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As lesões na coluna são danos que afetam a estrutura vertebral e podem causar dor crônica, limitações de movimento e até mesmo paralisia. Elas são causadas por acidentes, má postura ou doenças degenerativas e prejudicam bastante a qualidade de vida do paciente.

O tratamento tradicional desse tipo de lesão é muito complexo, baseado no uso de analgésicos, anti-inflamatórios e dispositivos ortopédicos para melhorar a mobilidade e postura da área afetada, e muitas vezes, não é eficaz na melhora do problema.

Elas conseguem se diferenciar em vários tipos celulares, regenerando tecidos e reduzindo a inflamação, como demonstra o novo estudo “Desenvolvimento urbano sustentável em saúde: integrando pesquisas em células-tronco para lesões na coluna“, publicado na Revista Políticas Públicas e Cidades pelo Neurocientista e médico ortopedista, Luiz Felipe Carvalho, pioneiro no Brasil em cirurgia com uso de células-tronco, tendo recuperado diversos atletas famosos e pelo Pós PhD em neurociências, Fabiano de Abreu Agrela.

“O tratamento com células-tronco tem como objetivo recuperar as células nervosas danificadas na medula espinhal após a lesão usando métodos como transplante intravenoso ou punção lombar. As células-tronco podem ser administradas na coluna de várias maneiras, ajudando a complementar a estimulação epidural, por exemplo. Elas têm potencial para regenerar tecidos danificados de forma única”, explica Luiz Felipe Carvalho.

Células tronco x tratamento tradicional

De acordo com Luiz Felipe, que já utiliza a técnica há anos para recuperar a mobilidade de pessoas com lesões na coluna, as células-tronco trazem melhores resultados por agir na regeneração dos danos na coluna do paciente.

“Enquanto o tratamento convencional usa analgésicos e fisioterapia para aliviar a dor e melhorar a mobilidade, o tratamento com células-tronco age diretamente nos problemas do paciente”.

“Isso ajuda a reduzir a lesão de forma mais eficaz por estimular a regeneração, melhorar a formação de cicatrizes e gerar uma recuperação mais rápida, sendo menos invasivo que procedimentos cirúrgicos e mais eficaz que os medicamentosos, pois tem um poder ímpar de modulação das dores de forma permanente”, afirma Luiz Felipe Carvalho.

Fonte: Estudo analisa uso de células-tronco para tratar lesões na coluna – Medicina S/A (medicinasa.com.br)


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O congelamento do sêmen é uma opção para homens que irão passar por procedimentos que podem comprometer a ejaculação e/ou a produção de espermatozóides. A amostra é armazenada na Criogênesis, pode ser usada a qualquer momento e não tem prazo de validade.
É indicado fazer o congelamento:
– homens com diversos tipos de câncer ou cirurgia (próstata, bexiga, uretra e testículos)
– homens que serão submetidos à vasectomia
– homens que trabalham em profissões de risco (exemplo: mergulhadores profissionais, área da construção civil, etc)
– homens expostos a agentes químicos ou metais pesados que possam comprometer a fertilidade
Para saber mais, ligue para 0800-7732166

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Lateral brasileiro do Tottenham trata de uma contusão sofrida no ano passado que, há cerca de um mês, voltou a incomodá-lo

Após voltar a sofrer com dores no tendão patelar (ligamento do joelho importante para a movimentação da articulação), o brasileiro Emerson Royal, lateral-direito do Tottenham, passou por um procedimento de implante de células-tronco para tratar da lesão, na semana passada. A contusão ocorreu há cerca de um ano, contudo, voltou a trazer problemas ao jogador neste mês.

Resultados de exames indicaram que a região passava por uma calcificação (uma formação óssea), o que afetou a cicatrização da lesão e causou dores ao jogador brasileiro. Por conta da nova contusão no local, Royal não entra em campo desde o dia 2 de fevereiro, quando disputou a sua última partida pelo Tottenham, contra o Crystal Palace.

– A taxa de eficácia do procedimento é de 100%. São utilizadas células do próprio paciente sem nenhum risco de rejeição, sendo que as células são para desinflamar, cicatrizar e regenerar as lesões em até 70% menos do que o prazo original. Se uma lesão tem 30 dias de cicatrização, conseguimos, com o uso da técnica adequada, cicatrizar em até dez dias – explica o especialista em células tronco, Dr. Luiz Felipe Carvalho, médico responsável pelo tratamento do lateral brasileiro.

O procedimento consiste na extração de células-tronco da medula óssea do próprio paciente. O material retirado é responsável por acelerar a recuperação de diversas contusões, além de ter função anti-inflamatória. Com a técnica, ossos, músculos e cartilagens também podem ser regenerados.

De acordo com Emerson, após as aplicações de células-tronco as dores na região cessaram.

“Eu não conseguia dar um passo, não tinha força, doía muito, alguns dias depois (do tratamento) eu já não sentia mais dores, depois fizemos a segunda aplicação para deixar o tendão mais forte, mas já não sentia mais nenhuma dor”, relata o jogador do Spurs.

Além de Emerson Royal, o ex-jogador do Internacional, Rodrigo Dourado, Ferreirinha (São Paulo), Nicolas Lodeiro (Orlando City) e o ex-jogador uruguaio Diego Lugano, são alguns dos jogadores de futebol que já passaram pelo tratamento de células-tronco com o profissional.

Fonte: Emerson Royal inova e adere a tratamento com células-tronco para tratar grave lesão | futebol inglês | ge (globo.com)


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Homem foi submetido a um tratamento inovador baseado em células-tronco, que chamou a atenção da comunidade científica internacional

A osteomielitefúngica é uma condição rara causada por uma infecção popularmente conhecida como “fungo negro”. Em humanos, ela causa necrose nos ossos e, na maioria dos casos, atinge o sistema nervoso central do paciente, causando a morte de forma rápida.

