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ROCHESTER, Minnesota — Um estudo da Mayo Clinic mostra que as células-tronco derivadas da própria gordura dos pacientes são seguras e podem melhorar a sensação e o movimento após lesões traumáticas na medula espinhal. As descobertas do ensaio clínico de fase 1 foram apresentadas na Nature Communications. Os resultados dessa pesquisa inicial trazem insights sobre o potencial da terapia celular para pessoas que vivem com paralisia e lesões na medula espinhal que têm opções extremamente limitadas de melhoria da função.

No estudo com 10 adultos, a equipe de pesquisa observou que sete participantes mostraram melhorias com base na Escala de Comprometimento da ASIA (American Spinal Injury Association em inglês). As melhorias incluíram aumento da sensibilidade no teste com picada de agulha e toque leve, aumento da força em grupos motores musculares e recuperação da contração anal voluntária, que auxilia na função intestinal. A escala possui cinco níveis, que vão desde a perda completa da função até a função normal. Dos sete participantes que apresentaram melhoria, cada um subiu pelo menos um nível na escala ASIA. Três pacientes do estudo não tiveram resposta, ou seja, não melhoraram, mas também não pioraram.

“Este estudo documenta a segurança e o benefício potencial das células-tronco e da medicina regenerativa”, disse Mohamad Bydon, M.D., um neurocirurgião da Mayo Clinic e primeiro autor do estudo. “A lesão na medula espinhal é uma condição complexa. Pesquisas futuras podem mostrar se as células-tronco combinadas com outras terapias podem fazer parte de um novo paradigma de tratamento que melhora os resultados dos pacientes.”

Não foram notificados eventos adversos graves após o tratamento com células-tronco. Os efeitos colaterais mais comumente relatados foram dor de cabeça e dor musculoesquelética resolvidas com medicamentos sem receita.

Além de avaliar a segurança, esse ensaio clínico de fase 1 teve um desfecho secundário de avaliação de alterações na função motora e sensorial. Os autores observam que os resultados motores e sensoriais devem ser interpretados com cautela, devido aos limites dos estudos de fase 1. Pesquisas adicionais estão em andamento com um grupo maior de participantes para avaliar ainda mais os riscos e os benefícios.

Os dados completos sobre os 10 pacientes vêm após um relato de caso de 2019 que destacou a experiência do primeiro participante do estudo que demonstrou melhora significativa na função motora e sensorial.

O mecanismo de ação das células-tronco não é totalmente compreendido

No ensaio clínico multidisciplinar, os participantes tinham lesões medulares decorrentes de acidentes automobilísticos, quedas, entre outras causas. Seis tiveram lesões no pescoço e quatro tiveram lesões nas costas. A idade dos participantes variou de 18 a 65 anos.

As células-tronco dos participantes foram coletadas retirando uma pequena quantidade de gordura de uma incisão de 1 a 2 polegadas no abdômen ou na coxa. Durante quatro semanas, as células foram expandidas em laboratório para 100 milhões de células e, em seguida, injetadas na espinha lombar dos pacientes, na parte inferior das costas. Ao longo de dois anos, cada participante do estudo foi avaliado 10 vezes na Mayo Clinic.

Embora se entenda que as células-tronco se movem em direção às áreas de inflamação (neste caso, a lesão é na medula espinhal), o mecanismo de interação das células com a medula espinhal não é totalmente compreendido, diz o Dr. Bydon. Como parte do estudo, os pesquisadores analisaram mudanças nas ressonâncias magnéticas e no líquido cefalorraquidiano dos participantes, bem como nas respostas à dor, pressão e outras sensações. Os pesquisadores buscam pistas para identificar processos de lesão em nível celular e caminhos para regeneração e cura potenciais.

A medula espinhal tem capacidade limitada de reparar suas células ou gerar novas. Os pacientes normalmente experimentam a maior parte da recuperação nos primeiros seis a 12 meses após a ocorrência das lesões. A melhora geralmente se interrompe 12 a 24 meses após a lesão. No estudo, um paciente com lesão da coluna cervical recebeu células estaminais 22 meses depois da lesão, com melhoria de um nível na escala ASIA após o tratamento.

