Estamos próximos de obter um “Viagra feminino”?

Algumas curiosidades:

Leia também no Portal UOL sobre aA organização americana sem fins lucrativos Even the Score, que promove a igualdade de tratamento em saúde sexual, que criou uma campanha na internet para pedir a aprovação de um composto conhecido como “a pílula rosa” ou “Viagra feminino”. //goo.gl/6bi9ts

– O viagra foi descoberto no fim dos anos 90, por que até hoje não há um equivalente feminino?

Primeiramente, deve-se ressaltar que o homem e a mulher são diferentes em relação a atividade sexual. O homem, mesmo que esteja com vontade, se não tiver uma adequada ereção peniana, não conseguirá obter a penetração para esta forma de relação sexual. Neste caso, o viagra facilita o mecanismo de vasodilatação do pênis e sua ereção. Por outro lado, a mulher, mesmo que não esteja totalmente excitada, ela poderá ter a relação e até simular que está na mesma sintonia masculina. Fato que infelizmente ocorre com uma grande frequência, uma vez que o sexo deveria ser bom para ambos. Os mecanismos que levam à excitabilidade feminina, muitas vezes, podem ser alterados devido não apenas à vascularização, mas aos bloqueios psicológicos, traumas afetivos anteriores, restrições para o conhecimento do próprio corpo, estresses do cotidiano e angústias com o próprio relacionamento. Isto permite a compreensão que fatores psicológicos são grandes responsáveis pelo desejo sexual diminuído de grande parte das mulheres. Dessa forma, justifica-se a dificuldade de a indústria farmacêutica desenvolver medicações realmente eficazes e com mínimos efeitos colaterais similares ao viagra para as mulheres.

 

– Qual a diferença da disfunção sexual feminina para a masculina?

Disfunção sexual é um termo que engloba diversas situações. Porém, de uma forma geral, podemos considerar que, no homem, a disfunção é mais perceptível pela falta de ereção e ejaculação precoce, por exemplo. Na mulher, muitas vezes, a baixa lubrificação e a dor na relação são os sinais e sintomas mais frequentes. A questão é entender o motivo desta disfunção sexual. Nesta busca, podemos encontrar o estresse da vida moderna e a falta de renovação do desejo do casal pela acomodação da rotina como fatores que levariam a disfunção sexual. Porém, sempre um especialista deve ser procurado para avaliar se há outras alterações fisiológicas associadas que justificariam esta queixa.

 

–  Haveria uma funcionalidade real para este medicamento? Em que área de atuação? (Uma vez que as mulheres não têm ereção)?

Há diversas tentativas de medicações denominadas “viagra feminino”. Algumas são estimulantes do sistema nervoso central, como o excesso de cafeínas. Outras, melhoram a vascularização e, consequentemente, a lubrificação. Porém, o próprio viagra já foi oferecido para mulheres em alguns estudos e teve sua ação comparada com um grupo que recebeu o placebo. Apesar de o grupo que utilizou o Viagra apresentar maior lubrificação e melhoria da disfunção sexual na maioria dos trabalhos, nota-se, nos grupos placebos, melhora da libido, ou seja, do desejo sexual. Isto reforça a ideia que fatores psicológicos estão comumente associados com a disfunção sexual feminina .

 

– A ausência de desejo feminina também está ligada ao fluxo sanguíneo na região pélvica?

Sim. A diminuição do fluxo sanguíneo pélvico esta relacionado com menor relaxamento da musculatura e menor lubrificação vaginal.

 

– Uma mulher pode tratar os problemas de libido sem o uso de testosterona ?

Se a causa dela não for a falta de testosterona, certamente. Aliás, é um erro oferecer testosterona em mulheres que não possuem alterações hormonais. Uma adequada avaliação clínica e terapia sexual podem resolver grande parte das disfunções sexuais femininas.

 

– A agência americana não regulamentou  o  medicamento por conta dos efeitos colaterais como sonolência, fadiga, tontura e náuseas. No entanto, organizações femininas que apoiam a liberação do produto questionam o fato do viagra também apresentar reações adversas. Está seria uma razão plausível para o medicamento não ser liberado?

Sim. Temos que entender que o homem e a mulher possuem organismos diferentes com respostas sexuais diferentes. Por exemplo, enquanto o orgasmo masculino dura poucos segundos, a mulher pode ter orgasmos múltiplos durante alguns minutos. Assim, devemos respeitar estas diferenças e o processo de autorização dos medicamentos. O que pode ser aceitável para o homem, pode não ser suficientemente seguro para a mulher.

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