Embora rara, a doença apareceu na região do maxilar de um morador de São Lourenço do Oeste (SC) em 2017. Ricardo Fratin, hoje com 41 anos, foi atendido no Instituto Zétola, em Curitiba (PR). Lá, ele foi submetido a um tratamento inovador, que utilizou as próprias células-tronco do paciente.

A terapia foi um sucesso, e chamou a atenção da comunidade internacional. Uma parte dos estudos envolvendo o caso viraram um artigo publicado em 2022 no Journal of Contemporary Diseases and Advanced Medicine .

Em comunicado, o cirurgião maxilo-facial André Zétola, responsável pelo caso, explica que a doença é extremamente rara e agressiva. “Em um primeiro momento, conseguimos debelar a infecção fúngica, preservando a vida do paciente. Posteriormente, reconstruímos o osso maxilar dele usando células-tronco. Casos assim reforçam a importância de um diagnóstico precoce, além de ação imediata do cirurgião”.

Estima-se que quase 10 mil novos diagnósticos da condição surjam por ano no mundo, com uma taxa de mortalidade que pode chegar a 46%. As informações são do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos Estados Unidos (NCBI).

A nível nacional, um levantamento do Ministério da Saúde referente a janeiro de 2018 e junho de 2021 registrou 157 casos de “mucormicose” no país. A estatística não considera só de casos no maxilar, mas todos os tipos de infecções do fungo negro por vias nasais e mucosas orofaciais.

Tratamento inovador

As mucormicoses podem surgir após a ingestão indevida do bolor de pães, vegetais e frutas em decomposição. O seu consumo raramente afeta pessoas saudáveis, mas indivíduos com imunidade comprometida (como aqueles com diabetes, HIV ou em tratamento quimioterápico) são mais suscetíveis à infecção.

Também existe uma relação da disseminação do fungo em pacientes imunossuprimidos por questões psicológicas. Este foi o caso de Fratin, que, na época, vivia um episódio depressivo.

Há 7 anos, quando chegou ao Instituto Zétola, o homem apresentava sintomas de dor e amolecimento nos dentes. Fazia apenas 21 dias que ele tinha feito uma cirurgia para desvio de septo e sinusite crônica.

Logo no atendimento inicial, o médico já constatou pelo menos 10 milímetros de perda óssea no dente central e necrose no maxilar. Foi feita, então, uma cirurgia para retirada do osso, e o material foi enviado à análise para verificar qual o tipo de osteomielite acometia o paciente.

Em poucas semanas, o resultado da biópsia apontou para a osteomielite fúngica. A infecção progrediu rapidamente, destruindo o osso maxilar e o assoalho nasal, comprometendo todos os dentes superiores.

Desta forma, o cirurgião André Zétola ordenou uma nova cirurgia de emergência para remover o tecido infectado. Durante o procedimento, ele foi acompanhado pelo otorrinolaringologista Marco Cesar Jorge dos Santos.

Todo o osso maxilar foi removido até a altura do assoalho do seio maxilar e o assoalho nasal, para preservar a vida de Ricardo, uma vez que o fungo chegou muito próximo da cavidade nasal. Sem sustentação óssea, as bochechas do paciente “entravam” na boca, e o nariz ficou caído.

Após a cirurgia, o paciente foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva do Hospital VITA Batel, onde o médico intensivista Rafael Deucher passou a ministrar oantifúngico Anfotericina. Foram dias de internação em tratamento intravenoso.

Erradicada a infecção, Zétola utilizou um fator de crescimento que atraiu células-tronco do próprio paciente para promover a regeneração óssea do maxilar. Em um período de seis a oito meses, o osso da face se reconstruiu sozinho, o que permitiu, na sequência, a colocação de implantes dentários.

Fonte: Caso raro de fungo que causa necrose no osso é tratado em homem no Paraná | Saúde | Galileu (globo.com)


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Pesquisadores envolvidos em projeto temático financiado pela Fapesp utilizam edição genética para expressar proteína morfogenética óssea

Reconstrução microtomográfica 3D da formação de tecido ósseo em defeitos criados em crânio de ratos e tratados com células-tronco

Entre os tecidos do corpo humano com maior capacidade de regeneração natural após um trauma ou intervenção cirúrgica, os ossos requerem, na maior parte das vezes, cuidados simples para se consolidar e voltar à sua função normal – basta um período de imobilização por meio de gesso, por exemplo. Para os casos em que a extensão do defeito ultrapassa a capacidade de reparação, são necessários tratamentos adicionais. É nessa frente que atuam os pesquisadores do Bone Research Lab, ligado à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-USP), com apoio da Fapesp.

“Nosso objetivo central é investigar células-tronco como ferramenta em terapias para promover a regeneração óssea em substituição aos enxertos, que podem gerar problemas como dor e inflamação, e até a não integração com o osso do paciente, ou seja, a rejeição do enxerto”, conta Adalberto Luiz Rosa, professor e chefe do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia da Forp-USP.

“Entretanto, ao iniciar os trabalhos em modelo animal, com células-tronco mesenquimais, não observamos o preenchimento completo e nem o restabelecimento do tecido ósseo original e passamos a buscar alternativas, como a modificação das células para torná-las mais eficazes.”

Uma dessas novas possibilidades é a utilização de células-tronco editadas geneticamente (com alteração do DNA) por meio da técnica Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPR) para expressar proteínas que atuam na formação óssea, entre elas a proteína morfogenética óssea 9 (BMP-9). Ao testar essas células, os pesquisadores constataram que defeitos ósseos criados no crânio de ratos e tratados com injeção local dessas células exibiram maior formação e densidade mineral óssea, detectadas por microtomografia computadorizada, do que defeitos tratados com células que não expressavam BMP-9. Foi a primeira vez que isso foi confirmado na comunidade científica.