Dois dos três pacientes com lesões completas da espinha torácica (ou seja, não tinham sensibilidade ou movimento abaixo da lesão entre a base do pescoço e o meio das costas) subiram dois níveis na escala ASIA após o tratamento. Cada um deles recuperou um pouco de sensação e um pouco de controle de movimentos abaixo do nível da lesão. Com base na compreensão dos pesquisadores sobre a lesão traumática da medula espinhal torácica, esperava-se que apenas cinco por cento das pessoas com uma lesão completa recuperariam qualquer sensação ou movimento.

“Na lesão da medula espinhal, mesmo uma leve melhora pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida do paciente”, disse o Dr. Bydon.

A pesquisa sobre células-tronco para lesões na medula espinhal prossegue

As células-tronco são usadas principalmente em pesquisas nos EUA, e o tratamento com células-tronco derivadas de gordura para lesão na medula espinhal é considerado experimental pela FDA (Food and Drug Administration em inglês).

Entre 250.000 e 500.000 pessoas em todo o mundo sofrem uma lesão na medula espinhal por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

Um próximo passo importante seria avaliar a eficácia das terapias com células-tronco em subconjuntos de pacientes que mais se beneficiariam, diz Dr. Bydon. A pesquisa continua com um ensaio maior e controlado que designa aleatoriamente pacientes para receber o tratamento com células-tronco ou um placebo sem células-tronco.

“Por anos, o tratamento da lesão medular foi limitado a cuidados de apoio, mais especificamente cirurgia de estabilização e fisioterapia”, disse o Dr. Bydon. “Muitos livros didáticos históricos afirmam que essa condição não melhora. Nos últimos anos, temos visto descobertas da comunidade médica e científica que desafiam as suposições anteriores. Essa pesquisa é um passo à frente em direção ao objetivo final de melhorar os tratamentos para os pacientes.”

Dr. Bydon é o professor de neurocirurgia de Charles B. e Ann L. Essa pesquisa foi possível com o apoio de Leonard A. Lauder, C and A Johnson Family Foundation, The Park Foundation, Sanger Family Foundation, Eileen R.B. e Steve D. Scheel, Schultz Family Foundation, entre outros generosos benfeitores da Mayo Clinic. A pesquisa é parcialmente financiada por uma bolsa da Mayo Clinic chamada Transform the Practice.

Fonte: Estudo documenta segurança e melhorias da terapia com células-tronco para lesões na medula espinhalrelata   – Rede de Notícias da Mayo Clinic


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Lauren Dalat de Sousa Coelho, uma farmacêutica brasileira foi selecionada entre as jovens pesquisadoras premiadas pelo Lush Prize 2024, uma honraria britânica que apoia iniciativas para acabar com o uso de animais em testes. Lauren também receberá um prêmio de £10 mil (aproximadamente R$ 69 mil) pelo seu projeto inovador de pesquisa.

Segundo o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF-SE), o projeto da mestranda da Universidade Federal de Goiás (UFG) utiliza células-tronco de dentes humanos para desenvolver um modelo que testa a teratogenicidade (potencial de causar malformações em bebês) de cosméticos.

“Este modelo é crucial, pois atualmente não existem métodos in vitro (que analisam células fora do contexto do organismo) para avaliar a teratogenicidade de produtos cosméticos disponíveis no Brasil”, destacou a premiação.

A organização do Lush Prize enfatiza que, no Brasil, o uso de animais vertebrados em testes de cosméticos é proibido quando os ingredientes já possuem evidências científicas de segurança e eficácia. No entanto, a prática ainda é permitida na ausência de métodos alternativos de teste.

“A avaliação da toxicidade reprodutiva é feita principalmente usando animais, com apenas um teste requerendo milhares de animais. Além disso, a maioria dos modelos in vitro atualmente disponíveis para estudos de toxicidade no desenvolvimento usam células animais, o que exige que os animais sejam sacrificados”, apontou a organização.

Lauren Dalat de Sousa Coelho destacou a importância de sua pesquisa ao CRF-SE, afirmando que os testes feitos em animais nem sempre refletem com precisão as reações humanas.

“Nossa pesquisa oferece um método mais realista e ético, em linha com as novas regulamentações brasileiras que incentivam métodos alternativos”, disse ao conselho. Este novo modelo promete não apenas substituir os testes em animais, mas também proporcionar resultados mais relevantes para a saúde humana.

