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CONHEÇA OS BENEFÍCIOS DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL

O material biológico é eficaz no tratamento de doenças como leucemia e linfomas

Após o nascimento do bebê, a placenta e o sangue do cordão umbilical costumam ser descartados. No entanto, o sangue que se encontra nesse material é rico em células-tronco que são células jovens , imaturas e com alta capacidade de dar origem a outras células. Além disso, o seu armazenamento possibilita o tratamento para diversas doenças. “ É considerado um substituto à medula óssea, podendo ser utilizado em transplantes para tratamento de doenças sanguíneas como leucemias, linfomas, talassemias”, ressalta Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP.

Uma pesquisa realizada pela Stanford University School of Medicine – EUA, indicou que uma proteína encontrada no sangue do cordão umbilical pode reverter os efeitos das perdas mentais associadas à idade. Além disso, outro estudo realizado pela Universidade Duke demonstrou que terapias realizadas com o sangue do cordão da própria criança ajudavam a aliviar os sintomas de comportamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Ele é facilmente obtido e manipulável, além de apresentar baixa possibilidade de rejeição. “ A coleta é feita durante o parto e não oferece riscos nem para o bebê, nem para a mãe. É um método totalmente indolor e não invasivo. O médico habilitado promove a coleta do sangue presente nas veias e na artéria do cordão umbilical, transferindo-o para uma bolsa estéril. Em seguida, o material é analisado, sua qualidade é testada e, por fim, armazenado em tanques com nitrogênio a 196◦C negativos”, explica.

Caso a mãe tenha interesse na doação do sangue de cordão umbilical, deve avisar ao obstetra previamente. Assim, será realizada uma entrevista para avaliar os antecedentes clínicos, cirúrgicos e doença hereditária dos pais do bebê ( se houverem), com o intuito de verificar a aptidão para ser doadora, além de verificar também, se a maternidade escolhida realiza esse tipo de procedimento.

Mundialmente, dia 15 de novembro é considerado o Dia Mundial do Sangue do Cordão Umbilical. A data possui o objetivo de incentivar o aproveitamento desse material que, no geral, é ignorado e, em diversos casos, é a única chance de conseguir-se um material adequado para transplante para vários tipos de doença. “Nenhuma outra fonte de células, até então, foi capaz de proporcionar os resultados vistos com o sangue de cordão para paralisia cerebral e autismo, por exemplo. As características que essas células possuem no período neonatal é a responsável pelos ótimos resultados vistos em doenças neurológicas, além das sanguíneas”, finaliza.

 



Brasil é o quarto país do mundo em número de afetados pela doença

Em 2019, a International Diabetes Federation (IDF), divulgou dados alarmantes no que diz respeito ao diabetes. Segundo a federação, existem cerca de 463 milhões de adultos com diabetes em todo o mundo e esse número pode aumentar para 578 milhões em 2030.

Classificada entre as 10 principais causas de morte, com quase metade ocorrendo em pacientes com menos de 60 anos, a pesquisa apontou ainda que 374 milhões de pessoas têm intolerância à glicose, o que aumenta ainda mais o risco de desenvolverem diabetes tipo 2.

Somente no Brasil, são aproximadamente 12,5 milhões de afetados, de acordo com o Ministério da Saúde. Dessa forma, o país é o quarto com maior número de diabéticos no mundo, ficando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos, respectivamente. Por isso, para reforçar a conscientização acerca do tema, a IDF e a Organização Mundial da Saúde (OMS), instituíram a data de 14 de novembro como o Dia Mundial do Diabetes.

Entre os maiores desafios no tratamento da doença, promover uma fonte de insulina que regule os níveis de glicose sanguínea, desponta entre os principais. No entanto, uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, conseguiu converter células-tronco humanas em células produtoras de insulina e curar ratos de laboratório afetados pelo diabetes em apenas nove meses.

“Por serem auto renováveis, as células-tronco possuem capacidade ilimitada de reprodução e, com isso, se qualificam como uma potencial fonte de terapia celular, sendo utilizadas nos mais diversos tratamentos, inclusive de doenças degenerativas”, informa Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP.

Dr. Nelson, explica ainda que o material pode ser aplicado de diferentes maneiras, porém as mais promissoras são as que possuem ação anti-inflamatória e regenerativa das células beta. “As células-tronco, principalmente as mensequimais, podem interromper o processo autoimune que destróis as células produtoras de insulina. Por outro lado, as mensequimais pluripotentes se diferenciam em células beta pancreáticas e após injetadas nos pacientes, possibilitam a regeneração do tecido perdido”, destaca.

Por fim, o profissional alerta que embora os resultados sejam promissores, são necessárias novas pesquisas e testes para que num futuro próximo não precise existir mais doses de insulinas para pessoas com diabetes.

