O papel do pai no desenvolvimento psíquico do bebê

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O bebê necessita de um bom início de vida para se desenvolver física e psiquicamente saudável. Um ambiente estável e seguro é muito importante a fim de lhe proporcionar segurança. A mãe precisa estar voltada e disponível para o bebê e, para que isso aconteça, é importante estar inserida em um ambiente que lhe dê o suporte necessário. É nesse momento que a presença do companheiro se mostra imprescindível, pois a função do pai, logo no início de vida da criança, consiste em proporcionar segurança e tranqüilidade à mãe, de modo que ela possa prestar os devidos cuidados ao bebê. A presença do pai é fundamental para tornar esse ambiente confiável e propício ao recém-nascido.

Assumir a retaguarda de uma família não significa que o pai não possa conviver com o filho e dispensar-lhe alguns cuidados, mesmo que ainda seja recém-nascido, apesar de a mãe, por ser a pessoa mais apta a cuidar do bebê, acabar se tornando a responsável pela maior parte desses cuidados. E o ideal é que seja assim, porque o bebê necessita de rotina, principalmente nos primeiros meses de vida. À medida que ele vai crescendo o pai se mostra mais presente nesse convívio, e o lugar que ocupa na vida da criança se torna maior, pois a percepção que ela passa a ter da figura paterna aumenta com o tempo e a convivência.

Há muitos homens que se sentem desamparados e até deslocados no contexto familiar, e o que pode contribuir com isso é o fato de a relação da mãe com o bebê ser muito intensa. Nesse momento, a função do homem é ser a figura forte, capaz de prover e cuidar para que tudo transcorra bem com a mãe e o bebê, mas para alguns nem sempre isso é fácil. É importante deixar claro que a figura do pai é tão importante quanto a da mãe para o desenvolvimento do recém-nascido. Entretanto, essa relação de dependência do bebê com a mãe, que cuida dele o tempo todo, pode assustar e provocar até alguns sintomas em alguns homens, como tristeza, desânimo, ansiedade e irritabilidade, entre outros.

É preciso esclarecer que, neste texto, é citada uma família clássica, composta de pai, mãe e filhos. Contudo, é importante pensarmos nas novas configurações familiares também existentes. Atualmente nos deparamos com famílias constituídas de diversas formas, como aquelas com crianças filhas de pais solteiros ou separados, de produções independentes, ou famílias em que o homem assume os cuidados com os filhos enquanto a mulher arca com a responsabilidade financeira. Há ainda famílias de casais homossexuais (masculinos ou femininos), entre outras possibilidades.

Independentemente da configuração familiar, é preciso ter claro que o bebê necessita de muitos cuidados. As orientações devem ser dadas até mesmo antes de ele nascer, a fim de proporcionar um bom início de vida, o que sem dúvida favorecerá uma vida adulta emocionalmente saudável.

Fonte: Cynthia Boscovich, psicóloga clínica e psicanalista


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