Correção do pé torto no bebê deve iniciar nos primeiros dias de vida

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De acordo com o ortopedista Luiz Alberto Nakao Iha, formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e médico da Clínica Healthme, o pé torto congênito é uma deformidade que se forma durante o crescimento do bebê no útero da mãe. “Os pés dos bebês são gerados após a quarta semana de gravidez. À medida que se desenvolvem vão se posicionando até um pouco antes do nascimento, mas em alguns bebês, isso não acontece de maneira normal, o que chamamos de pé torto congênito”, explica.

Apesar do nome, os pais não devem se sentir culpados pelo problema que a criança apresenta ao nascer. Não se sabe exatamente porque a condição ocorre, mesmo existindo varias teorias, por isso, se convencionou chamar de pé torto congênito, ou seja, de nascimento. Os casos variam desde leves até graves. “Nos casos mais leves os pés do bebê ainda são flexíveis, favorecendo o tratamento. Já nos mais graves, os pés são de difícil posicionamento e requer um acompanhamento prolongado devido a alguma alteração dos ligamentos, dos tendões ou do osso”, afirma o ortopedista.

Atenção especial aos pés do bebê no segundo trimestre

A partir do segundo trimestre de gestação algumas alterações no posicionamento dos pés podem ser percebido nos exames de imagem que a mulher faz ao longo da gravidez. “Quando são vistos problemas no posicionamento dos pés, os pais ficam assustados e preocupados com as alterações visualizadas. Nesse momento, o médico deve tranqüilizar a família e esclarecer que é preciso esperar o bebê nascer para se avaliar a criança, saber se existe realmente um problema ou se é somente uma alteração postural e iniciar o tratamento caso seja necessário”, diz.

“A maioria dos casos é corrigido antes do terceiro mês de vida. O ideal é que o pé esteja totalmente corrigido antes que a criança dê os primeiros passos”, ressalta o médico.

A correção dos pezinhos tortos

O tratamento de ser precoce, logo nas primeiras semanas após o nascimento do bebê para evitar que o desenvolvimento da criança fique comprometido, podendo levar a problemas funcionais e em alguns casos até psicológicos. A primeira tentativa para a correção é a manipulação manual dos pés e trocas de gesso. “A maioria dos casos de pé torto congênito são resolvidos com o uso de imobilizações, que consistem em gessos seriados, deixados por uma semana a cada imobilização. Assim, aos poucos a deformidade vai sendo corrigida dependendo da intensidade da deformidade e de fatores associados”, acrescenta o ortopedista.

Durante esse período, a mãe precisa ficar muito atenta ao filho e, se ele manifestar algum sintoma de desconforto, levá-lo ao médico, para que a imobilização seja reavaliada e refeita se for necessário. Em alguns casos mesmo com o inicio precoce do acompanhamento a correção total pode não ser atingida nesses casos a cirurgia pode ser indicada. “Quando o gesso não resolve, podemos recorrer à cirurgia. O objetivo do procedimento é a melhora da aparência e da movimentação do pé e da perna, mas devemos ressaltar que dependendo da causa da deformidade e o momento em que foi iniciado o tratamento, alterações residuais podem existir. Com isso, pode haver redução da mobilidade das articulações dos pés e estes podem tornar-se dolorosos ao longo dos anos”, conclui.

Depois da correção das deformidades, indica-se o uso de orteses. O tratamento pode ser demorado e causar desconforto ao bebê, mas os pais devem saber que todo esse esforço vale a pena, devido aos enormes benefícios para a vida dessa criança, pois o objetivo primordial é que a criança possa ter uma vida normal, podendo correr, pular e brincar.

Fonte -Ortopedista Luiz Alberto Nakao Iha (CRM-SP 111559), formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e médico da Clínica Healthme


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