 

 



O clampeamento tardio e a saúde do bebê

No bebê a termo e saudável, o clampeamento tardio eleva os níveis sanguíneos e aumenta o estoque de ferro durante os primeiros meses de vida. Entretanto, este grupo de bebês pode apresentar um pequeno aumento da icterícia neonatal e a decorrente necessidade de fototerapia, o que levaria a uma internação prolongada, para tratamento dessa intercorrência.

No bebê pré-termo os benefícios relatados na literatura médica internacional e aceito pelo Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG) são mais claros e evidentes. Há melhora da circulação fetal de transição, aumento do volume sanguíneo, diminuição da necessidade de transfusão de sangue, além de evitar a hemorragia intraventricular e enterocolite1.

Baseado nos benefícios apresentados, o ACOG recomenda o clampeamento tardio de pelo menos 30 a 60 segundos para os nascimentos a termo e pré-termo.

O clampeamento tardio e a coleta do sangue de cordão umbilical (SCU)

A disponibilidade imediata do scu é amplamente aceita como importante acesso ao transplante de crianças e adultos, sobretudo àqueles que pertencem a minorias étnicas ou que não encontram doadores familiares3,4. Além da doação ao sistema público (que aumenta a oferta das unidades de scu para todos que necessitam de um transplante), o uso familiar oriundo da estocagem privada tem aumentado em virtude do aumento das terapias regenerativas, principalmente nos EUA e Ásia5.

Da perspectiva da estocagem do SCU, o intervalo entre o nascimento e o clampeamento do cordão umbilical determina a quantidade do sangue remanescente no cordão e na placenta que pode ser coletado e doado, seja para o setor público ou privado. Quanto maior este intervalo, menor o volume e número de células disponíveis. Em um recente artigo, foi avaliado o impacto do clampeamento tardio acima de 2 minutos em 552 mães no New York Presbyterian Hospital – Weill Cornell Medicine. A chance de coletar um produto com nível adequado de células para transplante foi 7 vezes menor comparado aos nascimentos sem o clampeamento tardio6.

Porém, do ponto de vista neonatal, o benefício de transfundir o maior volume de sangue possível ao neonato (com tempo muito superior ao mínimo preconizado pela ACOG em detrimento da coleta de sangue de cordão umbilical), vem preocupando as autoridades do setor público e também do privado, uma vez que, muitas mães coletam para sua família em virtude do alto índice de doenças oncológicas,  doenças graves, da preocupação com a raridade étnica ou mesmo a presença real de uma doença onco-hematológica no irmão do doador6.

Será que é possível determinar um intervalo para clampeamento que possa ajudar os futuros pacientes com um suficiente número de células sem deixar de beneficiar os neonatos doadores de SCU?

Numa recente publicação, o impacto do clampeamento tardio foi avaliado em 1210 mães sobre o volume e o número de células do SCU coletado. Criou-se 4 grupos, que foram determinados pelo intervalo entre o nascimento e o clampeamento: 0 a 30 segundos, 30-60 segundos, 60-120 segundos e acima de 120 segundos. Acima de 60 segundos de intervalo, houve comprometimento importante do volume e número de células, comprometendo de forma negativa 38 a 46% das coletas de SCU realizadas no estudo.

Considerando que ACOG recomenda o intervalo de pelo menos 30-60 segundos, que os estudos fisiológicos demonstram que a grande parte do sangue da placenta é transfundido ao bebê nos primeiros 30 a 60 segundos7 e que o impacto deste tempo é aceitável sobre a qualidade do SCU, será que o comitê da ACOG não poderia aceitar um intervalo não superior a 60 segundos a todas as mães que optam pela coleta de SCU, independente de sua finalidade?

Clampeamento tardio e coleta do Tecido do cordão umbilical

O interesse na coleta do tecido de cordão umbilical é a presença de células-tronco do tipo mesenquimal na região perivascular da geléia de wharton. Portanto, não  havendo interesse no sangue de cordão umbilical residual no sistema vascular do cordão umbilical.

Durante o processamento (que envolve a digestão enzimática do tecido e o cultivo das células mesenquimais) somente a célula mesenquimal é individualizada devido sua aderência aos frascos de cultura. Praticamente, neste ponto do processamento, inexiste qualquer sinal de eritrócitos e leucócitos proveniente do SCU8,9.

Assim, não há correlação entre o clampeamento tardio e a quantidade de células mesenquimais no produto coletado. Evidentemente, se a técnica envolver a individualização da célula mesenquimal do SCU, a mesma racionalidade deve ser usada para as células hematopoiéticas para transplante.

