Células-tronco reduzem em 60% as doses de insulina em gatos

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Acupuntura e analgésicos aliviavam um pouco as dores, mas o sofrimento de Tatá só aumentava. Sua salvação foi a terapia com células-tronco

Um gatinho gorducho, além de explícita fofura, pode ser um sinal mascarado de problema de saúde do pet. Um caso frequente é a diabetes felina. Segundo a medicina veterinária, a diabetes felina corresponde, em 80% dos casos, com a diabetes tipo 2 em humanos, na qual a hiperglicemia ocorre principalmente pela resistência insulínica – nesse caso o pâncreas consegue produzir a insulina, porém ela não atua de maneira eficiente. É um tipo de diabetes ligado à obesidade.

A médica Eliseanne Nopper é tutora do gato Otávio Augusto, o Tatá, de 10 anos. Como ela ressalta, “um exemplo explícito” de fofura e pet que sofre desta doença. Segundo a profissional, desde os três dias de vida ele já era o dobro do tamanho dos outros irmãozinhos da mesma ninhada.

“Resgatei o Tatá ainda dentro da barriga da mãe. A gata era de um vizinho, que se mudou e a abandonou grávida, com dois filhotes da primeira ninhada. Recolhi os gatos, e o Tatá acabou nascendo dentro da minha casa. Desde filhotinho já era gordinho”, conta Eliseanne.

O tempo passou e Tatá se tornou um gato obeso. “Fizemos várias dietas, com acompanhamento de um veterinário endocrinologista, mas a única coisa que conseguimos foi uma lipidose (doença que acomete o fígado dos felinos e é caracterizada pelo acúmulo de gordura), que quase o matou”, lembra a médica.

A primeira vez que o animal foi submetido ao tratamento com insulina, ela conta, a resposta foi positiva, ficando bem por um bom tempo. A diabetes voltou quando uma segunda irmã do Tatá faleceu. “A partir daí, sua saúde foi só piorando, e outros problemas, aparecendo. Chegou a tomar 20 unidades de insulina por dia”.

Devido ao excesso de peso, Tatá sofria também com dores na coluna e, pelo fato de o diabetes continuar se mantendo, passou a desenvolver uma neuropatia. “Foi quando ele começou a andar com uma pata caída. Não conseguia mais correr, subir nos móveis e a não brincar mais. Cheguei até a fazer uma rampa para ele subir no sofá”, disse Eliseanne.

Acupuntura e analgésicos conseguiam aliviar um pouco as dores, mas o sofrimento de Tatá e também da tutora só aumentavam, ressalta a médica, e sua salvação foi a terapia com células-tronco.

A médica veterinária Marina Alvarenga, especialista em cultivo e terapia celular da Omics Biotecnologia Animal, diz que o caso de Tatá é um excelente exemplo de como as células-tronco podem melhorar a qualidade de vida dos animais e auxiliar na diminuição de medicações em casos de doenças crônicas.

“É importante entender que em muitas doenças, principalmente as crônicas, não podemos promover a cura, mas as células-tronco desempenham um papel importante na melhora do estado geral do animal e na regulação das doses de medicamentos, como a insulina, no caso do Tatá, melhorando, assim, a resposta ao tratamento terapêutico.”

De quatro meses pra cá, Eliseanne está só comemorando. Tatá voltou a levantar a pata para andar, a subir nos móveis sem auxílio da rampa e já perdeu três quilos. No entanto, Otávio Augusto continua com o tratamento com células-tronco, e as doses de insulina já foram reduzidas em 60%.

Fonte: Jornal de Piracicaba


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