Os melhores resultados foram atingidos, no entanto, quando o meio condicionado, contendo o secretoma (conjunto de proteínas expressas e secretadas no espaço extracelular, neste caso) dessas células modificadas, foi injetado localmente em defeitos ósseos criados no crânio de camundongos. Comparado ao secretoma de células que não expressavam BMP-9, o secretoma das que expressavam aumentou o reparo ósseo, demonstrado pelos maiores volume e superfície óssea avaliados por microtomografia computadorizada. Esses achados abrem caminho para o desenvolvimento de novas terapias para o tratamento de defeitos ósseos baseadas em células e seus derivados.

“Apesar de as células-tronco terem um papel importante – mesmo que não muito bem esclarecido – no processo de formação óssea, essa atuação não é direta: nossa hipótese é que o maior responsável por isso seja o secretoma”, diz Rosa.

Próximos passos

Parte dos dados obtidos pelos pesquisadores foi divulgada em artigos nos periódicos Journal of Cellular Physiology e Gene Therapy, mas eles acreditam que ainda há um longo caminho pela frente a ser percorrido.

“Mais pesquisas devem ser feitas para oferecermos subsídios a estudos clínicos, com pacientes, para transformar o método em uma terapia adicional para os casos graves, em que a consolidação da fratura ou a regeneração do defeito ósseo não são obtidas por meio dos tratamentos convencionais”, acredita Rosa.

“Para isso, é necessário refinar todo o processo para atingir a regeneração óssea completa. Uma dessas possibilidades seria o isolamento de componentes do secretoma celular com maior potencial osteogênico para serem utilizados no tratamento dos defeitos ósseos.”

Fonte: Estudo de regeneração óssea abre caminho para novas terapias baseadas em células-tronco | Governo do Estado de São Paulo (saopaulo.sp.gov.br)


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Cientistas de 25 países resolveram estudar o impacto da realização de cesarianas em grávidas de gêmeos. O esforço internacional foi motivado pelo aumento do número de cirurgias agendadas nestes casos em todo o mundo devido à crença de que há um risco maior para a mãe e os bebês quando o nascimento ocorre por parto normal. Só nos Estados Unidos, o índice saltou 50% entre 1995 e 2008, para 75% dos partos de gêmeos.

O estudo analisou 2,8 mil partos ao longo de oito anos e seu resultado – publicado no fim do ano passado – vai contra o imaginário coletivo. “A cesárea planejada não reduz o risco de morte em gravidez de gêmeos”, diz o obstetra Renato Sá, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Segorj), que participou da pesquisa. “Provou-se que era mito.”

Não se trata do único falso motivo apontado como indicação de cesárea em consultórios Brasil afora. Obstetras ouvidos pela BBC Brasil relatam casos em que mulheres fizeram cesáreas desnecessárias porque “o bebê é grande ou pequeno demais”, “a mãe tem bacia estreita” ou “o bebê virou de posição durante o parto”.

Uma dos mitos mais frequentes na indicação de cesariana é o bebê estar com o cordão umbilical enrolado no pescoço. “O cordão é como um fio de telefone: para enforcar a criança, seria necessário muito esforço”, diz Sá. “De qualquer forma, quando ela desce pelo canal vaginal, o cordão vai se desenrolando.”

Na verdade, são poucas as situações que podem ser solucionadas apenas pela cesariana, segundo os médicos consultados para esta reportagem. Uma delas é quando a placenta se desloca e bloqueia a saída do bebê, fenômeno conhecido como placenta prévia total. A força feita pela criança ao tentar nascer pode causar uma hemorragia grave e o óbito da mãe e do filho.

Outro caso é a hipertensão desenvolvida pela mulher durante gestação, a eclampsia. “Se a mãe é diabética grave, também é preciso fazer cesárea”, afirma Etevino Trindade, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Quando a gestante tem um problema de coração grave, a cirurgia deve ser feita.

Ainda estão nessa categoria grávidas portadoras do vírus HIV que tenham uma carga viral alta e imunidade baixa ou com uma lesão de herpes genital ativa no fim da gestação (a cesárea evita o contágio do bebê) e o descolamento prematuro da placenta, que gera risco de sangramento excessivo.

Na maioria dos casos, a situação específica deve ser avaliada. “Uma cesárea também traz riscos, apesar de serem menores do que no passado”, diz o obstetra Pedro Octávio Britto Pereira, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). “É preciso saber qual é a forma de parto mais segura e optar por ela.”

Não se pode negar que a cesariana é um recurso valioso para salvar vidas e deve ser usada num quadro crítico. Pode ser o caso, por exemplo, de quando o cordão umbilical sai antes do bebê, durante o parto, fenômeno conhecido como prolapso. Isso corta o fluxo de sangue para a criança. A situação deve ser resolvida em minutos, caso contrário o bebê morre.

No entanto, a cesárea é em geral mais arriscada e pode trazer prejuízos para a mãe e o bebê. O estudo “Morte materna no século 21”, publicado em 2008 no periódico American Journal of Obstetrics and Ginecology, analisou 1,46 milhão de partos e encontrou um risco de óbito dez vezes maior para a gestante em cesarianas. Enquanto a taxa de morte em partos normais foi de 0,2 para 100 mil, no caso das cesáreas chegou a 2,2 por 100 mil.

Deve-se levar em conta que, em parte dessas cesáreas, a situação já era emergencial e mais arriscada. Mas o aumento do agendamento deste tipo de parto torna o índice preocupante. A cesárea é uma cirurgia e pode gerar hemorragia, infecções e danos a órgãos internos da gestante, sem que fosse necessário assumir o risco de ter estas complicações.

O maior número de cesáreas agendadas também coincide com o aumento de bebês prematuros, já que a idade gestacional não pode ser calculada com exatidão. Isso faz com que nascimentos ocorram muito antes do recomendado, algo associado a problemas respiratórios no bebê.

