Refluxo: o que é, quais são os sintomas e como tratar

Bebe-com-refluxo-1200x900.jpg

“Quando minha filha dormia, eu ficava acordada com medo de ela sufocar com o leite que mamava. Desde o primeiro dia após o parto foi um terror. Tudo que entrava, saía imediatamente depois. Qualquer coisa era motivo para levar jato. Vazava leite até pelo nariz!”. O relato é da securitária Andrea Gonçalves, 39 anos, mãe da Rafaela, que vai completar 4. Ela conta ainda que, mesmo com todos os cuidados com a filha, já tomou alguns sustos e por três vezes precisou fazer a manobra de Heimlich – quando se vira a criança para baixo, batendo nas costas para desengasgar.

Refluxo: o que é e como diagnsoticar

Os vômitos ocorrem em cerca de 20% dos lactentes. Pioram nos primeiros três meses, mas depois estabilizam. E, quando a criança tem entre 4 e 7 meses, começam a diminuir finalmente. Desaparecem de vez entre 6 e 12 meses. Isso acontece porque os bebês têm o esfíncter – anel muscular que separa o esôfago do estômago – imaturo, o que facilita a volta do conteúdo estomacal.

Já a Doença do Refluxo Gastroesofágico se caracteriza pelo vômito anormal e persistente, a ponto de interferir no ganho de peso da criança. “Além disso, irritabilidade e recusa alimentar também estão associadas, já que o retorno do conteúdo do estômago tem leite e suco gástrico, que é ácido e pode causar dor”, explica o pediatra Arno Norberto Warth, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). Como também surge na mesma época dos vômitos, pode confundir (e assustar) tanto os pais quanto os médicos. Um estudo realizado pela Universidade Thomas Jefferson (EUA), por exemplo, mostrou que até mesmo os especialistas têm dificuldade de identificar a doença.

A boa notícia é que a DRGE é bastante rara: menos de 1% das pessoas têm a doença de fato. Para fazer um diagnóstico certo, é importante procurar um gastroenterologista pediátrico, que fará inúmeros exames. “Em muitos casos, é preciso fazer radiografia contrastada de esôfago, estômago e duodeno, endoscopia digestiva alta, biópsias de esôfago. Ainda assim, a interpretação dos resultados não é tão simples”, diz o pediatra Aristides da Cruz, do Departamento de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Por isso, vale uma investigação mais profunda.

Não há idade certa para a realização dos exames. No entanto, eles só devem ser feitos se realmente forem necessários para confirmar a doença e nos casos mais graves – e, mais uma vez, somente os médicos podem avaliar isso. “A maior parte dos diagnósticos é feita primeiramente na conversa com os pais, de acordo com a história clínica do paciente”, ressalta o pediatra Warth.

Fonte: Revista Crescer


Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *