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Saiba o que é permitido consumir e usar e o que deve ser evitado durante o aleitamento materno

Durante o período da amamentação, a mulher, assim como na gravidez, precisa tomar cuidado com o que consome, seja alimentos, bebidas ou produtos, como cosméticos, pois as substâncias chegam ao bebê por meio do leite materno.

Durante a amamentação, a atividade metabólica da mulher aumenta e ela gasta mais calorias. Por isso, é fundamental que a mãe se alimente bem e com alimentos saudáveis. Portanto, a dica da Referência Técnica Distrital colaboradora em ginecologia, Fabyanne Mazutti, é investir no consumo de proteínas, como carnes magras, ovos e leguminosas. Além disso, ela indica a ingestão de fibras, pois proporcionam saciedade, e o consumo de carboidratos integrais e verduras, frutas e legumes. Por fim, não esqueça de se alimentar a cada três horas, destaca a especialista.

A RTD também alerta sobre o perigo de tomar qualquer remédio por conta própria quando se está amamentando, ainda que seja um medicamento fitoterápico. “Converse com seu médico. Pergunte sobre tudo, não use nenhum medicamento sem orientação. No caso de cremes e outros cosméticos, também é preciso ter cuidado. Por exemplo, é natural que a mulher queira elevar sua autoestima e busque recursos cosméticos ou estéticos. Por isso, é importante consultar o médico.”

Por outro lado, em caso de necessidade de tomar medicações, a especialista tranquiliza as mães que amamentam. Ela explica que até alguns antibióticos são liberados, tudo com a devida orientação médica.

Vacinas em dia
A amamentação é uma forma de ligação direta entre mãe e filho, portanto, é importante que ela esteja em dia com a saúde e que o calendário de vacinas esteja completo. “O leite materno é importante justamente porque carrega um grande repertório de anticorpos, acumulados ao longo da vida da gestante”, explica a médica.

Inclusive para quem amamenta, ela reforça que as vacinas são seguras. “A vacina contra a covid-19, por exemplo, que é uma dúvida de muitas mães, é aplicada em lactantes desde que elas foram aprovadas ao redor do mundo. O que a gente observa é que são tão seguras quanto para qualquer outra mulher, não há nenhum risco específico envolvendo lactantes que passaram do período do puerpério.”

Benefícios
Além de essencial para o bebê, amamentar também é bom para a saúde da mulher, pois reduz o sangramento pós-parto e diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovário, diabetes e infarto do coração. A amamentação ainda ajuda a eliminar o peso ganho durante a gravidez.

Para se preparar para a amamentação, a RTD afirma que é fundamental ter informações ainda na gestação. “O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um pré-natal de qualidade, com uma equipe multiprofissional que conversa com a família gestante – afinal, a responsabilidade não é só da gestante -, e a prepara para as demandas que vão chegar junto com o bebê”, diz.

Dicas para a amamentação:

  • A amamentação não deve doer e nem machucar o peito. Se está machucando, é importante procurar ajuda em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Banco de Leite Humano.
  • Ofereça somente leite materno até os 6 meses de vida do bebê. Não dê água, chás, outros leites ou qualquer outro alimento nesse período.
  • O leite materno nunca é fraco, ele é sempre adequado ao desenvolvimento do bebê. Nos primeiros dias, a produção é pequena e esse leite, chamado de colostro, tem alto valor nutritivo, suficiente para atender às necessidades do bebê.
  • Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem horário para se alimentar. Ele deve mamar sempre que quiser.
  • A pílula contraceptiva só pode ser administrada 40 dias após o nascimento da criança. Deve-se ter atenção na composição do medicamento, pois nem todos são liberados durante a amamentação.
  • Encontre um lugar reservado em casa, tire o sutiã e tome sol nos seios. Os médicos indicam uma exposição de dez minutos por dia. O horário ideal é entre 8h e 10h ou entre 15h e 16h.
  • Evite sutiãs ou cintos de seguranças que comprimam muito a mama, a pressão favorece a retenção láctea.
  • Não use medicamentos sem prescrição de um médico. Alguns podem interferir na amamentação. Também é preciso ter cuidado com produtos cosméticos, inclusive protetor solar, e verificar se o uso é indicado.
  • Não é recomendado fazer dietas restritivas para emagrecimento. A mulher que amamenta precisa ter uma alimentação saudável.
  • A orientação é não consumir bebidas alcoólicas e cigarros.