O parto normal traz benefícios para o bebê e a mãe. Durante o parto, a mãe produz os hormônios oxitocina, que estudos indicam ser capaz de proteger o recém-nascido de danos no cérebro e ajudar no amadurecimento cerebral, e prolactina, que favorece a amamentação. “O parto normal é um processo fisiológico normal. Não há por que transformar isso num procedimento cirúrgico sem necessidade”, afirma Sá, do Segorj.

Uma situação em que a cesárea costuma ser pré-agendada no Brasil é quando o bebê está “sentado” na barriga da mãe. Isso gera o risco da sua cabeça ficar presa na pélvis da mãe. Mas a cesárea não é a única saída. O médico pode tentar, durante a gestação, colocar manualmente o bebê de ponta cabeça, posição mais indicada para o nascimento, por meio de uma manobra conhecida como versão externa.

Ter feito duas cesáreas anteriormente também não é indicação absoluta de necessidade de nova cesárea. Como o útero tem cicatrizes de operações anteriores, elas podem se romper durante o parto normal. “Mas a literatura médica indica que a mulher tem o direito de tentar porque o risco absoluto é baixo, de menos de 1%”, afirma o obstetra Jorge Kuhn. “Se os pais acharem que ainda assim é um risco alto, é melhor nem tentar.”

Informação

Os obstetras ouvidos pela BBC Brasil são unânimes numa questão: a melhor forma da mãe tomar uma decisão é informar-se. É possível consultar os sites da Febrasgo e da Associação Médica Brasileira, órgãos que publicam diretrizes sobre partos normais e cesarianas. Os colégios de ginecologia e obstetrícia dos Estados Unidos, da Austrália, do Canadá e do Reino Unido servem de referência para profissionais de todo o mundo.

“Se a mulher não vai atrás de informação, ela dá ouvidos aos relatos de amigas e parentes. Muitas dessas mulheres fizeram cesáreas por razões que consideram justificáveis, mas que não são”, afirma Kuhn. “A mãe também pensa que o médico estudou muito para se formar e que não tem autoridade para questioná-lo. Mas é importante que ela saiba as indicações reais e seus direitos para ser a protagonista de seu parto, em vez de delegar isso ao obstetra.”

Caso a mulher opte pelo parto normal, é indicado que ela descreva num documento o plano de parto, como gostaria de ser tratada antes, durante e depois, deixando suas preferências claras para a equipe médica. São importantes dados como quem será o acompanhante, as intervenções médicas bem-vindas ou não e se quer dar de mamar logo depois do bebê nascer.

Assim, a mulher pode debater com o médico para que tudo fique esclarecido. O plano de parto não tem validade legal, como um contrato, mas aumenta as chances da mãe ter seu filho da forma como deseja. “Não quer dizer que isso será obedecido, mas garante um questionamento jurídico se houver necessidade”, explica a obstetriz Ana Cristina Duarte, uma das principais vozes do movimento de humanização do parto no país.

Se a mãe não tiver sua vontade respeitada ou sofrer algum tipo de violência no parto, ela deve exigir uma cópia de seu prontuário no hospital e denunciar o caso. É aconselhado escrever uma carta com os detalhes do ocorrido. “Envie para a ouvidoria do hospital com cópia para a diretoria clínica, para a Secretaria Municipal de Saúde e para a Secretaria Estadual de Saúde”, diz Duarte.

A obstetriz acrescenta que, se o parto ocorreu em uma maternidade particular, a diretoria do plano de saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também devem ser comunicadas. “Se for um caso grave, procure a ajuda de um advogado”, afirma Duarte.

Fonte: Normal ou cesárea? Conheça riscos, mitos e benefícios de cada tipo de parto – BBC News Brasil


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Material biológico apresenta eficácia no tratamento da doença hematológica

Conhecida como um distúrbio sanguíneo caracterizado pela redução de proteínas que transportam o oxigênio no sangue, a Talassemia é um tipo de anemia hereditária (que pode ser transmitida de pai para filho), provocando sintomas como fadiga, crescimento lento e coloração amarelada da pele.

Em pacientes com grau leve da doença, não é necessário nenhum tipo de tratamento. No entanto, casos graves podem exigir transfusões de sangue ou até mesmo o transplante de células-tronco. “Esses transplantes possibilitam a substituição do sistema linfo-hematopoiético por um que seja bom, de um doador de células compatível biologicamente, tornando o procedimento potencialmente curativo, mas que podem apresentar efeitos colaterais indesejáveis”, explica Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP .

“Nos dias atuais, com o aumento da manipulação ou edição gênica (que consiste na correção em laboratório do gene causador da talassemia), seja do próprio sangue de cordão armazenado ou de outra fonte celular, esse material é reintroduzido no paciente para reproduzir uma hemoglobina normal em substituição à hemoglobina talassêmica, resolvendo as formas graves da talassemia sem os efeitos indesejáveis do transplante alogênico (proveniente de outra pessoa) “. Reforça Dr. Thiago Shegutti, farmacêutico sênior do Grupo Criogênesis.

Shegutti ressalta ainda que a terapia gênica é um procedimento que vem crescendo em todos os continentes, os resultados clínicos são cada vez melhores, por isso as famílias não devem perder a chance de coletar e guardar as células-tronco do sangue de cordão. Um dos alvos de manipulação genética mais consistentes e estudados no mundo.

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Tratamento foca nas células-tronco de forma menos tóxica e mais eficaz. A abordagem se mostrou bastante eficiente em pacientes com idade avançada e em debilitados. Foi utilizado o interferon tipo II (IFNy), substância naturalmente produzida pelo sistema imunológico

Cientistas da City of Hope, instituição líder em pesquisa e tratamento do câncer nos Estados Unidos, anunciaram uma descoberta promissora na luta contra a leucemia. Publicado, na revista Blood, o estudo revela uma abordagem inovadora, testada em tecido humano e animais, para combater as células-tronco da leucemia mieloide aguda (LMA), conhecidas por sua resistência aos tratamentos convencionais e propensão à recidiva.

