O tipo de parto, via vaginal ou cesariana, influencia na coleta das células-tronco? Quais os tipos de parto existentes?

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A chegada de um bebê ao mundo é um momento inesquecível e carregado de expectativas e dúvidas. Como é feita a coleta das células-tronco? O parto faz diferença para a coleta? O que é melhor: cesárea ou natural? No conforto de casa ou com a estrutura de um hospital? De cócoras ou dentro da banheira? É inevitável que essas e tantas outras questões tirem o sono das gestantes.

Antes de mais nada, não há diferenças para a realização da coleta ou qualquer influência no procedimento obstétrico.

Independentemente do tipo de parto escolhido, para que a experiência seja positiva, é essencial que a opinião e a vontade da mãe sejam acolhidas e respeitadas em todas as etapas, mesmo quando há imprevistos.

Cada tipo de parto tem seus benefícios e desvantagens e pode ser mais ou menos adequado de acordo com as preferências da família e o desenvolvimento do bebê. Para fazer a melhor escolha, converse bastante com seu obstetra, e confira detalhes de 9 alternativas possíveis:

PARTO NORMAL OU VAGINAL

O que é: O bebê nasce pela via vaginal. A expressão é usada para indicar todos os tipos de nascimento que não são cirúrgicos. Um parto normal pode ser hospitalar, domiciliar, de cócoras, deitada, na banheira, com ou sem aplicação de anestesia. Também pode ser humanizado ou não.

Benefícios: A recuperação da mãe costuma ser mais rápida do que na cesárea por não ser uma cirurgia. Em condições ideais, orecém-nascido pode ir diretamente para os braços da mãe, tem contato pele a pele e é amamentado logo após o parto. Para o bebê, as principais vantagens são menos chance de problemas respiratórios, pois as contrações da vagina fazem com que os pequenos expulsem qualquer líquido retido nos pulmões e a aquisição de “boas bactérias”, que ajudam no fortalecimento do sistema imunológico, na passagem pelo canal vaginal.
Desvantagens: Para a mãe, existe o risco de laceração, que é quando a parte exterior da vagina é rasgada e pontos podem ser necessários para fechar os cortes. Há também maior chance de desenvolver incontinência urinária, principalmente durante o primeiro ano pós-parto, e dor no períneo (a região entre a vagina e o ânus), que geralmente desaparece em algumas semanas. Para o bebê, existe maior chance de traumatismo durante a passagem pelo canal vaginal.

PARTO NATURAL

O que é: É uma das versões do parto normal, ou seja, o bebê nasce pela via vaginal. O que caracteriza um parto natural é a ausência de intervenções médicas, como episiotomia, uso de fórceps, indução com ocitocina sintética ou outros medicamentos, como anestesia ou analgesia. Podem ser usados métodos naturais para o alívio da dor, como massagens, posições, água quente… O parto natural pode acontecer em casa, casas de parto, em hospitais…

Benefícios: Todos os benefícios do parto normal, sem a necessidade de o organismo precisar se recuperar depois de anestesia ou administração de medicamentos, como ocitocina sintética, por exemplo, já que não há exposição a nenhum fármaco ou intervenções médicas.
Desvantagens: Todas as desvantagens do parto normal. Além disso, as técnicas naturais amenizam a dor, mas nem sempre a eliminam por completo.

PARTO HUMANIZADO

O que é: Pode ser qualquer tipo de parto, normal ou cesárea, desde que seja respeitado o protagonismo da mulher. Nesta modalidade, o principal é que a equipe médica responsável fique atenta ao plano de parto e aos desejos da gestante e faça de tudo para mantê-la confortável durante todo o processo. Podem ocorrer intervenções médicas, como indução, anestesia e fórceps, desde que necessárias para a saúde e autorizadas pela mãe. Geralmente ocorre em hospitais ou casas de parto em um ambiente que lembre o útero materno: silencioso, de temperatura amena e com pouca iluminação.

Benefícios: Todos os benefícios do parto normal e a possibilidade de escolha durante o trabalho de parto sobre as intervenções médicas desejadas.
Desvantagens: Para ser humanizado, é preciso encontrar uma equipe que realmente acolha os princípios desse tipo de parto, o que pode ser um desafio, já que no Brasil ainda prevalecem práticas intervencionistas.