Fonte: Principais cuidados durante o período de amamentação – Secretaria de Saúde do Distrito Federal


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Tanto a Fertilização in Vitro (FIV) quanto a Inseminação Artificial são métodos de reprodução assistida em que um profissional da área promove o “encontro” entre o gameta masculino (espermatozoide) e o gameta feminino (óvulo) de forma guiada. A diferença é a forma como isso é feito.

Na FIV, faz-se a coleta dos dois gametas e o profissional tem a possibilidade de injetar um único espermatozoide dentro do óvulo, em um processo laboratorial (ICSI), forçando a fecundação. Esse embrião resultante do processo é, então, inserido no útero da mulher para se fixar ao endométrio e se desenvolver.

Já na Inseminação Artificial, o profissional de reprodução assistida introduz uma grande quantidade de espermatozoides diretamente no útero da mulher, para que eles próprios encontrem o óvulo e façam a fecundação.

Ou seja, a diferença é que na FIV a mulher recebe o embrião; e na Inseminação Artificial, ela recebe os espermatozoides direto em seu útero e o encontro entre eles e o óvulo depende da ação das tubas uterinas.

Fonte: Fertilização in vitro (FIV): O que é e quando é indicada?


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O objetivo deste artigo é analisar o potencial terapêutico das células-tronco no tratamento da Doença de Alzheimer. Através da revisão de evidências científicas, busca-se explorar os mecanismos pelos quais as células-tronco podem contribuir para a regeneração neuronal e mitigar a progressão da doença.

Além disso, discute-se os desafios éticos e regulatórios, assim como as perspectivas futuras dessa abordagem terapêutica inovadora. A pesquisa foi realizada nas bases Google Acadêmico, Scielo e PubMed, utilizando os descritores baseados na base de dados do DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) “Pesquisa com Células-Tronco”, “Doença de Alzheimer”, “Biotecnologia” e “Medicina Regenerativa”.

Foram incluídos artigos publicados entre 2017 e 2024, em português ou inglês, com acesso completo e relevância direta ao tema proposto. Excluíram-se teses, dissertações, artigos pagos ou incompletos, e materiais que não atendiam ao período ou critérios de relevância estabelecidos.

O estudo revelou avanços promissores no uso de células-tronco no tratamento da Doença de Alzheimer, com destaque para sua capacidade de promover regeneração neuronal e proteção tecidual. Estudos experimentais demonstraram que células-tronco mesenquimais e pluripotentes podem migrar para áreas lesadas, diminuindo o acúmulo de placas beta-amiloides e emaranhados de proteína tau.

No entanto, os resultados ainda são preliminares, com limitações em termos de eficácia a longo prazo e segurança clínica. Além disso, desafios éticos e regulatórios permanecem, exigindo mais investigações antes de uma aplicação clínica ampla. Portanto, o uso de células-tronco no tratamento da Doença de Alzheimer apresenta um grande potencial terapêutico, especialmente na regeneração neuronal e mitigação dos danos causados pela doença.

Embora os resultados iniciais sejam promissores, há necessidade de estudos mais aprofundados para validar sua eficácia e segurança em longo prazo. Assim, os desafios éticos e regulatórios também precisam ser superados antes que essa abordagem possa ser amplamente implementada na prática clínica, exigindo uma evolução contínua das pesquisas na área.

Fonte: REVOLUÇÃO TERAPÊUTICA: O POTENCIAL DAS CÉLULAS-TRONCO NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER | Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences


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A paciente tornou-se a mulher com mais idade em relato científico a engravidar neste tipo de procedimento; segundo a Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Redlara), mulheres acima dos 42 anos têm 5% menos chances de engravidar com óvulos próprios

Uma mulher de 48 anos conseguiu engravidar por meio de fertilização in vitro (FIV) usando seus próprios óvulos, tornando-se a mulher com mais idade em relato científico a engravidar neste tipo de procedimento. O caso foi registrado na última edição da revista JBRA Assisted Reproduction, publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.

Segundo estudo da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Redlara), mulheres acima dos 42 anos têm 5% menos chances de engravidar com óvulos próprios. O levantamento mostra que 53,6% das mulheres com essa idade precisam de óvulos doados.

A fertilização in vitro é um procedimento que consiste em fecundar o óvulo e espermatozoide em ambiente laboratorial, formando embriões que serão selecionados e transferidos ao útero da mulher. Ou seja, é um tipo de reprodução assistida, sendo indicado para casais homoafetivos, pessoas com endometriose profunda, homens com baixa concentração ou mobilidade de espermatozoide, mulheres com baixa reserva ovariana ou por quem quer engravidar de forma independente, entre outros casos.