Fonte: Brasileira recebe honraria britânica por pesquisa com células-tronco (diariodocentrodomundo.com.br)


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Gunner Lewis-Vale, que sofre com mucopolissacaridose tipo I desde os 17 meses de vida, teve o procedimento realizado a partir do sangue do cordão umbilical de um bebê

Uma criança de cinco anos conseguiu sair de casa pela primeira vez, em seis meses, após passar por um transplante bem-sucedido de células-tronco, na Inglaterra. O procedimento foi feito a partir do sangue do cordão umbilical de um bebê, informou o jornal britânico Daily Mirror. O inglês Gunner Lewis-Vale sofre com uma doença genética rara desde os 17 meses de vida.

À época em que surgiram os primeiros sinais da condição de saúde do garoto, seus pais, Holly e Jamie, foram informados de que, sem a cirurgia, ele viveria somente por um ou dois anos. Um transplante anterior, com um doador da Alemanha , já havia sido feito, mas não obteve sucesso.

O procedimento mais recente tinha o objetivo de estender e melhorar a qualidade de vida de Gunner, morador da cidade de Shropshire, usando amostras de um cordão umbilical doado há 15 anos e congelado em vapor de nitrogênio líquido a – 150ºC. Após o transplante, feito em janeiro, Gunner precisou se isolar por seis meses para que seu sistema imunológico tivesse tempo de construir glóbulos brancos suficientes para combater naturalmente a infecção.

A mãe Holly, de 34 anos, conta que, agora, o filho pode aproveitar o verão europeu e tem se divertido pela cidade onde vivem com a irmã Daisy, de sete anos. “Nós nos aventuramos no parque, na pista de skate, passeamos com o cachorro, corremos para a escola com sua irmã mais velha e saímos para alimentar os patos. A personalidade atrevida de Gunner está voltando. Ele é um garoto inteligente com um vínculo incrível com a irmã. Somos eternamente gratos à incrível mãe que doou o cordão umbilical de seu bebê”, relatou Holly em entrevista ao Mirror.

Gunner tem a forma mais grave de mucopolissacaridose tipo I, uma condição hereditária rara que impede a quebra de certos açúcares no corpo. O acúmulo de substâncias pode gerar problemas no desenvolvimento físico e mental. Ele recebeu o diagnóstico da doença em março de 2021. O primeiro sintoma apresentado pelo garoto foi um umbigo saliente, que se dava por conta do acúmulo de açúcares em seu fígado e baço.

Após o transplante, a família do menino tem apoiado o apelo do NHS Blood and Transplant, órgão do Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido responsável por coletar sangue e outros tecidos, para que mais pessoas se registrem como doadores de células-tronco no país.

“Os glóbulos brancos do doador, esperançosamente, produzirão a enzima que lhe faltava, que decompõe o açúcar”, explicou a mãe do garoto.

Guy Parkes, chefe de doação de células-tronco do NHS Blood and Transplant, endossa o pedido. “Estamos felizes em ver Gunner brincando lá fora. Os transplantes de células-tronco só são possíveis graças à generosidade dos doadores”, finalizou.

Fonte: Criança com doença genética rara recebe transplante de células-tronco na Inglaterra (globo.com)


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Escolher o nome perfeito para uma filha é uma decisão emocionante e cheia de significado para os pais. É um momento em que se consideram não apenas as preferências individuais, mas também os valores, as aspirações e até mesmo a sonoridade do nome.

Este artigo apresenta uma lista abrangente de 90 nomes de bebê feminino, desde os clássicos até os mais modernos, com seus significados e origens, além de oferecer dicas úteis para ajudar os pais a tomarem essa decisão importante.

Confira a lista:

  1. Aurora – Significa “amanhecer” ou “aurora”.
  2. Isabella – Significa “consagrada a Deus” ou “Deus é juramento”.
  3. Sophia – Significa “sabedoria” ou “conhecimento”.
  4. Olivia – Significa “azeitona” ou “paz”.
  5. Arabella – Significa “linda” ou “graciosa”.
  6. Anastasia – Significa “ressurreição” ou “aquela que se levanta novamente”.
  7. Genevieve – Significa “mulher de família nobre” ou “raça”.
  8. Seraphina – Significa “ardente” ou “fogo”.
  9. Cordelia – Significa “coração” ou “filha do mar”.
  10. Celeste – Significa “celestial” ou “do céu”.

