Tire suas dúvidas sobre células-tronco, um avanço da ciência

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0 diretor-técnico da Criogênesis e hematologista do HC- FMUSP, Nelson Tatsui, falou com o jornal Estado de Minas, na coluna da jornalista Anna Marina, sobre a coleta das células-tronco, como fazer o procedimento e muito mais. Confira!

“Estou com pessoa próxima com recomendação de melhorar a situação do joelho por causa de artrose, usando aplicação de células-tronco. Como nunca ouvi falar nada sobre o assunto, tenho perguntado aqui e ali a profissionais para entender o que significa esse tratamento e se ele realmente funciona.

No meu fraco entender, células-tronco eram coletadas na medula óssea, e não sabia que seu uso está mais comum por causa de sua coleta de cordão umbilical. Considerado um grande avanço para a medicina, o tratamento com células-tronco tem se mostrado eficaz no combate a diversas doenças, entre elas a COVID-19. E a medicina regenerativa tem conquistado cada vez mais espaço no meio científico, evoluindo significativamente em estudos e tratamentos.

Entretanto, dada a complexidade do tema, é natural que surjam dúvidas sobre o assunto e, para ajudar a esclarecê-las a coluna passa adiante informações de Nelson Tatsui, diretor-técnico do Grupo Criogênesis e hematologista do HC- FMUSP:

• O sangue do cordão umbilical, rico em células-tronco, deve ser coletado logo após o nascimento da criança.

Verdade. A coleta, que dura aproximadamente cinco minutos, deve ser feita logo após a separação do bebê e da mãe. A drenagem ocorre por meio de uma punção com agulha na veia umbilical e seu acondicionamento é realizado em uma bolsa contendo anticoagulante. Além disso, o tempo de transporte entre a coleta e o processamento do material não deve ultrapassar 48 horas.

• A criança pode sentir dor durante o processo de extração das células.

Mito. Como o processo é realizado somente após o cordão umbilical já ter sido clampeado e cortado, não se trata de um procedimento invasivo; dessa forma, se torna completamente seguro e indolor. Diferentemente da coleta tradicional, na qual a extração é realizada da medula óssea, o que pode ocasionar desconforto.

• Não é possível coletar células-tronco de prematuros ou em partos de emergência.

Mito. Como está descrito na legislação que rege o funcionamento dos bancos de cordão umbilical e placentário, o procedimento poderá ser realizado a partir da 32ª semana de gestação. Em casos de partos de emergência, as cidades que têm escritório de coleta contam com enfermeiros treinados e a postos 24 horas por dia. Por ser um procedimento relativamente simples, pode ser facilmente executado por profissional capacitado. Além disso, o médico responsável pelo parto também pode realizar a coleta.

• As células-tronco apresentaram eficácia no combate à COVID-19.

Verdade. As células-tronco mesenquimais podem se renovar ou se multiplicar, mantendo o potencial de se desenvolver em outros tipos de células, como a do osso, da cartilagem e da gordura. O material também tem habilidades imunorreguladoras, promovendo a formação de novos vasos sanguíneos, a proliferação e diferenciação celular e inibindo a resposta inflamatória.

Segundo Sun Yanrong, vice-diretora do Centro Nacional de Desenvolvimento de Biotecnologia da China, o tratamento foi aplicado em mais de 200 casos em Wuhan, e os ensaios clínicos apontaram um aumento da taxa de cura entre pacientes graves durante o período de reabilitação. Além disso, estudos mostram que o tempo de permanência desses indivíduos na UTI foi reduzido significativamente em relação a outros grupos e que nenhuma reação contrária foi observada, reforçando assim a eficácia e a segurança do procedimento.

• A chance de se encontrar um doador compatível nos bancos públicos é baixa.

Verdade. Devido à grande variedade genética da população brasileira, as chances de se encontrar um doador nos bancos públicos é pequena, varia de um em 10 mil a um em 1 milhão. Por isso é importante não desperdiçar este material tão rico, seja doando para o banco público ou armazenando em um banco privado”.

Fonte: Jornal Estado de Minas


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