De acordo com Claudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva e responsável pelo procedimento inédito, é mais difícil ocorrer uma gravidez após os 42 anos, mesmo por meio da fertilização in vitro. “Para termos bons embriões precisamos de um bom número de óvulos, com uma boa qualidade. Por exemplo, uma mulher de 30 anos que tenha sete óvulos, vamos conseguir uma média de dois a três embriões. Em uma mulher de 40 anos que tenha esses mesmos sete óvulos, provavelmente, vamos conseguir um embrião apenas e, às vezes, nenhum”, explica Padilla à CNN.

Segundo a especialista, esse embrião formado pode ter alguma alteração genética, pois ao longo do envelhecimento, os óvulos da mulher pode sofrer alterações que inviabilizam a formação de um embrião adequado para implantação.

“Por isso que, geralmente, as pacientes têm várias tentativas para conseguir ter a gravidez e algumas, infelizmente, não vão conseguir óvulos bons para realizar isso”, afirma.

Como foi feito o procedimento?

Segundo Padilla, foram coletados cinco óvulos da paciente, resultando em três embriões desenvolvidos. Dada a alta probabilidade de alterações cromossômicas (95% a 100%) nesta faixa etária, conforme explicado anteriormente, foi realizada uma biópsia embrionária nos embriões, resultando em um embrião geneticamente viável para implantação.

Após a transferência do embrião, a boa notícia veio: a paciente engravidou e deu à luz uma menina. “Esse triunfo é particularmente notável, foi o primeiro tratamento de fertilização, nenhuma mulher com essa idade havia alcançado o sucesso em tentativas similares”, explica a especialista.

Padilla conta que a paciente passou por um processo de preparação para a fertilização, incluindo suplementação, alimentação adequada, manutenção do peso corporal e realização de exames de rotina. “Fizemos uma avaliação dos hormônios, preparamos o corpo dela para essa estimulação. Mas, assim como fazemos com todas as nossas pacientes, usamos uma incubadora, onde os embriões ficam sendo cultivados”, completa.

A especialista ressalta que, além da boa preparação, a paciente não tinha outros fatores de risco que poderiam influenciar negativamente no sucesso da fertilização in vitro, como endometriose, ovários policísticos e miomas. Além disso, seu marido também apresentava os espermatozoides dentro da normalidade. “Ela também teve o histórico de duas gestações prévias, ou seja, um histórico de fertilidade prévia. Então, isso com certeza é um diferencial para ter sucesso nesse caso”, acrescenta.

Na visão da especialista, este caso não apenas representa uma vitória para a paciente e sua família, mas também um avanço significativo nas práticas da medicina reprodutiva, trazendo novas esperanças para muitas mulheres que almejam a maternidade após os 42 anos.

Fonte: Mulher de 48 anos engravida por fertilização in vitro com seus próprios óvulos | CNN Brasil


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O ambiente de microgravidade aumenta ainda mais algumas das capacidades regenerativas dessas células

As células-tronco são especiais porque podem continuar a se replicar e se transformar em muitos outros tipos de células. Agora os cientistas descobriram que o ambiente de microgravidade do espaço aumenta ainda mais algumas das capacidades regenerativas dessas células. A conclusão é de um estudo feito pela Clínica Mayo, na Florida, na Estação Espacial Internacional (ISS), publicado recentemente na revista científica NPJ Microgravity.

Como as células-tronco desempenham um papel crucial no processo de reparação do corpo, com a sua capacidade de se replicar e diferenciar rapidamente, estas descobertas podem ajudar no estudo da prevenção e tratamento de doenças.

“O estudo de células-tronco no espaço revelou mecanismos celulares que de outra forma não seriam detectados ou desconhecidos na presença de gravidade normal”, diz o patologista Abba Zubair, da Mayo Clinic, em comunicado. “Essa descoberta indica um valor científico mais amplo para esta investigação, incluindo potenciais aplicações clínicas.”

A bordo da ISS, a equipe analisou o comportamento das células-tronco adultas, que são mais limitadas na forma como se dividem e se transformam em comparação com as células-tronco embrionárias. Células-tronco adultas são frequentemente cultivadas fora do corpo por cientistas para estudar e tratar doenças, mas é um processo desafiador, demorado e caro. O que este estudo mostra é que os laboratórios espaciais poderiam resolver alguns desses problemas.