Fonte: Nomes de Bebê Feminino: 90 Tendências para 2024! (platinumkids.com.br)


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As lesões na coluna são danos que afetam a estrutura vertebral e podem causar dor crônica, limitações de movimento e até mesmo paralisia. Elas são causadas por acidentes, má postura ou doenças degenerativas e prejudicam bastante a qualidade de vida do paciente.

O tratamento tradicional desse tipo de lesão é muito complexo, baseado no uso de analgésicos, anti-inflamatórios e dispositivos ortopédicos para melhorar a mobilidade e postura da área afetada, e muitas vezes, não é eficaz na melhora do problema.

Elas conseguem se diferenciar em vários tipos celulares, regenerando tecidos e reduzindo a inflamação, como demonstra o novo estudo “Desenvolvimento urbano sustentável em saúde: integrando pesquisas em células-tronco para lesões na coluna“, publicado na Revista Políticas Públicas e Cidades pelo Neurocientista e médico ortopedista, Luiz Felipe Carvalho, pioneiro no Brasil em cirurgia com uso de células-tronco, tendo recuperado diversos atletas famosos e pelo Pós PhD em neurociências, Fabiano de Abreu Agrela.

“O tratamento com células-tronco tem como objetivo recuperar as células nervosas danificadas na medula espinhal após a lesão usando métodos como transplante intravenoso ou punção lombar. As células-tronco podem ser administradas na coluna de várias maneiras, ajudando a complementar a estimulação epidural, por exemplo. Elas têm potencial para regenerar tecidos danificados de forma única”, explica Luiz Felipe Carvalho.

Células tronco x tratamento tradicional

De acordo com Luiz Felipe, que já utiliza a técnica há anos para recuperar a mobilidade de pessoas com lesões na coluna, as células-tronco trazem melhores resultados por agir na regeneração dos danos na coluna do paciente.

“Enquanto o tratamento convencional usa analgésicos e fisioterapia para aliviar a dor e melhorar a mobilidade, o tratamento com células-tronco age diretamente nos problemas do paciente”.

“Isso ajuda a reduzir a lesão de forma mais eficaz por estimular a regeneração, melhorar a formação de cicatrizes e gerar uma recuperação mais rápida, sendo menos invasivo que procedimentos cirúrgicos e mais eficaz que os medicamentosos, pois tem um poder ímpar de modulação das dores de forma permanente”, afirma Luiz Felipe Carvalho.

Fonte: Estudo analisa uso de células-tronco para tratar lesões na coluna – Medicina S/A (medicinasa.com.br)


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O congelamento do sêmen é uma opção para homens que irão passar por procedimentos que podem comprometer a ejaculação e/ou a produção de espermatozóides. A amostra é armazenada na Criogênesis, pode ser usada a qualquer momento e não tem prazo de validade.
É indicado fazer o congelamento:
– homens com diversos tipos de câncer ou cirurgia (próstata, bexiga, uretra e testículos)
– homens que serão submetidos à vasectomia
– homens que trabalham em profissões de risco (exemplo: mergulhadores profissionais, área da construção civil, etc)
– homens expostos a agentes químicos ou metais pesados que possam comprometer a fertilidade
Para saber mais, ligue para 0800-7732166

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Lateral brasileiro do Tottenham trata de uma contusão sofrida no ano passado que, há cerca de um mês, voltou a incomodá-lo

Após voltar a sofrer com dores no tendão patelar (ligamento do joelho importante para a movimentação da articulação), o brasileiro Emerson Royal, lateral-direito do Tottenham, passou por um procedimento de implante de células-tronco para tratar da lesão, na semana passada. A contusão ocorreu há cerca de um ano, contudo, voltou a trazer problemas ao jogador neste mês.

Resultados de exames indicaram que a região passava por uma calcificação (uma formação óssea), o que afetou a cicatrização da lesão e causou dores ao jogador brasileiro. Por conta da nova contusão no local, Royal não entra em campo desde o dia 2 de fevereiro, quando disputou a sua última partida pelo Tottenham, contra o Crystal Palace.

