Mais da metade das crianças com menos de 4 anos não consultaram um dentista em 2018

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Os dados são do NHS Digital, o Centro de Informações de Saúde e Assistência Social da Inglaterra. Segundo os especialistas, a falta de acompanhamento dentário pode resultar em problemas por toda a vida

Fazer os pequenos escovarem os dentes é quase que uma luta diária para os pais. Seja pela dificuldade da tarefa ou pelo fato de os dentes ainda estarem nascendo, muitos acabam relaxando e não sendo tão rígidos com os hábitos dentários. No entanto, é importante não só manter uma rotina de cuidados em casa como fazer consultas periódicas ao dentista.

Depois de analisar os dados do NHS Digital – que é o Centro de Informações de Saúde e Assistência Social, a Faculdade de Cirurgia Dentária, Royal College of Surgeons, da Inglaterra, chegou a conclusão de que 57,5% das crianças com menos de 4 anos não compareceram a uma consulta com o dentista em 2018. Na faixa etária de 5 a 9, esse índice cai para 41,4% e de 5 a 9, 32,7%.

Qual é a orientação?

Na Inglaterra, os pais são aconselhados a levar seus filhos a uma consulta odontológica assim que os primeiros dentes aparecerem. Depois disso, eles devem agendar outro check-up com 1 ano de idade, e depois os acompanhamentos acontecem a cada 12 meses. Caso contrário, os riscos associados não só poderiam ser um obstáculo para os dentes de leite, como também teriam conseqüências a longo prazo, de acordo com os especialistas.

“É decepcionante que quase 5 entre 10 crianças de 1 a 4 anos não tenham consultado um dentista no ano passado. As crianças que apresentam cárie dentária na primeira infância são muito mais propensas a desenvolver problemas subseqüentes, incluindo um risco maior de deterioração adicional tanto nos dentes de leite quanto nos permanentes”, explica o professor Michael Escudier, reitor da Faculdade de Cirurgia Dentária do Royal College of Surgeons. Segundo ele, isso ocorre, em parte, porque os grandes danos aos dentes de leite podem causar abscessos que prejudicam os dentes permanentes, que se desenvolvem no interior das gengivas.

“É importante que as primeiras interações da criança com o dentista sejam para check-ups simples, em vez de um tratamento mais sério. Fazer um filho habituar-se a abrir a boca para um dentista é uma prática útil para o futuro. Se ele só visita o dentista pela primeira vez depois de ter um problema, a experiência pode causar medo e levar a um mau atendimento odontológico durante toda a vida”, completa o especialista.

“Infelizmente, o número de crianças que visitam um dentista é o mesmo das estatísticas de adultos. De um modo geral, isso significa que, se um dos pais não vai ao dentista, o filho também não”, finaliza Nigel Carter OBE, diretor executivo da Oral Health Foundation.

Brasil: cuidados desde a barriga

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou, recentemente, o Guia de Saúde Bucal Materno-Infantil, com orientações para prevenção dos principais problemas que comprometem a dentição de gestantes e crianças.

De acordo com o guia, o ideal é que os cuidados com a saúde dental da criança comece com o nascimento do primeiro dente – o que normalmente ocorre a partir do sexto mês – e, a partir daí, as visitas ao dentista devem ser realizadas a cada seis meses. Antes disso, a limpeza da gengiva deve ser feita com gaze e água. E, assim que nascer o primeiro dentinho é hora de começar com a escova.

Fonte: Revista Crescer


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