Foram testados vários tipos de células-tronco, com resultados positivos para todos eles: as células-tronco mesenquimais, por exemplo, demonstraram ser melhores na gestão das respostas do sistema imunológico e na redução da inflamação quando cultivadas em microgravidade.

Para vários dos tipos de células-tronco testados, os cientistas observaram melhorias gerais na forma como as células se expandiam e na estabilidade da sua replicação, mesmo após o seu regresso à Terra. Há muito mais trabalho a fazer, mas existe potencial para cultivar células-tronco em maior número e mais rapidamente na microgravidade.

“O ambiente espacial oferece uma vantagem ao crescimento das células-tronco ao proporcionar um estado tridimensional mais natural para sua expansão, que se assemelha muito ao crescimento das células do corpo humano”, diz Zubair. “Isso é comparado ao ambiente de cultura bidimensional disponível na Terra, que tem menos probabilidade de imitar o tecido humano”.

Normalmente, nossas células-tronco adultas são capazes de gerenciar o desgaste normal do corpo. No entanto, quando algo corre mal, uma infusão extra de células cultivadas em laboratório pode fazer toda a diferença – como demonstraram inúmeras terapias emergentes.

A equipe responsável pela investigação também está confiante de que as células cultivadas no espaço ajudarão no tratamento de condições relacionadas com o envelhecimento, incluindo acidentes vasculares cerebrais, cancro e doenças neurodegenerativas como a demência.

“A investigação espacial realizada até agora é apenas um ponto de partida”, diz Zubair. “Uma perspectiva mais ampla sobre as aplicações das células-tronco é possível à medida que a pesquisa continua a explorar o uso do espaço para o avanço da medicina regenerativa”.

Fonte: Células-tronco cultivadas no espaço podem ajudar na prevenção e tratamento de doenças; entenda


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Segundo estudo, três pacientes que passaram por transplante apresentaram melhoras na visão por mais de um ano

Três pessoas com visão gravemente prejudicada receberam transplantes de células-tronco e tiveram suasvisões substancialmente melhoradas. Os resultados dos procedimentos foram publicados no renomado jornal científico The Lancet.

Segundo o estudo, os três pacientes apresentaram melhoras na visão por mais de um ano após o transplante. Uma quarta pessoa também passou pelo procedimento e apresentou bons resultados, mas não foram duradouros, de acordo com o trabalho.

A camada mais externa da córnea é mantida por um reservatório de células-tronco presentes no anel limbar, um anel escuro localizado ao redor da íris. Em uma condição chamada deficiência de células-tronco limbares (LSCD), essa fonte de células-tronco é esgotada e, consequentemente, um tecido cicatricial acaba revestindo a córnea, levando à cegueira.

A LSCD pode acontecer devido a traumas no olho ou por influência de doenças autoimunes, ou genéticas. O tratamento para essa condição, atualmente, é limitado, podendo envolver o transplante de células da córnea derivadas de células-tronco obtidas do olho saudável de uma pessoa — considerado um procedimento invasivo. Além disso, quando os dois olhos são afetados, transplantes de córnea de doadores falecidos passam a ser uma opção, mas há maior risco de rejeição pelo sistema imunológico do paciente.

Diante disso, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, e seus colegas usaram uma fonte alternativa de células — células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) — para fazer os transplantes de córnea.

Eles pegaram células sanguíneas de um doador saudável e as reprogramaram para um estado semelhante ao embrionário, então as transformaram em uma fina e transparente folha de células epiteliais da córnea em forma de paralelepípedo. Entre 2019 e 2020, os pesquisadores inscreveram duas mulheres e dois homens com idades entre 39 e 72 que tinham LSCD em ambos os olhos. A equipe raspou a camada de tecido cicatricial que cobria a córnea danificada em apenas um olho, costurou folhas epiteliais derivadas de um doador e colocou uma lente de contato protetora macia por cima.

Dois anos após receber os transplantes, nenhum dos participantes apresentou efeitos colaterais graves e os enxertos não foram rejeitados pelos sistemas imunológicos. Após o procedimento, todos apresentaram melhoras imediatas na visão e uma redução na área da córnea afetada pela LSCD. Essas melhoras persistiram em todos os participantes durante um ano, exceto por um deles, que apresentou reversões leves na visão durante o período de observação. Os pesquisadores pretendem iniciar ensaios clínicos em março do próximo ano para avaliar a eficácia do tratamento.

Tratamentos com células-tronco são testados em outros países

Os tratamentos com células-tronco para melhorar problemas de visão não são uma novidade. No mundo, outros estudos já foram realizados ou estão em andamento para tratar doenças oculares.

