Como o calor forte ameaça a saúde

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Já há algum tempo, cientistas do mundo todo têm chamado a atenção para o impacto das mudanças climáticas no meio ambiente. Em novembro, um relatório publicado pela revista científica britânica The Lancet fez um alerta para as graves conseqüências das ondas de calor também para a saúde humana.

O dossiê, chamado The Lancet Countdown: Tracking Progress on Health and Climate Change (Contagem regressiva: Saúde e Mudanças Climáticas, Acompanhando a Evolução), é publicado anualmente desde 2016.

A publicação cita problemas gerados pelo aumento das temperaturas como o estresse por calor, insuficiência cardíaca e lesão renal aguda por desidratação. Afirma ainda que, no ano passado, cerca de 157 milhões de pessoas em todo o mundo estiveram em situação de vulnerabilidade por conta das ondas de calor, um aumento de 18 milhões de indivíduos em relação a 2016.

Confira abaixo os principais males para a saúde decorrentes das altas temperaturas.

Estresse por calor

São vários os males provocados ou agravados pelo clima quente. Muitos deles, inclusive, são citados no documento da Lancet, como o estresse por calor (ou estresse térmico).

Quando exposto a temperaturas elevadas, o corpo humano sente dificuldade para se adaptar, e aí precisa promover algumas alterações para se defender. O calor produzido dentro do corpo é transferido para a superfície da pele através do sistema circulatório e do contato interno dos tecidos. Ocorre, por exemplo, a dilatação dos vasos para aumentar o fluxo de sangue e a eliminação de suor para equilibrar a temperatura. O corpo também pode perder água e sais minerais e desidratar. Há também casos de insolação com pessoas expostas ao sol. O importante para evitar o estresse por calor e seus agravantes é se manter bem hidratado, com a ingestão de água e isotônicos; evitar a exposição solar entre 10h e 16h, evitar excesso de álcool e os exercícios extremos; usar roupas leves e soltas e passar o máximo de tempo possível em ambientes frescos.

Mosquitos transmissores de doenças

Outra grande preocupação no verão são as enfermidades como dengue, chikungunya, zika e febre amarela, transmitidas por mosquitos vetores.

Só para se ter uma idéia, de acordo com um dado publicado no The Lancet Countdown, a capacidade de transmissão do vírus da dengue global em 2016, levando em conta que ela é influenciada por umidade, chuva e temperatura, foi a mais alta já registrada: subiu 9,1% para o Aedes aegypti e 11,1% para o Aedes albopictus (tipo silvestre) em relação ao ano anterior.

Problemas vasculares e de pele

“Como o calor provoca vasodilatação, há sobrecarga da circulação, principalmente nas pessoas que já possuem histórico de varizes, trombose e insuficiência venosa. Isso pode causar edemas (inchaços) nas pernas, devido ao acúmulo de líquido fora dos vasos, bem como dores, sensação de peso, ardência e coceiras”, relata o médico.

As altas temperaturas ainda aumentam o risco de alergias e erisipela, infecção na derme e no tecido subcutâneo, ocasionada pela proliferação de bactérias e que pode provocar alterações dos vasos linfáticos (vasos auxiliares na drenagem dos membros inferiores).

Mais uma preocupação que vem com os dias quentes é o câncer de pele, doença que, pelos dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, representa um terço de todos os diagnósticos de câncer no Brasil.

Fonte: Portal G1


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