Como o álcool pode prejudicar a fertilidade

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Pesquisas apontam que tanto mulheres quanto homens estão sujeitos a quedas nos níveis de fertilidade, mesmo que o consumo seja moderado

Não é novidade que o consumo de álcool está diretamente associado a diversas doenças graves como infarto, hepatite e cirrose. No entanto, pesquisas revelam que a ingestão de bebidas alcoólicas também pode causar problemas de fertilidade, tanto em homens quanto em mulheres.

Estudo publicado na revista British Medical Journal revelou que o consumo de álcool, mesmo se ingerido com moderação, reduz a taxa de fertilidade. Durante seis meses, pesquisadores avaliaram 430 casais dinamarqueses com idade entre 20 e 35 anos que desejavam engravidar pela primeira vez. Após o ajuste matemático para outras variáveis (cigarro, peso, concentração de esperma no parceiro, doenças nos órgãos reprodutores femininos), verificou-se que mulheres com ingestão semanal de 1 a 5 drinques tiveram uma chance de engravidar 39% menor e mulheres com ingestões acima de 10 drinques por semana tiveram uma chance de engravidar 66% menor.

Outro estudo dinamarquês, elaborado pela University Southern Denmark, mostrou que o álcool também influencia na qualidade e quantidade do sêmen. A pesquisa analisou amostras de mais de 1.200 homens entre 18 e 28 anos. Os que consumiram 40 latas de cerveja durante a semana que antecedeu os testes – em comparação aos que beberam entre uma e cinco latas – tiveram a contagem de esperma reduzida em 33% e uma queda de 51% na qualidade do material.

Segundo o ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, Renato de Oliveira, nos homens, o consumo recente de álcool reduz os níveis da globulina transportadora de esteroides sexuais e aumento os níveis de testosterona. Porém, a ação sobre a formação dos espermatozoides (espermatogênese) poderia ser resultado da ação direta do álcool ou relacionar-se com o estilo de vida e comportamento em relação à saúde de pessoas que estão acostumadas ao alcoolismo. Além disso, o álcool também pode afetar o desejo sexual e alterar a qualidade da relação”, explica. Já nas mulheres, o especialista ressalta que o álcool pode afetar a produção hormonal feminina, as características sexuais, suspender a ovulação ou a qualidade dos oócitos (gametas femininos). “Além disso, é importante citar que as taxas de fertilidade das mulheres que abusam do álcool também ficam comprometidas. Mulheres jovens alcoólatras podem ter chances de gravidez equiparadas as chances de uma mulher com mais idade e, no caso de gravidez, há riscos para o filho como a síndrome do alcoolismo fetal”, explica o especialista.


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