Essa nova estratégia terapêutica, desenvolvida pela equipe, visa as células-tronco da leucemia de forma menos tóxica e potencialmente mais eficaz. A abordagem é especialmente boa para pacientes mais velhos e debilitados que não podem se submeter a transplantes de células-tronco, atualmente a única cura disponível para a LMA.

O cerne da inovação reside no interferon tipo II (IFNy), uma substância naturalmente produzida pelo sistema imunológico que perturba a capacidade das células-tronco da leucemia de se multiplicarem e disseminarem a doença. No entanto, o desafio estava em superar o estímulo do IFNy à proteína CD38, que suprime a resposta imunológica do corpo.

Os pesquisadores desenvolveram um anticorpo denominado CD38-BIONIC, que atua como uma ponte entre as células T do sistema imunológico e as células estaminais da leucemia que expressam CD38. A conexão permite que o sistema imunológico ataque seletivamente as células cancerígenas, sem danificar as estruturas saudáveis do sangue ou as células imunológicas. A abordagem não danificou células-tronco sanguíneas saudáveis ou células imunológicas em tecidos humanos, ou modelos de camundongos com LMA.

“O CD38 foi explorado com sucesso como alvo terapêutico no mieloma múltiplo e outras formas de leucemia”, frisou, em nota, Flavia Pichiorri. “No entanto, como as células estaminais da LMA são principalmente CD38 negativas, os cientistas não priorizaram o CD38 como alvo terapêutico para a leucemia mieloide aguda recidivante.”

Para John Williams, coautor do estudo e professor da City of Hope, o formato compacto do BIONIC leva a um ponto de conexão eficiente do sistema imunológico com a explosão positiva para CD38. “O que impulsiona a produção de IFNy. As células-tronco da leucemia reagem ao IFNy, pintando-se com CD38, o que, por sua vez, permite que sejam alvo do CD38-CD3 BIONIC.”

Marcucci completou afirmando que o novo mecanismo e o direcionamento da abordagem local permitirão eliminar células-tronco de leucemia que poderiam estar adormecidas. “A nossa esperança e nosso objetivo são que a erradicação das células estaminais da leucemia diminua e até elimine o risco de recidiva da doença em pacientes com LMA, mas é necessário fazer muito mais investigação para traduzir a nossa investigação pré-clínica em tratamento humano.”

Phillip Scheinberg, chefe da hematologia do Centro de Oncologia e Hematologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, detalha que a estratégia torna visível para o sistema de defesa células que antes não poderiam ser notadas. “Você tira o esconderijo, tira a capacidade da célula se tornar invisível, a partir daí o anticorpo vem e mata essa célula que antes não conseguiria eliminar.”

O especialista reforça a necessidade de testes mais amplos. “Essa tecnologia foi avaliada em modelo animal. Eventualmente vai ser testada em humanos, mas é uma estratégia bem interessante, diferente, e mostra a robustez e a diversidade em que esses anticorpos que têm.”

Segundo a publicação, o resultado abre novas perspectivas no tratamento da LMA, oferecendo esperança para pacientes que lutam contra a doença. Embora seja necessário mais pesquisa para traduzir esses resultados em tratamentos humanos, a descoberta representa um avanço significativo na batalha contra a leucemia.

Vantagens

“Se aplicada em humanos, a principal vantagem da abordagem é de ser um tratamento específico. Em geral para esses casos, são utilizados quimioterapia e transplante de medula óssea. As células normais são muito danificadas nesses tratamentos, uma vez que radioterapia e quimioterapia não são (terapias) específicas. Quando você tem um alvo, no caso o CD38, diminuem também os efeitos adversos e colaterais nas células normais do paciente, fazendo com que o tratamento seja mais específico, aumentando a efetividade, pois está destruindo apenas a ‘célula de interesse’ e com menor chance de efeitos adversos sistêmicos, ou seja, no restante das células que não são de leucemia.”

Fonte: Novo tratamento com células-tronco abre caminhos contra a leucemia (correiobraziliense.com.br)


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Principais dúvidas das gestantes são respondidas por especialistas

Desde o momento do teste positivo até o nascimento do bebê, futuras mamães e papais buscam informações para garantir uma gestação saudável e tranquila. Entre mitos e verdades, a quantidade de informações disponíveis pode ser avassaladora e nos deixar perdidas às vezes.

Brunna Farizel, mãe de Helena, de 6 anos, Sophia, de 4 anos e Enrico, de 4 meses, conta que a gravidez do menino não foi planejada. “Ele foi um presente em nossas vidas, mas no momento da descoberta, fiquei em choque. Na época, já tínhamos nossa dinâmica, pois, além das meninas, também somos empreendedores, sócios-fundadores da rede de cafeterias Splash Bebidas Urbanas, um negócio que nasceu lá atrás justamente para nos dar mais qualidade de tempo com nossas filhas, coisa que o CLT não nos fornecia à época.

Então, parecia que tudo estava certo e bem estruturado”, lembra. Ela conta que quando descobriu a gravidez, foi como se a tirassem do eixo e a fizesse perceber que, na verdade, não tinha controle de nada. “Nos primeiros quatro meses da gestação, tive síndrome do túnel do carpo, o que foi resultado do susto e da mudança de perspectiva.

Fiz muita fisioterapia por causa das dores nas mãos, e só melhorei quando assimilei esse novo momento. Entendi que toda bênção vem com um propósito, e Deus não nos dá algo que não possamos lidar.

Tinha medo das despesas extras, de como as meninas reagiriam, se eu conseguiria dar conta de três e mais a empresa e de como seria essa dinâmica. Mas depois que assimilei esse novo momento e essas vulnerabilidades, as dores desapareceram e comecei a curtir a gestação e a chegada do Enrico, que trouxe uma nova beleza para nossas vidas”.