– A taxa de eficácia do procedimento é de 100%. São utilizadas células do próprio paciente sem nenhum risco de rejeição, sendo que as células são para desinflamar, cicatrizar e regenerar as lesões em até 70% menos do que o prazo original. Se uma lesão tem 30 dias de cicatrização, conseguimos, com o uso da técnica adequada, cicatrizar em até dez dias – explica o especialista em células tronco, Dr. Luiz Felipe Carvalho, médico responsável pelo tratamento do lateral brasileiro.

O procedimento consiste na extração de células-tronco da medula óssea do próprio paciente. O material retirado é responsável por acelerar a recuperação de diversas contusões, além de ter função anti-inflamatória. Com a técnica, ossos, músculos e cartilagens também podem ser regenerados.

De acordo com Emerson, após as aplicações de células-tronco as dores na região cessaram.

“Eu não conseguia dar um passo, não tinha força, doía muito, alguns dias depois (do tratamento) eu já não sentia mais dores, depois fizemos a segunda aplicação para deixar o tendão mais forte, mas já não sentia mais nenhuma dor”, relata o jogador do Spurs.

Além de Emerson Royal, o ex-jogador do Internacional, Rodrigo Dourado, Ferreirinha (São Paulo), Nicolas Lodeiro (Orlando City) e o ex-jogador uruguaio Diego Lugano, são alguns dos jogadores de futebol que já passaram pelo tratamento de células-tronco com o profissional.

Fonte: Emerson Royal inova e adere a tratamento com células-tronco para tratar grave lesão | futebol inglês | ge (globo.com)


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Homem foi submetido a um tratamento inovador baseado em células-tronco, que chamou a atenção da comunidade científica internacional

A osteomielitefúngica é uma condição rara causada por uma infecção popularmente conhecida como “fungo negro”. Em humanos, ela causa necrose nos ossos e, na maioria dos casos, atinge o sistema nervoso central do paciente, causando a morte de forma rápida.

Embora rara, a doença apareceu na região do maxilar de um morador de São Lourenço do Oeste (SC) em 2017. Ricardo Fratin, hoje com 41 anos, foi atendido no Instituto Zétola, em Curitiba (PR). Lá, ele foi submetido a um tratamento inovador, que utilizou as próprias células-tronco do paciente.

A terapia foi um sucesso, e chamou a atenção da comunidade internacional. Uma parte dos estudos envolvendo o caso viraram um artigo publicado em 2022 no Journal of Contemporary Diseases and Advanced Medicine .

Em comunicado, o cirurgião maxilo-facial André Zétola, responsável pelo caso, explica que a doença é extremamente rara e agressiva. “Em um primeiro momento, conseguimos debelar a infecção fúngica, preservando a vida do paciente. Posteriormente, reconstruímos o osso maxilar dele usando células-tronco. Casos assim reforçam a importância de um diagnóstico precoce, além de ação imediata do cirurgião”.

Estima-se que quase 10 mil novos diagnósticos da condição surjam por ano no mundo, com uma taxa de mortalidade que pode chegar a 46%. As informações são do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos Estados Unidos (NCBI).

A nível nacional, um levantamento do Ministério da Saúde referente a janeiro de 2018 e junho de 2021 registrou 157 casos de “mucormicose” no país. A estatística não considera só de casos no maxilar, mas todos os tipos de infecções do fungo negro por vias nasais e mucosas orofaciais.

Tratamento inovador

As mucormicoses podem surgir após a ingestão indevida do bolor de pães, vegetais e frutas em decomposição. O seu consumo raramente afeta pessoas saudáveis, mas indivíduos com imunidade comprometida (como aqueles com diabetes, HIV ou em tratamento quimioterápico) são mais suscetíveis à infecção.

Também existe uma relação da disseminação do fungo em pacientes imunossuprimidos por questões psicológicas. Este foi o caso de Fratin, que, na época, vivia um episódio depressivo.

Há 7 anos, quando chegou ao Instituto Zétola, o homem apresentava sintomas de dor e amolecimento nos dentes. Fazia apenas 21 dias que ele tinha feito uma cirurgia para desvio de septo e sinusite crônica.

Logo no atendimento inicial, o médico já constatou pelo menos 10 milímetros de perda óssea no dente central e necrose no maxilar. Foi feita, então, uma cirurgia para retirada do osso, e o material foi enviado à análise para verificar qual o tipo de osteomielite acometia o paciente.