Em 2014, por exemplo, uma mulher japonesa de 70 anos, que sofria de degeneração macular relacionada à idade, recebeu um tecido derivado de células-tronco pluripotentes induzidas. Em um procedimento de duas horas, uma equipe de oftalmologistas implantou uma lâmina de 1,3 por 3 milímetros de células do epitélio pigmentar da retina em um olho da paciente.

O procedimento ocorreu no Institute for Biomedical Research and Innovation, no Japão, e a paciente não teve nenhuma complicação séria após a cirurgia.

No Brasil, um estudo realizado no Serviço de Retina e Vítreo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da Universidade de São Paulo (USP), em 2017, mostrou que o autotransplante de células-tronco derivadas na medula óssea pode melhorar a visão e oferecer maior estabilidade na fixação em pacientes com degeneração macular relacionada à idade.

O procedimento foi feito com dez pacientes com mais de 50 anos que apresentavam a degeneração macular seca avançada. O material da medula de cada um deles foi coletado no próprio Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, por meio da punção do osso da bacia. Esse material foi processado e as células-tronco isoladas para, em seguida, serem injetadas em uma quantidade de 0,1 mililitro no olho de pior visão.

Os pacientes foram acompanhados a cada três meses após o procedimento e suas funções visuais foram avaliadas por diferentes procedimentos, como medida da melhor acuidade visual corrigida, microperimetria, eletrorretinografia, autofluorescência, angiofluoresceinografia e tomografia de coerência óptica. Ao longo do acompanhamento, o tratamento mostrou-se seguro.

Fonte: Tratamento com células-tronco melhorou visão de pessoas com problemas na córnea | CNN Brasil


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Entre janeiro e novembro deste ano, 431 células foram disponibilizadas

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem registrado aumento do número de coleta de células de medula óssea nos últimos anos. Até novembro de 2024, o total de células-tronco de medula óssea destinadas à doação chegou a 431, número 8% maior do que o registrado em todo o ano anterior (398). Em 2022 foram disponibilizadas 382 células-tronco.

Aumentou também o número de novos doadores, passando de 119 mil em 2022 para 129 mil, entre janeiro e novembro de 2024, segundo o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

“Paralelamente, o número de receptores cadastrados cresceu significativamente, saltando de 1.637 em 2022 para 2.201 em 2023 e chegando a 2.060 até novembro de 2024”, informa o Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, o avanço se deve a um esforço conjunto do Ministério da Saúde, de hemocentros e hemonúcleos estaduais, ao promoverem campanhas de conscientização e cadastramento de doadores e receptores.

Além disso, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) tem contribuído com a qualificação dos cadastros, fidelização de doadores e suporte por meio de diversos canais de atendimento. Cabe ao Inca coordenar as ações técnicas do Redome – entidade que tem o terceiro maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo (o maior entre aqueles com financiamento exclusivamente público), com mais de 5,9 milhões de doadores cadastrados.

Aplicativo Redome

“Uma ferramenta importante no processo de cadastro é o aplicativo Redome. Por meio dele, doadores podem acessar informações sobre a doação, localizar hemocentros, realizar o pré-cadastro e acompanhar todas as etapas até a inclusão definitiva no sistema. O app também gera uma carteirinha de doador”, informou o Ministério da Saúde.

As autoridades ressaltam que o transplante de medula óssea é procedimento essencial para o tratamento de doenças graves do sangue e do sistema imunológico, como leucemias, linfomas, aplasia de medula, síndromes de imunodeficiência e mielomas múltiplos.

“Ele substitui a medula óssea doente ou deficitária por uma saudável, sendo fundamental no tratamento de cerca de 80 doenças”, diz o ministério ao alertar que a maior parte dos pacientes, no entanto, não encontra doador compatível na família.

“A probabilidade depende de diversos aspectos genéticos e de etnia, mas essa chance aumenta significativamente quando doador e paciente pertencem à mesma população”, detalha a pasta ao informar que, no Brasil, estima-se que 70% a 75% dos pacientes que têm um doador compatível identificam esse doador por meio do Redome.

Como buscar doadores

A primeira etapa da busca por contabilidade de doadores é feita entre familiares do paciente. Não havendo compatibilidade, inicia-se uma busca por meio de registros de doadores no Brasil e no exterior.

“A equipe do Redome utiliza tecnologias avançadas para cruzar informações genéticas e identificar possíveis doadores, que são contactados para confirmação de disponibilidade e realização de exames complementares”, diz o ministério.

