Novas descobertas sobre células-tronco no cérebro de pacientes com epilepsia

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Células-tronco neurais foram descobertas em tecido de cérebro epiléptico – fora das regiões do cérebro onde elas normalmente residem

Em um grupo de pacientes que passou por uma cirurgia para epilepsia, foi constatado que mais da metade tinham células-tronco onde indivíduos saudáveis não possuíam. A afirmação foi feita após estudo da Academia Sahlgrenska, na Universidade de Gothenburg.

“Suspeitávamos da novidade e agora ganhamos novo conhecimento sobre características moleculares dessas células-tronco neurais”, afirmou Dr. Milos Pekny, professor no Instituto de Psicologia e Neurociência.

Células-tronco neurais com a habilidade de formar novos neurônios no cérebro estão normalmente presentes no hipocampo (a parte do cérebro conectada ao aprendizado e à memória) e na zona subventricular do cérebro. Contudo, em oito dos 14 pacientes pesquisados, as células-tronco neurais estavam presentes fora dessas regiões, nomeadamente no tecido epitelial do cérebro que foi cirurgicamente removido.

Mais de 50 operações desse tipo são conduzidas na Suécia anualmente, das quais cerca de 20 em Gothenburg, com a maioria dos pacientes tornando-se livre de crises ou com redução significativa na frequência de convulsões. Depois de uma extensa investigação visando à localização precisa do foco epiléptico, o tecido cerebral danificado devido à má formação, doença ou outra causa, é cirurgicamente removido.

Cirurgiões, neurologistas e neurocientistas trabalharam lado a lado no atual estudo, que seguiu aprovação ética e o consentimento informado de cada paciente. A equipe examinou uma pequena parte de um tecido removido, usado para exame histopatológico numa sala de operação e no laboratório de pesquisa, apenas alguns minutos após a remoção.

“Cerca de 60% doos pacientes tinham tecido epiléptico que continha células-tronco neurais que poderiam ser convertidas em neurônios, astrócitos e oligodendrócitos (os três tipos de células cerebrais que células-tronco neurais podem diferenciar) quando eles foram  cultivados em laboratório”, afirmou o Dr. Pekny.

“Isso pode apontar para uma melhor plasticidade no tecido epiléptico, que, em certa medida, pode ser comparado ao tecido cerebral de um recém-nascido”, ele continuou.

“Cientistas adquiriram um melhor entendimento molecular da região do cérebro em indivíduos com epilepsia, que, devido a um desenvolvimento anormal, trauma, acidente vascular cerebral ou um tumor em crescimento, pararam de responder aos sinais de controle, e isso resulta em convulsões recorrentes”, disse Dr. Pekny.

Fonte – Instituto de Pesquisa com Células-Tronco


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