Dentes permanentes: com qual idade começa a troca da dentição?

Cada vez mais observa-se que as crianças têm começado mais cedo a troca dos dentes decíduos, ou de leite, pelos permanentes. “A cronologia da erupção, como é chamada a época em que os permanentes irrompem na cavidade bucal, sofre influência de fatores genéticos e ambientais, e varia de uma criança para outra”, ensina Carla Vecchione Gurgel, professora adjunta e coordenadora do colegiado de graduação da Faculdade de Odontologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia).
“Pode-se afirmar que aos 5 anos é uma perda precoce. Em média, os dentes de leite começam a cair por volta dos 6”, fala Haroldo Amorim de Almeida, professor da Faculdade de Odontologia da UFPA (Universidade Federal do Pará) e coordenador do curso de especialização em ortodontia da mesma instituição.
A troca da dentição é um processo natural, apesar disso, os pais ficam bastante ansiosos. Segundo os especialistas, é preciso ter em mente que, na maioria das vezes, não são necessárias intervenções.
Os dentes de leite desempenham função primordial para o desenvolvimento da mastigação e servem como guia para o crescimento dos permanentes. “São os da frente, chamados de incisivos inferiores e superiores, que caem primeiro. O permanente absorve a raiz do de leite, fazendo com que ele fique mole até cair e, na sequência, ocorre a erupção do permanente”, descreve Almeida.
Um cuidado é observar se o permanente não começou a erupcionar enquanto o dente de leite correspondente ainda está na boca. “Quando isso acontece, o permanente tende a mudar sua direção para algum lugar que esteja livre, provocando uma alteração na posição. Ao ocorrer isso, é preciso ir ao odontopediatra para avaliação, já que, muitas vezes, é inevitável extrair o que ainda não caiu”, explica Ana Lidia Ciamponi, professora de odontopediatria da FOUSP (Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo).
Escovação e fio dental
Durante a troca dos dentes, a área onde estava o de leite que caiu deve ser higienizada com cuidado, água limpa, sem bochechar e, ao escovar, sem colocar força no local para não irritar.
“A rotina é fundamental para uma boa saúde bucal, com escovação de duas a três vezes ao dia, com pastas indicadas ao público infantil, que contém a quantidade ideal de flúor. Incentivar o uso do fio dental, pelo menos, uma vez ao dia, e manter hábitos alimentares saudáveis, evitando refrigerantes e outras bebidas e alimentos que provocam prejuízos, são outras orientações”, esclarece Almeida.
Fonte: Portal UOL