Em poucas semanas, o resultado da biópsia apontou para a osteomielite fúngica. A infecção progrediu rapidamente, destruindo o osso maxilar e o assoalho nasal, comprometendo todos os dentes superiores.

Desta forma, o cirurgião André Zétola ordenou uma nova cirurgia de emergência para remover o tecido infectado. Durante o procedimento, ele foi acompanhado pelo otorrinolaringologista Marco Cesar Jorge dos Santos.

Todo o osso maxilar foi removido até a altura do assoalho do seio maxilar e o assoalho nasal, para preservar a vida de Ricardo, uma vez que o fungo chegou muito próximo da cavidade nasal. Sem sustentação óssea, as bochechas do paciente “entravam” na boca, e o nariz ficou caído.

Após a cirurgia, o paciente foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva do Hospital VITA Batel, onde o médico intensivista Rafael Deucher passou a ministrar oantifúngico Anfotericina. Foram dias de internação em tratamento intravenoso.

Erradicada a infecção, Zétola utilizou um fator de crescimento que atraiu células-tronco do próprio paciente para promover a regeneração óssea do maxilar. Em um período de seis a oito meses, o osso da face se reconstruiu sozinho, o que permitiu, na sequência, a colocação de implantes dentários.

Fonte: Caso raro de fungo que causa necrose no osso é tratado em homem no Paraná | Saúde | Galileu (globo.com)


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Pesquisadores envolvidos em projeto temático financiado pela Fapesp utilizam edição genética para expressar proteína morfogenética óssea

Reconstrução microtomográfica 3D da formação de tecido ósseo em defeitos criados em crânio de ratos e tratados com células-tronco

Entre os tecidos do corpo humano com maior capacidade de regeneração natural após um trauma ou intervenção cirúrgica, os ossos requerem, na maior parte das vezes, cuidados simples para se consolidar e voltar à sua função normal – basta um período de imobilização por meio de gesso, por exemplo. Para os casos em que a extensão do defeito ultrapassa a capacidade de reparação, são necessários tratamentos adicionais. É nessa frente que atuam os pesquisadores do Bone Research Lab, ligado à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-USP), com apoio da Fapesp.

“Nosso objetivo central é investigar células-tronco como ferramenta em terapias para promover a regeneração óssea em substituição aos enxertos, que podem gerar problemas como dor e inflamação, e até a não integração com o osso do paciente, ou seja, a rejeição do enxerto”, conta Adalberto Luiz Rosa, professor e chefe do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia da Forp-USP.

“Entretanto, ao iniciar os trabalhos em modelo animal, com células-tronco mesenquimais, não observamos o preenchimento completo e nem o restabelecimento do tecido ósseo original e passamos a buscar alternativas, como a modificação das células para torná-las mais eficazes.”

Uma dessas novas possibilidades é a utilização de células-tronco editadas geneticamente (com alteração do DNA) por meio da técnica Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPR) para expressar proteínas que atuam na formação óssea, entre elas a proteína morfogenética óssea 9 (BMP-9). Ao testar essas células, os pesquisadores constataram que defeitos ósseos criados no crânio de ratos e tratados com injeção local dessas células exibiram maior formação e densidade mineral óssea, detectadas por microtomografia computadorizada, do que defeitos tratados com células que não expressavam BMP-9. Foi a primeira vez que isso foi confirmado na comunidade científica.

Os melhores resultados foram atingidos, no entanto, quando o meio condicionado, contendo o secretoma (conjunto de proteínas expressas e secretadas no espaço extracelular, neste caso) dessas células modificadas, foi injetado localmente em defeitos ósseos criados no crânio de camundongos. Comparado ao secretoma de células que não expressavam BMP-9, o secretoma das que expressavam aumentou o reparo ósseo, demonstrado pelos maiores volume e superfície óssea avaliados por microtomografia computadorizada. Esses achados abrem caminho para o desenvolvimento de novas terapias para o tratamento de defeitos ósseos baseadas em células e seus derivados.

“Apesar de as células-tronco terem um papel importante – mesmo que não muito bem esclarecido – no processo de formação óssea, essa atuação não é direta: nossa hipótese é que o maior responsável por isso seja o secretoma”, diz Rosa.

Próximos passos

Parte dos dados obtidos pelos pesquisadores foi divulgada em artigos nos periódicos Journal of Cellular Physiology e Gene Therapy, mas eles acreditam que ainda há um longo caminho pela frente a ser percorrido.