Bibliografia

  1. Acessado no dia 12/07/2019, link: https://www.acog.org/Clinical-Guidance-and-Publications/Committee-Opinions/Committee-on-Obstetric-Practice/Delayed-Umbilical-Cord-Clamping-After-Birth
  2. Allan DS, Scrivens N, Lawless T, Mostert K, Oppenheimer L, Walker M, et al. Delayed clamping of the umbilical cord after delivery and implications for public cord blood banking. Transfusion 2016;56:662–5.
  3. Barker JN, Byam CE, Kernan NA, et al. Availability of cord blood extends allogeneic hematopoietic stem cell transplant access to racial and ethnic minorities. Biol Blood Marrow Transplant 2010;16:1541-8. 6. Scaradavou A, Brunstein CG, Eapen M, et al. Double unit grafts successfully extend the application of umbilical cord blood transplantation in adults with acute leukemia. Blood 2013;121:752-8
  4. Scaradavou A, Brunstein CG, Eapen M, et al. Double unit grafts successfully extend the application of umbilical cord blood transplantation in adults with acute leukemia. Blood 2013;121:752-8

5.Ciubotariu R, Scaradavou A, Ciubotariu I, Tarnawski M, Lloyd S, Albano M, Dobrila L, Rubinstein P, Grunebaum. Impact of delayed umbilical cord clamping on public cod Blood donatins: can we help future patients and benefit infant donos? Transfusion 2018; 58:1427-1433.

  1. Ciubotariu R, Lloyd S, Ciubotariu I, et al. Timing of umbilical cord blood clamping and its impact on cord blood banking [abstract]. Transfusion 2016;56:1A-12ª
  2. Boere I, Roest AA, Wallace E, et al. Umbilical blood flow pat-terns directly after birth before delayed cord clamping. ArchDis Child Fetal Neonatal Ed 2015;100:F121-5
  3. Dominici M, Le Blanc K, Mueller I, et al. Minimal criteria fordefining multipotent mesenchymal stromal cells. The Inter-national Society for Cellular Therapy position statement.Cytotherapy 2006;8:315-7
  4. Fazzina R, Mariotti A, Procoli A, Fioravanti D, Iudicone P, Scambia G, Pierelli L, Bonanno G. A new standardized clinical-grade protocol for banking human umbilical cord tissue cells. Transfusion 2015;55:2864-2873

 



 

Enquanto cientistas do mundo todo estão trabalhando em uma vacina que seria eficaz contra o novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, um grupo de pesquisadores chineses vem explorando uma abordagem terapêutica com células-tronco para o tratamento da doença.

De acordo com o Science and Technology Daily, jornal oficial do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, sete pacientes gravemente doentes com a nova doença do coronavírus (Covid-19), foram tratados com células-tronco mesenquimais e apresentaram melhora significativa em apenas dois dias após o transplante do material. Os pesquisadores documentaram um declínio acentuado nos níveis de um importante marcador de inflamação, a proteína C reativa. O número de células imunológicas super-reativas despencou e os níveis de TNF-α – citocina envolvida na inflamação sistêmica, também caíram, enquanto os níveis da citocina anti-inflamatória interleucina-10 (IL-10) aumentaram. Nenhuma reação adversa foi observada, reforçando a reputação de segurança das células-tronco mesenquimais.

De acordo com Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, as células-tronco mesenquimais podem se renovar ou se multiplicar, mantendo o potencial de se desenvolver em outros tipos de células. “As células-tronco mesenquimais são multipotentes capazes de se diferenciar em vários tipos de células, como osso, cartilagem e gordura. O material também possui habilidades imunorreguladoras, promovendo a formação de novos vasos sanguíneos, a proliferação e diferenciação celular e inibindo a resposta inflamatória”, explica.

Apesar desses resultados serem extremamente positivos e levarem a novas abordagens para o tratamento da doença, Dr. Nelson pondera: “é importante ressaltar que essas pesquisas ainda são experimentais. Portanto, é necessária uma avaliação mais ampla, sempre seguindo os protocolos de segurança e eficácia definido por entidades de pesquisa e ética reconhecidas”, finaliza.

 

Fonte:

https://www.lifespan.io/news/stem-cell-therapy-successful-in-7-covid-19-cases/

http://www.aginganddisease.org/EN/10.14336/AD.2020.0228

https://www.thestar.com.my/news/regional/2020/03/06/stem-cell-therapy-used-to-treat-severe-cases

https://www.clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04288102?term=covid&cond=mesenchymal+stem+cell&draw=2&rank=3

 

Sobre a Criogênesis

A Criogênesis, que nasceu em São Paulo e possui mais de 17 anos de experiência com células-tronco, é acreditada pela AABB (Associação Norte Americana de Bancos de Sangue) e certificada pela IQNet NBR ISO 9001:2015. A clínica é referência em serviços de coleta e criopreservação de células-tronco, medicina reprodutiva, gel de plaquetas e aférese, incluindo a diferenciada técnica de fotoférese extracorpórea. Sua missão é estimular o desenvolvimento da biotecnologia através de pesquisas, assegurando uma reserva celular para tratamento genético futuro. www.criogenesis.com.br.