Imunoterapia é um tratamento promissor contra o câncer

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Essa terapia pode ser usada sozinha ou em conjunto com a quimioterapia

Ainda pouco conhecida entre os pacientes com câncer, a imunoterapia é um tratamento que consiste na estimulação do sistema imunológico para potencializar a capacidade do corpo de combater enfermidades. A terapia, apesar de revolucionária, ainda não tem resultados conclusivos para alguns tipos de câncer e permanece com custo elevado, além de gerar algumas dúvidas.

De acordo com a oncologista Alessandra Morelle, do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, os medicamentos utilizados na imunoterapia ajudam, de certa forma, a marcar as células cancerígenas para que o próprio organismo possa identificá-las como ameaça. Essa é uma estratégia promissora a longo prazo contra várias neoplasias. “Estamos vendo respostas impressionantes com essas medicações que ativam nosso sistema imune, desejamos que mais pessoas possam se beneficiar desse tratamento”, afirma a médica.

A especialista lembra que a imunoterapia pode ser utilizada como um tratamento isolado, mas também em combinação com a tradicional quimioterapia, dependendo do caso. “Em algumas doenças, identificamos que a imunoterapia pode ser o melhor tratamento. Para o câncer de pulmão, melanoma e câncer de rim, já temos comprovações dos benefícios do tratamento, por isso é indicado com mais frequência. No câncer de mama, por exemplo, ainda estão sendo desenvolvidos estudos para avaliar as respostas dos pacientes”, comenta Alessandra Morelle.

Para o também oncologista Carlos Barrios, do Grupo latino-americano de Investigação Clínica em Oncologia, atualmente, a forma mais rápida e eficaz de ter acesso a esse tipo inovador de tratamento é por meio de pesquisas clínicas realizadas em hospitais e universidades. “A pesquisa nos permite oferecer aos pacientes o que há de melhor no mundo em relação a tratamento de câncer. Quando se recebe um diagnóstico da doença, o paciente pode perguntar ao médico sobre a possibilidade de receber um tratamento experimental ou participar de um projeto de pesquisa”, diz o médico.

Apesar de ser um tratamento consolidado para algumas neoplasias e experimental para outras, a imunoterapia costuma ser menos tóxica e mais bem tolerada pelos pacientes. No Brasil, porém, não há previsão do custo total do tratamento e nem de sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“O médico, por obrigação ética, deve fazer a indicação do melhor tratamento para a situação, independente de qualquer outro cenário, principalmente quando há uma perspectiva de cura. Ter acesso ao tratamento deve ser uma decisão conjunta da sociedade e do governo, que deve definir, afinal, quanto custa a vida de uma pessoa com câncer”, comenta Barrios.

Fonte: Revista O Encontro


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