“Mais pesquisas devem ser feitas para oferecermos subsídios a estudos clínicos, com pacientes, para transformar o método em uma terapia adicional para os casos graves, em que a consolidação da fratura ou a regeneração do defeito ósseo não são obtidas por meio dos tratamentos convencionais”, acredita Rosa.

“Para isso, é necessário refinar todo o processo para atingir a regeneração óssea completa. Uma dessas possibilidades seria o isolamento de componentes do secretoma celular com maior potencial osteogênico para serem utilizados no tratamento dos defeitos ósseos.”

Fonte: Estudo de regeneração óssea abre caminho para novas terapias baseadas em células-tronco | Governo do Estado de São Paulo (saopaulo.sp.gov.br)


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Cientistas de 25 países resolveram estudar o impacto da realização de cesarianas em grávidas de gêmeos. O esforço internacional foi motivado pelo aumento do número de cirurgias agendadas nestes casos em todo o mundo devido à crença de que há um risco maior para a mãe e os bebês quando o nascimento ocorre por parto normal. Só nos Estados Unidos, o índice saltou 50% entre 1995 e 2008, para 75% dos partos de gêmeos.

O estudo analisou 2,8 mil partos ao longo de oito anos e seu resultado – publicado no fim do ano passado – vai contra o imaginário coletivo. “A cesárea planejada não reduz o risco de morte em gravidez de gêmeos”, diz o obstetra Renato Sá, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Segorj), que participou da pesquisa. “Provou-se que era mito.”

Não se trata do único falso motivo apontado como indicação de cesárea em consultórios Brasil afora. Obstetras ouvidos pela BBC Brasil relatam casos em que mulheres fizeram cesáreas desnecessárias porque “o bebê é grande ou pequeno demais”, “a mãe tem bacia estreita” ou “o bebê virou de posição durante o parto”.

Uma dos mitos mais frequentes na indicação de cesariana é o bebê estar com o cordão umbilical enrolado no pescoço. “O cordão é como um fio de telefone: para enforcar a criança, seria necessário muito esforço”, diz Sá. “De qualquer forma, quando ela desce pelo canal vaginal, o cordão vai se desenrolando.”

Na verdade, são poucas as situações que podem ser solucionadas apenas pela cesariana, segundo os médicos consultados para esta reportagem. Uma delas é quando a placenta se desloca e bloqueia a saída do bebê, fenômeno conhecido como placenta prévia total. A força feita pela criança ao tentar nascer pode causar uma hemorragia grave e o óbito da mãe e do filho.

Outro caso é a hipertensão desenvolvida pela mulher durante gestação, a eclampsia. “Se a mãe é diabética grave, também é preciso fazer cesárea”, afirma Etevino Trindade, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Quando a gestante tem um problema de coração grave, a cirurgia deve ser feita.

Ainda estão nessa categoria grávidas portadoras do vírus HIV que tenham uma carga viral alta e imunidade baixa ou com uma lesão de herpes genital ativa no fim da gestação (a cesárea evita o contágio do bebê) e o descolamento prematuro da placenta, que gera risco de sangramento excessivo.

Na maioria dos casos, a situação específica deve ser avaliada. “Uma cesárea também traz riscos, apesar de serem menores do que no passado”, diz o obstetra Pedro Octávio Britto Pereira, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). “É preciso saber qual é a forma de parto mais segura e optar por ela.”

Não se pode negar que a cesariana é um recurso valioso para salvar vidas e deve ser usada num quadro crítico. Pode ser o caso, por exemplo, de quando o cordão umbilical sai antes do bebê, durante o parto, fenômeno conhecido como prolapso. Isso corta o fluxo de sangue para a criança. A situação deve ser resolvida em minutos, caso contrário o bebê morre.

No entanto, a cesárea é em geral mais arriscada e pode trazer prejuízos para a mãe e o bebê. O estudo “Morte materna no século 21”, publicado em 2008 no periódico American Journal of Obstetrics and Ginecology, analisou 1,46 milhão de partos e encontrou um risco de óbito dez vezes maior para a gestante em cesarianas. Enquanto a taxa de morte em partos normais foi de 0,2 para 100 mil, no caso das cesáreas chegou a 2,2 por 100 mil.