Como ser um doador

O candidatos a doadores de medula óssea precisam ter entre 18 e 35 anos, mas o cadastro permanece ativo até os 60 anos. É necessário que o doador esteja em boas condições de saúde e sem doenças impeditivas.

O doador precisa apresentar documento oficial com foto e comparecer ao hemocentro mais próximo para a coleta de uma amostra de 10 ml de sangue para exame de compatibilidade genética (HLA).

Fonte: Brasil aumentou em 8% coleta de células-tronco de medula óssea | Agência Brasil


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Primeira imunização deve ser feita no recém-nascido com até um mês de vida para evitar infecções graves

A vacinação é uma rotina que deve fazer parte da nossa vida desde os primeiros dias – literalmente! A primeira vacina do bebê, por exemplo, costuma ser nos primeiros dias e protege contra a tuberculose. Mas ela não é a única a ser aplicada nesse período. Confira a seguir mais informações.  

Qual é a primeira vacina do bebê? 

A primeira vacina a ser aplicada no bebê é a vacina BCG, em esquema de dose única. Ela é um imunizante atenuado (ou seja, contém a bactéria viva, porém atenuada e sem capacidade de provocar a doença) que previne contra a tuberculose, principalmente as formas graves, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar.  

Embora ela seja comumente aplicada no recém-nascido ainda na maternidade, quando isso não ocorre, ela pode ser aplicada posteriormente ou até os cinco anos de idade.  

A vacina BCG é conhecida por causar uma lesão no local da aplicação (aquele famoso “buraquinho” no braço). A evolução habitual dessa lesão acontece, normalmente, da seguinte forma: 

  • Da 1ª à 2ª semana: mácula avermelhada, com endurecimento de 5 mm a 15 mm de diâmetro. 
  • Da 3ª à 4ª semana: pústula que se forma com o amolecimento do centro da lesão, seguida pelo aparecimento de crosta. 
  • Da 4ª à 5ª semana: úlcera com 4 mm a 10 mm de diâmetro.
  • Da 6ª à 12ª semana: cicatriz com 4 mm a 7 mm de diâmetro.
  • Em alguns casos, pode haver recorrência da lesão, mesmo após a cicatrização completa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, cerca de 10% dos vacinados não apresentam lesões, o que não indica a ausência de proteção e nem constitui indicação de revacinação.  

Além de receber a vacina BCG ainda na maternidade, o bebê precisa tomar também a vacina hepatite B para protegê-lo contra uma doença viral que ataca o fígado. Neste caso, o esquema vacinal é composto por 3 ou 4 doses, na dependência de se administrar esquema com três doses de Hexavalente (aos 2, 4 e 6 meses de idade) ou duas doses de Hexavalente (aos 2 e 6 meses) e uma de Pentavalente (aos 4 meses de idade). 

Quando o bebê deve tomar a primeira vacina? 

O ideal é que a vacina BCG seja administrada de forma intradérmica o mais precocemente possível. A recomendação é de que isso aconteça ainda na maternidade, em recém-nascidos que pesem no mínimo 2 kg. 

O mesmo vale para a vacina contra a hepatite B. A primeira dose deve ser aplicada de forma intramuscular nas primeiras 12 horas depois do nascimento. Já a segunda dose deve ser administrada aos 2 meses de idade, junto às vacinas de 2 meses; enquanto a terceira é indicada aos 6 meses, junto às vacinas de 6 meses. 

Calendário vacinal do bebê 

Confira a seguir o calendário de vacinação do bebê desde o nascimento até o primeiro ano de vida:  

  • Ao nascer:  

– BCG (tuberculose – dose única) 

– Hepatite B (1ª dose)   

  • 2 meses: 

– Hexavalente (difteria, tétano, coqueluche acelular, hepatite B, poliomielite e Haemophilus influenzae b) (1ª dose) * 

– Rotavírus (1ª dose) ** 

– Pneumocócica 13 ou 15 valente (1ª dose)***   

* No SUS, a vacina aplicada é a pentavalente no mesmo dia que a VIP (vacina inativada da poliomielite). 

** No SUS, a vacina usada é a monovalente e o esquema é de duas doses, aos 2 e aos 4 meses; no caso da vacina pentavalente, disponível na rede privada, o esquema vacinal é de três doses (2-4-6 meses). 

*** No SUS, a vacina usada é a VPN10 aplicada no esquema 2-4 meses e reforço aos 12 meses; no particular, a vacina é a VPN13 aplicada no esquema 2-4-6 meses e reforço entre 12 e 15 meses.   