 CESÁREA

O que é: Cirurgia em que é feito um corte no abdômen da mulher para a retirada do bebê. Pode ser planejada ou de emergência. A cesárea planejada ou eletiva ocorre ou quando a mulher escolhe a cirurgia por vontade própria ou quando existe alguma condição de saúde, como hipertensão e gestação de múltiplos, que aumenta significativamente o risco do parto normal. Já a cesárea de emergência ocorre quando existe algum imprevisto durante o parto normal que coloca em risco a saúde do bebê e da mãe, como descolamento da placenta e prolapso do cordão umbilical.

Benefícios: Quando realizada para preservar a saúde de mãe e bebê, as cesáreas salvam vidas. No caso das cesáreas planejadas, a principal vantagem é saber exatamente quando o bebê vai nascer.
Desvantagens: A recuperação da mãe é mais lenta do que no parto normal e há maior risco de infecção e hemorragia. A cicatriz no abdômen pode provocar dor e, caso a mulher tenha mais de uma cesárea, há aumento de risco de ruptura uterina. Além disso, bebês que nascem via cesárea tem chance maior de apresentar alergias e problemas respiratórios.
PARTO DE LÓTUS

O que é: Também é uma categoria que está dentro do parto normal ou vaginal. A diferença aqui é que, após o nascimento, não é feita a ligadura do cordão e o bebê é mantido conectado à placenta até que o cordão se desprenda naturalmente do umbigo, o que geralmente ocorre uma semana depois do parto.

Benefícios: Esperar o cordão parar de pulsar para fazer o desligamento, o que acontece cerca de 3 minutos após o parto, diminui o risco de anemia para o bebê. Depois desse intervalo, porém, não existem vantagens comprovadas.
Desvantagens: É preciso ter alguns cuidados para diminuir o odor da placenta com o passar do tempo e a logística da amamentação pode ficar mais complicada por causa da ligação entre o bebê o órgão.

PARTO DOMICILIAR

O que é: Também é uma das modalidades de parto normal ou vaginal e, como o nome já diz, é quando o bebê nasce em casa, o que pode ser planejado, com uma equipe de assistência, com obstetrizes ou parteiras, e até sem, nos casos em que a mulher não consegue sair a tempo de o bebê chegar.

Benefícios: Por estar na própria casa, o ambiente é seguro e confortável para a mulher. Além disso, ela pode ter um contato mais próximo com o bebê após o nascimento do que o permitido em hospitais.
Desvantagens: Em caso de emergência, a estrutura hospitalar não está à disposição, o que, de acordo com a Federaçao Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), aumenta duas vezes o risco de morte neonatal e três vezes a chance de complicações como convulsões e danos neurológicos neonatais.

 PARTO NA ÁGUA

O que é: O bebê nasce via vaginal geralmente dentro de uma banheira ou piscina de plástico cheia de água morna.

Benefícios: A água ameniza a dor das contrações e proporciona relaxamento. A saída do bebê costuma ser mais suave.
Desvantagens: Assim que o bebê nasce, é preciso ficar atento para evitar que ele perca calor. É importante secá-lo e aquecê-lo rapidamente.

PARTO DESASSISTIDO

O que é: Parto via vaginal, sem nenhum tipo de assistência de obstetras, enfermeiras ou doulas. Pode acontecer sem querer, quando não dá tempo de ir para a maternidade ou de a equipe chegar, ou propositalmente, quando a família opta por receber a criança sozinha, prática não recomendada por equipes de saúde, por conta dos riscos.

Benefícios: A mulher tem total controle sobre o trabalho de parto.
Desvantagens: Sem assistência profissional adequada os riscos de complicações são ainda maiores do que os do parto domiciliar assistido e podem resultar até na morte de mãe e bebê.

PARTO DE CÓCORAS

O que é: O bebê nasce via vaginal, mas a característica é a posição da mãe no momento do nascimento: ela fica agachada, posição que permite uma abertura melhor do períneo e facilita a saída do bebê.

Benefícios: Nessa posição, a gravidade atua a favor da passagem do bebê pelo canal vaginal e a pressão do fêmur na bacia facilita a abertura da pélvis.
Desvantagens: Ficar longos períodos de tempo nessa posição é desconfortável, mas há a possibilidade de utilizar apoios como banquetas e contar com o suporte físico da doula ou do parceiro.

Fonte: revista Crescer


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