Deve-se levar em conta que, em parte dessas cesáreas, a situação já era emergencial e mais arriscada. Mas o aumento do agendamento deste tipo de parto torna o índice preocupante. A cesárea é uma cirurgia e pode gerar hemorragia, infecções e danos a órgãos internos da gestante, sem que fosse necessário assumir o risco de ter estas complicações.

O maior número de cesáreas agendadas também coincide com o aumento de bebês prematuros, já que a idade gestacional não pode ser calculada com exatidão. Isso faz com que nascimentos ocorram muito antes do recomendado, algo associado a problemas respiratórios no bebê.

O parto normal traz benefícios para o bebê e a mãe. Durante o parto, a mãe produz os hormônios oxitocina, que estudos indicam ser capaz de proteger o recém-nascido de danos no cérebro e ajudar no amadurecimento cerebral, e prolactina, que favorece a amamentação. “O parto normal é um processo fisiológico normal. Não há por que transformar isso num procedimento cirúrgico sem necessidade”, afirma Sá, do Segorj.

Uma situação em que a cesárea costuma ser pré-agendada no Brasil é quando o bebê está “sentado” na barriga da mãe. Isso gera o risco da sua cabeça ficar presa na pélvis da mãe. Mas a cesárea não é a única saída. O médico pode tentar, durante a gestação, colocar manualmente o bebê de ponta cabeça, posição mais indicada para o nascimento, por meio de uma manobra conhecida como versão externa.

Ter feito duas cesáreas anteriormente também não é indicação absoluta de necessidade de nova cesárea. Como o útero tem cicatrizes de operações anteriores, elas podem se romper durante o parto normal. “Mas a literatura médica indica que a mulher tem o direito de tentar porque o risco absoluto é baixo, de menos de 1%”, afirma o obstetra Jorge Kuhn. “Se os pais acharem que ainda assim é um risco alto, é melhor nem tentar.”

Informação

Os obstetras ouvidos pela BBC Brasil são unânimes numa questão: a melhor forma da mãe tomar uma decisão é informar-se. É possível consultar os sites da Febrasgo e da Associação Médica Brasileira, órgãos que publicam diretrizes sobre partos normais e cesarianas. Os colégios de ginecologia e obstetrícia dos Estados Unidos, da Austrália, do Canadá e do Reino Unido servem de referência para profissionais de todo o mundo.

“Se a mulher não vai atrás de informação, ela dá ouvidos aos relatos de amigas e parentes. Muitas dessas mulheres fizeram cesáreas por razões que consideram justificáveis, mas que não são”, afirma Kuhn. “A mãe também pensa que o médico estudou muito para se formar e que não tem autoridade para questioná-lo. Mas é importante que ela saiba as indicações reais e seus direitos para ser a protagonista de seu parto, em vez de delegar isso ao obstetra.”

Caso a mulher opte pelo parto normal, é indicado que ela descreva num documento o plano de parto, como gostaria de ser tratada antes, durante e depois, deixando suas preferências claras para a equipe médica. São importantes dados como quem será o acompanhante, as intervenções médicas bem-vindas ou não e se quer dar de mamar logo depois do bebê nascer.

Assim, a mulher pode debater com o médico para que tudo fique esclarecido. O plano de parto não tem validade legal, como um contrato, mas aumenta as chances da mãe ter seu filho da forma como deseja. “Não quer dizer que isso será obedecido, mas garante um questionamento jurídico se houver necessidade”, explica a obstetriz Ana Cristina Duarte, uma das principais vozes do movimento de humanização do parto no país.

Se a mãe não tiver sua vontade respeitada ou sofrer algum tipo de violência no parto, ela deve exigir uma cópia de seu prontuário no hospital e denunciar o caso. É aconselhado escrever uma carta com os detalhes do ocorrido. “Envie para a ouvidoria do hospital com cópia para a diretoria clínica, para a Secretaria Municipal de Saúde e para a Secretaria Estadual de Saúde”, diz Duarte.

A obstetriz acrescenta que, se o parto ocorreu em uma maternidade particular, a diretoria do plano de saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também devem ser comunicadas. “Se for um caso grave, procure a ajuda de um advogado”, afirma Duarte.

Fonte: Normal ou cesárea? Conheça riscos, mitos e benefícios de cada tipo de parto – BBC News Brasil