Quase 40 anos após receber diagnóstico, americano é curado do HIV; entenda o caso

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Paul Edmonds foi diagnosticado com Aids em 1988, na época, ele passou por tratamentos nocivos à saúde

Os primeiros casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecido como AIDS, foram registrados 1977 nos Estados Unidos, Haiti e na Africa Central. Extremamente temida por não existir um tratamento para curar os pacientes- apenas para reduzir a carga viral do HIV e os sintomas da doença – atualmente, quase cinquenta anos depois dos primeiros casos registrados, um pequeno grupo de pessoas tem entrado em remissão total, o que quase pode ser considerado cura.

Uma delas, Paul Edmonds, de 68 anos, está próximo de poder ser considerado curado da Aids, após passar por um transplante de células-tronco vindo de uma pessoa resistente ao HIV, vírus causador da doença. Em entrevista ao jornal “O Globo”, ele contou sobre o processo e a rotina que resultaram em três anos sem a necessidade de tomar medicamentos antirretrovirais. Daqui a dois anos, ele poderá ser considerado totalmente curado do vírus.

Além da Aids, Edmonds também teve leucemia mieloide, um câncer no sangue, e a combinação que poderia ser letal, na verdade, lhe deu a chance para que ele estivesse próximo da cura. Por causa do diagnóstico de câncer, ele pôde passar pelo transplante de células-tronco.

Descoberta da doença

O artista plástico descobriu que tinha contraído o HIV em 1988, logo quando os primeiros tratamentos para AIDS começaram a ser produzidos. “Na época, comecei com o AZT, pois era a única droga disponível naquele ano. Foi bem quando reduziram a dose do medicamento pela metade, sou grato por terem feito isso. Acho que perdi muitos amigos por conta da toxidade desse tipo de droga […] quando fui diagnosticado com HIV, as pessoas costumavam viver somente cerca de 2 anos depois de descobrir o vírus. Então, eu fui sortudo”, explicou.

Quarenta anos depois, em 2018, Edmonds recebeu o diagnóstico de leucemia, o que fez com que ele fosse à Los Angeles para se tratar no Hospital City of Hope – referência no tratamento do câncer. No local, ele recebeu a proposta de passar pela transfusão de células-tronco e aceitou. “Eu não tinha muita opção. Era fazer isso ou não fazer nada e eu provavelmente não iria sobreviver. Foi automático, ao receber a proposta disse ‘com certeza, vamos nessa’”.

O tratamento era arriscado porque os médicos não sabiam como o corpo dele poderia reagir e poderia, inclusive, passar por uma rejeição. “É parecido com uma transfusão de sangue. Levou algo como 30 minutos, não senti nada. Não fiquei doente, ou algo assim. Eles [os médicos/ não sabem como você irá reagir. É bem arriscado, se algo não der certo o seu corpo pode rejeitar. Há problemas que podem até ser fatais”.

Com o sucesso do tratamento, Edmonds poderá viver um vida saudável e sem muitas preocupações. “Seguirei pintando quadros e conversando em conferências sobre o HIV. Há algumas semanas estive na Universidade da Califórnia, em San Diego, com uns 300 estudantes e eles ficaram muito entusiasmados em conversar comigo”, contou.

Fonte: Quase 40 anos após receber diagnóstico, americano é curado do HIV; entenda o caso – Rádio Itatiaia