Já Luana Costa, mãe de Maitê, 2 anos, e Matteo, que está há 34 semanas no forninho, conta que as duas gestações foram muito planejadas, mas que está segunda não foi tão tranquila. “Com a Maitê posso romantizar sem medo, porque foi muito ‘perfeita’.

Tudo correu bem, sem nenhuma intercorrência nem complicações. Embora com enjoos no primeiro trimestre, não tive mais nada que eu pudesse reclamar. Acho que por isso decidimos tão rapidamente ter um segundo filho. Agora, do Matteo, não houve enjoos, mas tive muitos outros problemas que desanimaram bastante, como diabetes gestacional. Além da preocupação e cuidado redobrado, fiquei tensa com o bebê. Agora, no finalzinho, apareceram dores de dente, que incomodam demais.

Fora que, além de passar por esses sintomas, há o desafio de cuidar da pequena”, detalha. Mas embora essa gravidez não esteja como a primeira, ela se se sente feliz e realizada.

“A gestação é uma loucura. Ao mesmo tempo que é gostosa e maravilhosa, existem muitos obstáculos que nos fazem ficar desanimadas. Mas se há uma coisa que tenho certeza é que ‘tudo passa’. Quando você olhar para o seu filho ou filha, terá a certeza que foi a melhor decisão da sua vida”, complementa.

Sim, é um momento de muitas camadas. E para ajudar nesse momento tão único, na matéria de hoje abordaremos as principais dúvidas que surgem durante esse momento tão único na vida das mulheres.

Ter um filho é o sonho de muitas mulheres, mas, geralmente, há certa romantização sobre o período de gestação. Mas como evitar isso?

Para a psicóloga Sirlene Ferreira, as mulheres devem conversar abertamente com sua obstetra sobre a gestação e o puerpério, e com o pediatra que irá acompanhar o recém nascido.

Além disso, buscar informações em sites especializados e sérios é muito importante também. “As gestantes devem evitar conversas especulativas que não agregam nenhum conhecimento”, determina.

A gravidez é uma avalanche hormonal que afeta a mulher de todas as formas, não apenas fisicamente. A parte emocional, inclusive, também sofre grandes mudanças.

Para ajudar nesse momento, cultivar alguns hábitos, como praticar esportes (sempre em segurança) e manter a socialização, pode ajudar a mulher a ter uma gestação emocionalmente saudável. Além disso, a psicoterapia é fundamental para manter a gravida livre de baixa autoestima.

Mas apesar de ser um sonho para algumas mulheres, há as que engravidam antes do momento que gostariam, gerando grande ansiedade. Nesse caso, Sirlene sugere que a primeira coisa a ser trabalhada é a aceitação.

“Após essa fase, a gestante terá pela frente as mesmas ansiedades que as demais gestantes”, diz. Já para as mulheres que não queriam ter filhos (e não cogitam o aborto), por ser uma situação bastante delicada, procurar por um psicóloga e ter uma consistente rede de apoio é essencial, pois será preciso grande apoio emocional nesse momento – é necessário lembrar, ainda, sobre a possibilidade da mãe ter uma depressão pós parto e/ou rejeição ao recém-nascido.

“A gestação é um período de muitas expectativas e novidades, mas o puerpério é um período sombrio e extremamente delicado. É nesse momento que a mulher mais necessita de atenção, amparo e ajuda”, pontua Sirlene.

E complementa: “Eu tenho uma lema: todas as vezes que visito um recém-nascido, presenteio a mãe também. Sempre dou algo muito pessoal e de uso dela apenas. Um creme, perfume, algo que somente ela irá usar. É sensacional a reação da puérpera, que passa noites acordada e ainda não consegue decifrar os choros do seu bebê. Ela se sente lembrada. Façam isso!”

Sim, é um período extremamente desafiador e que, por vezes, nós, mães, temos medo, muito medo, mas, acredite, as coisas se ajeitam. Para Brunna, por exemplo, cada um dos seus filhos representa um momento especial de transformação e amadurecimento em sua vida.

“Com a chegada da Helena, precisei olhar para dentro e compreender meus reais incômodos, aquilo que me sufocava. Com ela, eu e o Lucas entendemos que era hora de desenhar o futuro que desejávamos, o que nos levou a empreender e criar o modelo de negócio da Splash. A vinda da Sophia marcou o momento em que, após a empresa se estabilizar, decidi dedicar-me integralmente a ela. Com ela, compreendi que era hora de seguir em frente com o objetivo traçado.

O Enrico veio para me transformar novamente. Nesse momento intenso da vida, percebi a importância do autoconhecimento para fortalecer minha frente pessoal, familiar e corporativa.

Apostei em novos projetos pessoais que impulsionam outras mulheres a olharem para dentro de si e buscarem o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, liderando suas próprias vidas com orgulho. Assim, vejo claramente a transformação que cada um deles trouxe à minha vida, e hoje me sinto realizada em todos os aspectos”, conclui.

Direto ao ponto

O acompanhamento com ginecologista é fundamental nesse momento, independentemente da forma que escolheu para parir.

Por isso, a seguir, reunimos as dúvidas mais comuns que norteiam a cabeça das mães nesse momento e conversamos com a ginecologista e obstetra Ludmila Bercaire, que é Sócia Fundadora da Begin Clinic.

AVENTURAS MATERNAS: Quais são os sintomas iniciais da gravidez? E que sintomas demandam atenção urgente?

Ludmila Bercaire: Os sintomas iniciais mais frequentes são o atraso menstrual, dor ou sensibilidade nas mamas, sonolência e, em algumas mulheres, náuseas.

Também podem ocorrer sangramentos uterinos irregulares, sendo esta última uma situação que requer avaliação médica e alerta mais imediato.

AVENTURAS MATERNAS: Quando devo fazer minha primeira consulta pré-natal? O que perguntar na consulta?

Ludmila Bercaire: A primeira consulta de pré-natal deve ser feita o mais breve possível quando a mulher percebe a suspeita de gravidez ou assim que for detectado o beta HCG positivo (exame que diagnostica a gestação, através do sangue ou urina).

