Sarampo: a maioria das crianças perde a imunidade passada pela mãe na gravidez em 3 meses

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Novo estudo canadense revela que a proteção contra o sarampo passada de mãe para filho dura muito menos do que se acreditava. Entenda!

 Até agora, acreditava-se que os bebes permaneciam imunes ao sarampo durante a maior parte do primeiro ano de vida, por conta da imunidade da mãe, passada para o bebê durante a gestação. No entanto, um novo estudo revela que essa proteção diminui muito mais cedo do que se pensava. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, analisaram amostras de sangue de quase 200 bebês atendidos em um hospital de Toronto, medindo os níveis de anticorpos protetores contra o sarampo, que indicam a imunidade da criança.

Durante o estudo, publicado na revista Pediatrics, os cientistas constataram níveis insuficientes em 20% dos recém-nascidos. No entanto, 3 meses após o nascimento, esse número aumentou para 92% e, aos 6 meses, nenhuma das crianças tinha anticorpos protetores contra o sarampo. “Ficamos surpresos com nossas descobertas”, disse Shelly Bolotin, cientista da Public Health Ontario e professora assistente da Universidade de Toronto. “Antes desta pesquisa, presumíamos que, em geral, os bebês eram imunes ao sarampo pelo menos durante os primeiros 6 meses de idade”, completa.

Pesquisas anteriores que analisaram a imunidade ao sarampo em bebês foram realizadas em comunidades onde o sarampo era mais comum, disse a pesquisadora à NBC News. As mães do novo estudo estavam em Ontário, uma área onde há altas taxas de vacinação contra o sarampo e as pessoas não são expostas regularmente à doença. Essas mulheres, embora provavelmente ainda estejam protegidas pela vacinação, podem, no entanto, ter perdido parte de sua imunidade porque não foram expostas regularmente ao sarampo no ambiente, o que tem o efeito de estimular o sistema imunológico. Como resultado, essas mães não transmitem tanta imunidade a seus bebês. “Anticorpos baixos na mãe significam baixos anticorpos no bebê e, por consequência, a proteção dura menos”, explicou.

“Isso pode deixar os bebês vulneráveis à infecção pelo sarampo durante a maior parte de sua infância, até que sejam vacinados a partir dos 12 meses”, disse ela, destacando a importância da vacinação em toda a comunidade, o que fornece “imunidade ao rebanho”, aos bebês vulneráveis. “Existe uma lacuna de suscetibilidade muito grande entre o tempo em que os bebês perdem sua proteção e o momento em que os bebês são vacinados. Portanto, isso realmente ressalta a necessidade de proteger todos os participantes deste grupo, porque os bebês correm maior risco de complicações do sarampo”, finalizou.

VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO NO BRASIL

O único jeito de evitar a doença é tomando a vacina tríplice-viral (sarampo, caxumba e rubéola), disponibilizada pelo Ministério da Saúde gratuitamente nos postos de saúde. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que a primeira dose deve ser tomada aos 12 meses; a segunda, entre 4 e 6 anos de idade — ou até os 29 anos, caso a pessoa tenha pulado o reforço. Dos 29 aos 49, a vacina também existe nos postos, gratuitamente, mas em dose única. A partir dos 50 anos, a pasta considera que a pessoa já foi exposta ao vírus.

Neste ano, por conta do número elevado de casos de sarampo em algumas cidades do país, o governo resolveu antecipar a chamada “dose zero”. Nos bebês, em vez de 12 meses, a vacina foi aplicada aos 6 meses. Vale lembrar que a vacina vale para vida toda. Mas se você tem dúvida se está imunizado ou não, vale a pena tomar de novo. Não podem receber a vacina: gestantes, casos suspeitos da doença, crianças com menos de 6 meses e pacientes imunodeprimidos.

Fonte: Revista Crescer


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