  • 3 meses  

Meningocócica ACWY + Meningocócica B (1ª dose)* 

* No SUS, a vacina aplicada é a meningocócica C. A vacina meningocócica B não é oferecida na rede pública.   

  • 4 meses  

– Hexavalente (difteria, tétano, coqueluche acelular, hepatite B, poliomielite e Haemophilus influenzae b) (2ª dose) *  

– Rotavírus (2ª dose) ** 

– Pneumocócica 13 ou 15 valente (2ª dose) ***   

* No SUS, a vacina aplicada é a pentavalente no mesmo dia que a VIP (vacina inativada da poliomielite) 

** No SUS, a vacina usada é a monovalente e o esquema é de duas doses, aos 2 e aos 4 meses; no caso da vacina pentavalente, disponível na rede privada, o esquema vacinal é de três doses (2-4-6 meses). 

*** No SUS, a vacina usada é a VPN10 aplicada no esquema 2-4 meses e reforço aos 12 meses; no particular, a vacina é a VPN13 aplicada no esquema 2-4-6 meses e reforço entre 12 e 15 meses.   

  • 5 meses  

Meningocócica ACWY + Meningocócica B (2ª dose) *   

* No SUS, a vacina aplicada é a meningocócica C. A vacina meningocócica B não é oferecida na rede pública.   

  • 6 meses  

– Hexavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, poliomielite e Haemophilus influenzae b) (3ª dose) * 

– Rotavírus (3ª dose) ** 

– Pneumocócica 13 ou 15 valente (3ª dose) *** 

– Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) (dose zero) **** 

– Influenza (gripe) – (duas doses no primeiro ano)
OBS.: aplicação anual   

* No SUS, a vacina aplicada é a pentavalente no mesmo dia que a VIP (vacina inativada da poliomielite). 

** Esta dose não é oferecida no SUS.  

*** Apenas para quem recebeu a vacina VPC13 ou VPC15, na rede particular. 

**** Aplicada onde ainda há circulação do vírus do sarampo.   

  • 9 meses  

– Febre amarela (1ª dose)   

  • 12 meses  

– Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) (1ª dose)  

– Varicela (catapora) (1ª dose) 

– Hepatite A (1ª dose) * 

– Pneumocócica 13 ou 15 valente (reforço) ** 

– Meningocócica ACWY + Meningocócica B (1º reforço) ***
 

* No SUS, a vacina está disponível em dose única aos 15 meses. 

** No SUS, a vacina usada é a VPN10 aplicada no esquema 2-4 meses e reforço aos 12 meses; no particular, a vacina é a VPN13 aplicada no esquema 2-4-6 meses e reforço entre 12 e 15 meses. 

*** No SUS, o reforço é feito apenas com a Meningocócica C.   

Fonte: Primeira vacina do bebê: quando é feita e para que serve | Blog Nav Dasa


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Cientistas da Universidade de Pequim, da Hangzhou Reprogenix Bioscience e do Laboratório Changping desenvolveram um tratamento com células-tronco que pode “curar” a diabetes tipo 1. Como descrito em um artigo na Cell, a terapia conseguiu reverter a dependência de insulina em uma paciente de 25 anos.
O método consiste em transplantar novas células produtoras de insulina para substituir as que foram perdidas. No teste, as células-tronco do tecido adiposo da paciente foram isoladas e transformadas em células de ilhotas – que geram a insulina no pâncreas. Posteriormente, essas células foram cultivadas e transplantadas novamente nos músculos do abdômen.

Tratamento com células-tronco ‘curou’ diabetes em 75 dias

Apenas duas semanas após receber o tratamento, a paciente apresentou uma redução da necessidade de doses diárias de insulina. 75 dias depois, ela já estava totalmente independente das aplicações do hormônio, com o organismo capaz de produzi-lo por conta própria. Ela continuou sendo monitorada durante um ano, e passou mais de 98% desse período com uma faixa glicêmica saudável. Além disso, a equipe ainda destaca que não foi localizada nenhuma anormalidade em decorrência do transplante de células-tronco, mas o fato de o sistema imunológico ainda precisar ser suprimido é uma complicação potencial – já que a substituição das células não elimina a doença.

Mesmo que os resultados sejam promissores, a equipe destaca que ainda são necessários “estudos clínicos adicionais para avaliar o transplante das ilhotas”. Atualmente, outros dois participantes estão inscritos nos testes com a terapia de células-tronco.