O ideal é que a mulher que está tentando engravidar já esteja suplementando as vitaminas necessárias e com seus exames em dia, mas caso não esteja, é fundamental que procure o obstetra prontamente para iniciar o ácido fólico (ou metilfolato) e os demais suplementos essenciais para o bom desenvolvimento da gestação.

Durante as consultas de pré-natal, que costumam ter uma frequência mensal, serão realizados os exames necessários de cada fase da gestação, e a gestante poderá conversar com seu (sua) obstetra sobre todas as suas dúvidas em relação à gestação e ao parto, para elaborar o plano de parto junto com a equipe que irá acompanhar o nascimento.

AVENTURAS MATERNAS: Quais alimentos devo evitar durante a gravidez?

Ludmila Bercaire: Mulheres que não tiveram imunidade à toxoplasmose devem evitar carnes (vermelhas) cruas ou mal passadas, assim como legumes crus, que podem não estar bem higienizados e conter resquícios de terra, evitando assim o contágio.

Outros alimentos que não são considerados saudáveis e devem ser evitados (por questão materna ou fetal) são os embutidos e processados, álcool e cafeína em excesso – costumamos liberar o consumo de apenas uma bebida cafeinada por dia, e quanto ao álcool, a tolerância é zero.

Atenção também aos alimentos que contêm leite não pasteurizado, como alguns queijos artesanais, ou ovos crus.

Estes podem apresentar contaminação bacteriana e também devem ser evitados durante a gestação. Dê preferência ao leite pasteurizado ou longa vida, e ovos frescos e que tenham passado por algum processo de cozimento.

AVENTURAS MATERNAS: É seguro fazer exercícios durante a gravidez?

Ludmila Bercaire: Sim, não só é seguro como atua na prevenção de diversas condições obstétricas como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, bem como minimiza sintomas gestacionais frequentes, como lombalgia e disfunções gastrointestinais.

Claro que existem algumas situações obstétricas que demandam repouso e durante esses momentos específicos pode haver uma recomendação de suspensão da prática de exercícios, mas em geral, se a gestação é de baixo risco e não existe nenhuma contraindicação, a atividade física será uma grande aliada durante a gestação e no momento do parto.

AVENTURAS MATERNAS: Como posso lidar com os enjoos matinais?

Ludmila Bercaire: De maneira geral, evitando ficar longos períodos em jejum; mesmo que não acorde com fome, é interessante ingerir algum alimento leve e evitar grandes volumes de refeição. É mais interessante comer menores quantidades em intervalos mais curtos.

Os alimentos cítricos como limão e outras frutas de sabor mais ácido podem ser mais tolerados e ajudar nesse sintoma, assim como os alimentos e bebidas mais gelados.

Em casos mais importantes, é fundamental que o obstetra avalie a necessidade de prescrever medicamentos antieméticos, que podem ser usados na gestação e também irão contribuir para alívio dos sintomas.

AVENTURAS MATERNAS: Quais são os sinais de alerta para complicações na gravidez?

Ludmila Bercaire: No primeiro e terceiro trimestre, atenção aos sangramentos, que são sempre sinais de alerta. De forma geral, dores pélvicas persistentes ou frequentes/ritmadas também devem ser avaliadas.

A pressão arterial deve se manter em níveis controlados, e a elevação dos níveis pressóricos (acompanhados ou não de sintomas como dor de cabeça ou alterações visuais) deve ser um sinal de alerta.

Ainda assim, é importante salientar que algumas condições obstétricas de risco não vêm necessariamente acompanhadas de sintomas, por isso a importância da realização dos exames de pré-natal de rotina, mesmo que a gestante se sinta bem.

AVENTURAS MATERNAS: Como meu corpo vai mudar durante a gravidez?

Ludmila Bercaire: Existem alterações esperadas na fisiologia e no corpo feminino em cada etapa da gravidez.

Por exemplo, no primeiro trimestre é comum notar um aumento no volume mamário, uma frequência de diurese (xixi) maior; à medida que o útero começa a crescer, no segundo trimestre a postura começará a mudar com acentuação da lordose (curvatura lombar) e, à medida que o parto se aproxima, ocorre uma preparação da bacia para o nascimento, com frouxidão dos ligamentos e abertura do canal do parto.

Tudo isso costuma ser reversível após o nascimento e um bom cuidado no pré-natal garante que a gestante se adapte melhor às mudanças que acontecerão nessa fase.

AVENTURAS MATERNAS: Como preparar a casa para a chegada do bebê?

Ludmila Bercaire: Escolhendo uma equipe que te escute e te acolha, tranquilizando os seus medos e angústias em relação à gestação e ao parto; fortalecendo-se fisicamente através de exercícios como pilates, musculação, aeróbicos (dentre outros); informando-se quanto às diferentes vias de parto e as suas condições obstétricas individuais; alinhando as expectativas quanto ao parto com sua equipe assistente; realizando acompanhamento multidisciplinar, além da obstetrícia, com fisioterapia pélvica, enfermeira obstétrica e, se necessário, psicologia para a preparação do parto e do puerpério.

AVENTURAS MATERNAS: Como a gravidez afetará minha vida emocional e meu relacionamento?

Ludmila Bercaire: A gravidez e o puerpério costumam ser momentos de muitas mudanças físicas e emocionais, que requerem uma parceria intensa entre o casal e o apoio de uma boa equipe multidisciplinar.

Em muitos casos, a puérpera pode vivenciar o baby blues, ou blues puerperal, que é um sentimento de tristeza ou melancolia acompanhado das mudanças hormonais que acontecem no pós-parto imediato. Embora mais raro, algumas mulheres vivenciam esses sentimentos ainda na gestação.

Ainda que o bebê seja desejado e querido, pode ser difícil lidar com algumas emoções intensas que podem surgir nesse ciclo. Para isso, é fundamental ter uma rede de apoio, que pode partir da família.

