidade de fazê-lo sempre, e em instituições com filosofia pública inquestionável.
Bibliografia sugerida
1. National Marrow Donor Program. Avaiable at www.nmdp.org.
2. Institute of Medicine. Establishing a National Cord Blood Stem Cell Bank Program. Avaiable at www.iom.edu/project.asp?id=20073.
3. Gluckman E, Rocha V, Boyer-Chammard A, Locatelli F, Arcese W, Pasquini R, et al. Outcome of cord-blood transplantation from related and unrelated donors. N Engl J Med 1997;337:373-81.
4. Kammar Godder, Mary Eapen, Joseph H Laver, Mei-Jie Zhang, Bruce M Camitta, Alan S Wayne, Robert Peter Gale, John J Dyle, Lolie C Yu, Allen R Chen, James H Garvin Jr, Eric S Sandler, Andrew M Yeager, John R Edwards, and Mary M Horowitz. Autologous hematopoietic stem-cell transplantation for children with acute myeloid leukemia in first or second complete remission: a prognostic factor analysis. J Clin Oncol 2004;22:3798-3804.
5. Franz Verter. Medical pros and cons to banking umbilical cord blood. Avaiable at www.parentsguidecordblood.com.
6. Cavazzana-Calvo, M e colaboradores. Linked severe combined immunodeficiency by ex vivo gene therapy. N Engl J Med 2002;346:1185-93.
7. Franz Verter. List of private banks. Avaiable at www.parentsguidecordblood.com.
8. Ferreira E, Pasternak J, Bacal N, de Campos Guerra JC, Mitie Watanabe F. Autologous cord blood transplantation. Bone Marrow Transplant 1999;24(09):1041-1041 (Hematology Department of Albert Einstein Hospital, São Paulo). 9. Setor de atendimento a doação de sangue de cordão umbilical da cidade de São Paulo, fone (11) 3747-1233
O Sangue de Cordão Umbilical coletado deve ser processado o mais breve possível.Embora a Legislação Brasileira permita que esse intervalo seja de 48 horas, a experiência em literaturas médicas internacionais relata perda progressiva da viabilidade celular mesmo dentro desse intervalo.
Portanto, se os pais estiverem avaliando Bancos de Sangue de Cordão Umbilical com qualidade comparável, é de extremo bom senso criopreservar na Instituição mais próxima de sua localização geográfica, ou ainda, considerar no Centro que possua tecnologia disponível na área de Terapia Celular.
Conforme Resolução da ANVISA 56, não há proibição legal para realização da coleta. A Resolução 56, da Diretoria Colegiada da ANVISA, no seu artigo 132 determina:Deve configurar decisão conjunta, entre o BSCUPA (BANCO DE SANGUE DE CORDÃO PRIVADO) e os pais ou o representante legal do recém-nascido, o armazenamento de unidades com resultado reagente nos teste(s) sorológicos para:
I – HIV tipo 1 e HIV tipo 2;
II – HTLV tipo I e HTLV tipo II;
III – Vírus da Hepatite B;
IV – Vírus da Hepatite C; III – Doença de Chagas; IV – Sífilis;
V- Citomegalovirus (IgM); e
VI – Toxoplasmose (IgM).