Por que a infertilidade está aumentando?

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Estudo mostra que qualidade do sêmen dos homens vem caindo nas últimas décadas

Sabe-se que cerca de 15% dos casais que tentam engravidar são inférteis, ou seja, não conseguem por pelo menos um ano de tentativa. Há diversas causas para dificuldade em engravidar, desde disfunções de ovulação, alterações nas trompas uterinas, no útero, endometriose, baixa qualidade do óvulo e baixa qualidade do sêmen, entre outros.

Em cerca de 10% dos casos a causa da infertilidade permanece desconhecida e cada vez mais, há estudos estão mostrando o impacto da vida moderna e dos hábitos de vida nas causas de infertilidade.

Uma pesquisa recente mostrou que a qualidade média do sêmen dos homens vem caindo nas últimas quatro décadas. Houve queda na concentração, motilidade e a piora da morfologia dos espermatozóides. Em relação a mulher, há também uma queda do estoque de óvulos e a idade média em que as mulheres entram na menopausa caiu em dois anos. Sabemos que ela nasce com todo o estoque de óvulos e esses óvulos vão sendo consumidos ao longo da vida reprodutiva, mas nas últimas décadas esse consumo está mais intenso e as mulheres tem menor tempo de vida reprodutiva.

Mas o que mudou nas últimas décadas para a fertilidade cair tanto em homens e mulheres? É justamente os hábitos de vida que interferem nas chances de gravidez de um casal.

Observou-se que quanto maior a exposição à poluição do ar, maior a incidência de infertilidade. Por exemplo, homens e mulheres que trabalham ao ar livre em cidades grandes tem maior dificuldade em engravidar (agentes de trânsito, taxistas, motoristas de ônibus, etc). Um outro estudo mostrou a relação de um componente chamado Bisfenol- A,  presente nas garrafas plásticas com a infertilidade. Essa substância causa alterações nos genes de óvulos e espermatozóides.

Dentre todos os vilões da fertilidade tanto no homem quanto na mulher, destacam-se o tabagismo e a dieta inadequada, independente do peso.

O tabagismo com consumo acima de cinco cigarros ao dia diminui a fertilidade em 40%, aumenta em três vezes o risco de aborto (mesmo quando o homem é o tabagista) e está relacionado a óbito fetal e bebês com baixo peso quando consumido na gestação.  O cigarro afeta o DNA do espermatozóide e na mulher, aumenta o risco de alterações genéticas nos óvulos além de interferir no útero, diminuindo a implantação do embrião.

Um outro estudo mostrou que a ingestão de bebidas açucaradas diminui a chance de gravidez em até 25%, tanto em homens quanto em mulheres. Pessoas que ingerem refrigerantes diariamente tinham até 40% menor chance de concepção.

A obesidade feminina diminui a fertilidade em 60% e a masculina em 50%. O excesso de gordura corpórea interfere na produção adequada de hormônios e no homem, interfere também com um aquecimento maior da região genital, prejudicando a produção de espermatozóides.

Já o consumo de legumes, verduras,  frutas e alimentos ricos em gordura saudáveis ( salmão, sardinha) aumentam a chance de gravidez em até 30%.

Todos esses dados reforçam ainda mais que a nossos hábitos interferem na nossa saúde geral e também na saúde reprodutiva.

Por isso, um dos pilares para aumentar as chances de gravidez é a mudança do padrão alimentar. Comer fast-food, tomar refrigerantes e consumir alimentos ricos em gordura saturada não combinam com fertilidade.

Fonte: Revista Pais e Filhos


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