De três a quatro vezes por mês, meu filho de 4 anos sofre com pesadelos. Ele chora, nos chama e tem muito medo. É normal?

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Ao longo do seu crescimento, os filhos deliciam os pais com as suas conquistas, evoluções e descobertas. A felicidade e tranquilidade de um filho significam para as famílias um “trabalho parental” de qualidade e sucesso.

Simultaneamente ao aparecimento de novas competências individuais e relacionais surgem as primeiras ansiedades dos pais relativamente a momentos intranquilos durante o sono dos seus filhos.

Por que as crianças tem terrores noturnos ou pesadelos?

Nos primeiros meses de vida e, relacionado com as sensações de bem-estar e segurança, o acordar do bebé durante o sono está diretamente relacionado com a necessidade de se satisfazer. Ou seja, o bebé pode acordar porque tem fome, porque tem a fralda suja ou ainda porque necessita de algum conforto físico e emocional.

Com o passar do tempo, a criança vai-se tornando cada vez mais independente e curiosa, procurando de forma ativa conhecer e participar no mundo que a rodeia e, deste modo, passa a estar acordada mais horas durante o dia. Neste sentido, assimila qual o momento do dia no qual deve dormir e quando deve estar acordada.

Quando as rotinas são equilibradas, a criança assume a hora do deitar e do acordar de forma natural, apesar de inevitavelmente poderem ocorrer noites mais serenas do que outras e daí o aparecimento dos eventuais pesadelos ou terrores noturnos.

Pesadelos ou terrores noturnos?

Os pesadelos ou terrores noturnos surgem por norma a partir dos dois anos de idade. São ambos experiências desagradáveis que ocorrem durante o período do sono e frequentemente são confundidos, mas na realidade têm características distintas.

Durante o pesadelo a criança não costuma falar, chorar ou gritar durante o sono, mas é comum a criança despertar sobressaltada, ansiosa e com medo. O medo é comum em ambas as formas de perturbação do sono e tende a estar diretamente associado ao conteúdo do sonho. Por vezes, tende a ser tão real e perturbador que a criança pode sentir necessidade de ser tranquilizada pelos pais.

Geralmente, os pesadelos não constituem uma preocupação para os pais, uma vez que com o passar do tempo, separar a fantasia da realidade vai- se tornando mais fácil e é natural que os maus sonhos desapareçam sem ser necessário uma intervenção especializada.

Contudo, em alguns casos, a ajuda profissional pode ser necessária quando existem consequências no seu bem-estar, como o medo de adormecer, palpitações, irritabilidade, ansiedade, sonolência durante o dia, dificuldades de concentração, etc. É importante respeitar o medo da criança, pois para ela o medo é sentido como real. Ouça os seus receios com atenção e tranquilidade, confortando-a em seguida.

Ofereça- lhe segurança ao dizer que estará no quarto mesmo ao lado e que não irá permitir que algo de mal lhe aconteça. Encoraje-a a enfrentar e resolver os seus problemas sozinha, usando os seus próprios recursos. Procurem, em conjunto, encontrar soluções criativas e positivas para enfrentar o medo.

Em relação aos terrores noturnos, podemos considerar que são manifestações próximas do sonambulismo, são despertares incompletos em que a criança não sai da cama, mas geralmente senta-se. A criança grita, fica agitada e chora desconsoladamente. Tem os olhos abertos mas não está acordada, ao contrário do que acontece quando desperta de um pesadelo. Este episódio não deve demorar mais de cinco ou dez minutos.

Os terrores noturnos podem ser potenciados pelo cansaço ou stress emocional, por rotinas irregulares de sono, pela febre, por alguns medicamentos ou por uma fase de alteração de vida, como, por exemplo, o nascimento de um irmão ou a entrada na escolinha.

O que fazer?

Deve-se deixar a criança voltar a adormecer. Para desespero de alguns pais, tentar acalmar não resulta! Apesar das crianças estarem em agitação, eventualmente a gritar e a espernear, não estão a sentir medo.

Em vez de tentar acordar a criança, pode ficar ao seu lado em silêncio, sem intervir muito, para não a assustar mais, até ela voltar ao sono de onde, na verdade, nunca saiu. Estando perto, garante também que a criança não se magoa durante os seus gestos de agitação.

Se, no meio desse processo, a criança acordar e voltar a reconhecer os pais, é natural que fique um pouco confusa e assustada, com receio de voltar a dormir, ainda que cheia de sono. Também não vale a pena falar com a criança sobre o assunto no dia seguinte, porque ela não se vai lembrar do sucedido e pode assustar-se, além disso, ela não pode fazer nada para que o episódio não se repita.

Fonte: portal Academia do Bebê


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