Fonte: Tratamento com células-tronco demonstra potencial de curar diabetes


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Desde sua estreia no universo dos estudos, em 1956, as células-tronco se projetaram como a grande e promissora ferramenta da medicina regenerativa. Com potencial de se metamorfosear em diferentes unidades do organismo, elas passaram por altos e baixos em sua carreira científica, protagonizando conquistas extraordinárias sem deixar de enfrentar desafios e reveses dentro e fora dos laboratórios. Agora, uma relevante fronteira acaba de ser cruzada: pesquisadores japoneses conseguiram, de forma inédita, devolver a visão a três pessoas com danos severos na córnea, estrutura na superfície ocular que nos permite enxergar com nitidez. Eis um marco na história das batalhas para tentar vencer ou reverter a cegueira.

O trabalho, publicado no renomado periódico The Lancet, é fruto de uma aposta em uma inovação que rendeu, no ano de 2012, o Prêmio Nobel de Medicina ao japonês Shinya Yamanaka e ao britânico John Gurdon: a reprogramação de células-tronco adultas para um estado semelhante ao embrionário, o mais adequado para que elas atinjam seu máximo poder de transformação. Com as chamadas células pluripotentes induzidas, um grupo da Universidade de Osaka decidiu tratar duas mulheres e dois homens com idade entre 39 e 72 anos que tinham lesões na córnea e não conseguiam mais enxergar com clareza.

Cabe explicar que, dentro do globo ocular, há um reservatório natural de células-tronco em uma região da córnea chamada limbo. Doenças genéticas, queimaduras com produtos químicos, alergias severas e infecções podem colapsar a região, causando a deficiência dessas unidades. Isso é acompanhado pela formação de cicatrizes — afinal, o tecido não consegue se recompor — capazes de comprometer a capacidade de ver o mundo. Mas por que não tentar um transplante de córnea convencional? “Em alguns casos, como o desses pacientes no Japão, o procedimento tem mau prognóstico”, diz o oftalmologista Otávio Magalhães, pesquisador da Unifesp que desenvolve córneas artificiais de titânio. “É o que ocorre em pessoas que já foram transplantadas sem sucesso.”

O diferencial do método nipônico foi modificar células sanguíneas de um doador saudável para a realização do transplante em 2019. Dois anos depois, os especialistas observaram que três dos quatro pacientes apresentaram melhora significativa da acuidade visual. Os olhos que antes apresentavam uma aparência leitosa estavam novamente brilhantes. E as paisagens também voltaram ser vistas com limpidez. O próximo passo será testar a intervenção numa amostra maior de voluntários.

A terapia celular é prova inconteste do empenho de cientistas de diversos cantos do planeta por soluções capazes de fechar o cerco a diferentes causas de deficiência visual. Uma das invenções, ainda sem data para início de testes em humanos, é o chip óptico da Neuralink, empresa do bilionário Elon Musk. O Blindsight, que recebeu um tipo de selo da agência regulatória americana, a FDA, como “dispositivo inovador”, se propõe a emitir os sinais normalmente direcionados da retina, no fundo do olho, para o cérebro, levando à formação das imagens, mesmo em pessoas com problemas sérios no nervo óptico e até mesmo sem o globo ocular. “São fontes diversas de estudos com o objetivo de minimizar a cegueira, um problema que ainda é alvo de estigmas”, afirma a oftalmologista Myrna Serapião, diretora médica da rede de hospitais Vision One.

A preocupação com a perda de visão é global. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que ao menos 2,2 bilhões de indivíduos vivam com algum grau de comprometimento, mas cerca de 1 bilhão teriam um quadro que poderia ter sido prevenido ou revertido com tratamento. É o caso de condições que demandam acompanhamento para detecção precoce, como o glaucoma — a lesão no nervo óptico por aumento da pressão ocular — e a retinopatia diabética, que lesa os vasos sanguíneos que irrigam a retina. Por isso, tão cruciais quanto os avanços terapêuticos a que assistimos são os exames preventivos e o check-up oftalmológico anual.

Ainda há barreiras a serem superadas, e o alto custo das novas tecnologias é uma delas. No entanto, a evolução da medicina permite vislumbrar um futuro promissor para a recuperação de um sentido tão ligado às emoções, à orientação no espaço e à construção de memórias. “Nos próximos anos, vamos ter uma revolução para vencer a cegueira”, aposta Myrna. A pesquisa japonesa com as celebradas células-tronco indica que já é possível enxergar uma luz no fim desse túnel.

Fonte: Pela primeira vez na história, cientistas revertem… | VEJA