Pessoas com anemia falciforme podem fazer exercícios físicos?

E quais os mais recomendados? No Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, especialista explica que a mutação genética pode causar problemas de saúde e retardo no crescimento. Entenda
Hoje é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme. A doença, que é ainda pouco conhecida, causa a alteração do formato das hemácias (células vermelhas do sangue). Normalmente, as hemácias são flexíveis e redondas, permitindo que fluam facilmente pelos vasos sanguíneos. No caso da anemia falciforme, elas se tornam rígidas e adquirem um formato semelhante ao de uma lua crescente ou foice (daí o nome “falciforme”), o que pode causar o bloqueio do fluxo sanguíneo, resultando em diversos problemas de saúde devido à falta de oxigenação adequada dos tecidos. E nesse caso, fazer exercícios ajuda ou atrapalha?
Ajuda, e muito! Abaixo, vamos entender o porquê, quais os melhores tipos de atividade física e saber melhor o que é a anemia falciforme, seus sintomas e tratamento.
O que é?
A enfermidade é causada por uma mutação genética que afeta a hemoglobina, a proteína que carrega o oxigênio nas células vermelhas do sangue. Ela é hereditária, sendo transmitida de pais para filhos. Os fatores de risco incluem ter ambos os pais com traço ou anemia falciforme. As pessoas de ascendência africana, do Oriente Médio, da Índia e do Mediterrâneo são as mais atingidas. No Brasil, devido à miscigenação existente, a doença é extremamente prevalente.
Sintomas e características
Os sintomas variam de leves a graves. Alguns dos mais comuns incluem:
- Anemia crônica
- Episódios de dor
- Infecções frequentes
- Inchaço e dores nas articulações
- Retardo no crescimento ou na puberdade
- Problemas de visão
Geralmente, a condição é descoberta no nascimento durante a triagem neonatal, uma série de testes que identifica diversas condições.
As pessoas que têm o traço falciforme podem passar o gene da enfermidade para os seus filhos. Por isso, é fundamental a realização de testes genéticos antes de engravidar, sobretudo se o traço falciforme já é conhecido e foi diagnosticado dentro da família.
– Até o momento, não é possível prevenir a anemia falciforme. A única medida a ser tomada nesta situação é receber todas as informações disponíveis durante o planejamento familiar. Passada essa fase, o diagnóstico pode ser realizado através da pesquisa da presença da hemoglobina S, que causa a deformação do glóbulo vermelho, por um exame chamado eletroforese de hemoglobina – indica o médico hematologista e hemoterapeuta Nelson Tatsui.