AVENTURAS MATERNAS: Qual é o plano de parto ideal para mim? 

Ludmila Bercaire: Não existe um plano ideal para todas as mulheres, afinal cada uma de nós carrega sua história, seus desejos e anseios, que não serão iguais entre todas.

O plano de parto ideal é aquele que respeita a mulher, suas crenças e valores, que compartilha e informa cada decisão médica tomada, de forma que a mulher e o casal entendam a evolução do parto e participem das tomadas de decisões em conjunto com a equipe assistente, e que, para além disso, promova segurança e acolhimento em cada etapa envolvida no planejamento da gestação, parto e puerpério.

Em tempo

Atualmente, nas consultas pré-natal, uma decisão importante que tem feito parte deste momento está relacionada a coleta e armazenamento de células-tronco do sangue do cordão umbilical, material que possui um imenso potencial terapêutico, podendo ser usado no tratamento de mais de 80 doenças, incluindo certos tipos de câncer e doenças genéticas e oferece inúmeros benefícios futuros. Funciona como uma espécie de seguro, isto é, caso haja necessidade esse material estará disponível para tratamento de diversas doenças.

Entretanto, esta é uma decisão que precisa ser tomada antes mesmo do parto, já que a coleta dessas células ocorre no momento do nascimento. Segundo Nelson Hidekazu Tatsui, hematologista do HC e diretor clínico da Criogênesis, muitos pais desconhecem esse procedimento. Por isso, durante o pré-natal, é importante que tenham uma conversa esclarecedora com o médico obstetra que acompanha a gestação para que a família tire suas dúvidas e caso decidam pela coleta , tomem as providências necessárias para o dia do parto.

Fonte: Perguntas e respostas sobre gravidez (revistaanamaria.com.br)


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Por meio do Núcleo de Biologia Experimental, a Unifor desenvolve trabalhos no Laboratório de Neurociências para pesquisas com células-tronco

Cada vez mais, as células-tronco têm suscitado significativo interesse científico devido ao seu notável potencial para regenerar tecidos danificados e tratar diversas condições médicas. Diante desse cenário, pesquisas e ensaios clínicos buscam aprofundar o entendimento e explorar as possibilidades terapêuticas dessas células inovadoras.

Mas afinal, você sabe o que são células-tronco e para que elas servem? Vamos compreender o que elas significam e como desempenham suas funções no organismo – seja humano ou animal.

O que são células-tronco?

Essas estruturas são células especializadas dotadas de uma considerável capacidade de se diferenciar em diversos tipos celulares especializados no organismo. Elas constituem a fonte primordial de todas as outras células no corpo, desempenhando um papel crucial nos processos de desenvolvimento, crescimento, reparo e renovação dos tecidos.

As células-tronco são utilizadas tanto no âmbito da saúde animal como humana. Para os animais, elas são amplamente aplicadas no Brasil e no mundo para o tratamento de diversos quadros clínicos, tendo o uso de células-tronco mesenquimais como preferencial.

No entanto, para a saúde humana, o uso de células-tronco continua sendo limitado, dependendo do entendimento e regulamentação de cada país. É o que explica Leonardo Tondello, doutor em Biotecnologia e pesquisador do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) da Universidade de Fortaleza — instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz.

Quando falamos no âmbito da saúde animal, ele pontua que as pesquisas com células-tronco têm avançado para aprimorar nosso entendimento sobre sua aplicabilidade e eficácia terapêutica.

“Enquanto isso, no campo da saúde humana, as pesquisas enfrentam limitações éticas e regulatórias significativas, particularmente no caso das células-tronco embrionárias”, revela o também docente do curso de Medicina Veterinária da Unifor.

Principais tipos e aplicações

O professor explica que existem quatro tipos principais de células-tronco:

  • Células-tronco embrionárias (CTEs)
    Têm a capacidade de se diferenciar em praticamente qualquer tipo de célula no corpo. São encontradas em embriões humanos na fase inicial do desenvolvimento, geralmente no estágio de blastocisto. Embora as CTEs possuam grande potencial de diferenciação em uma variedade de tipos celulares, sua utilização em pesquisa e terapia é limitada devido a questões éticas e políticas relacionadas à obtenção de células de embriões humanos.
  • Células-tronco adultas ou somáticas
    Essas células estão presentes em tecidos adultos e têm a capacidade de se renovar e se diferenciar em tipos de células específicos do tecido onde residem. Alguns exemplos incluem células-tronco hematopoiéticas na medula óssea e células-tronco mesenquimais em vários tecidos, como o tecido adiposo e o cordão umbilical.
  • Células-tronco mesenquimais (MSCs)
    As células-tronco adultas multipotentes são encontradas em vários tecidos, incluindo a medula óssea, o tecido adiposo e o cordão umbilical. Elas têm a capacidade de se diferenciar em uma variedade de tipos celulares, incluindo osteoblastos (células ósseas), condroblastos (células da cartilagem) e adipócitos (células adiposas).
  • Células-tronco induzidas pluripotentes (iPSCs)
    Essas são células adultas que foram reprogramadas geneticamente para adquirir características semelhantes às células-tronco embrionárias. Elas são criadas através da introdução de fatores de transcrição específicos em células adultas, como células da pele ou células sanguíneas.

Leonardo Tondello comenta que as embrionárias têm um elevadíssimo potencial de diferenciação em outros tipos de células, exercendo um papel fundamental no desenvolvimento embrionário e fetal.

Já as mesenquimais, esclarece o pesquisador, estão presentes no organismo em diferentes fases do desenvolvimento, inclusive no corpo de adultos. Elas atuam como um mecanismo de defesa e reparo frente a uma vasta gama de condições associadas à quebra do estado de saúde.

Fonte: O que são células-tronco e qual sua importância para a ciência? – Pesquisa e Inovação (unifor.br)