Vou ter um irmão. E agora?

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A chegada de um segundo filho muda toda a dinâmica da família – e principalmente para o mais velho. Confira como passar por esse período – sem estresse

No meio de tantas perdas e ganhos, decorrentes do desenvolvimento do seu filho, pode ser que você tenha outro bebê. Um “tratamento de choque” rumo à maturidade para o mais velho, digamos assim. Porque, de um dia para o outro, ele perde a exclusividade. O resultado é um misto de ciúme com regressão (ele pode pedir para mamar ou voltar a  fazer xixi na cama, por exemplo) e, às vezes, um pouco de orgulho por ter se tornado o irmão mais velho.

Para tornar o processo (um pouco) menos dolorido, o jornalista Leandro Nigre, 36, pai de João Guilherme, 7, e João Rafael, 2, envolveu o filho mais velho, desde a gravidez, tanto na escolha do enxoval quanto na decoração do quarto que ambos dividem hoje. “Na volta da maternidade, compramos presentes para eles trocarem entre si como um sinal de carinho, e também pedimos às visitas que dedicassem uma atenção especial ao João Guilherme”, conta o pai. Sempre que possível, Leandro dava um jeito de ficar com o bebê para a mãe passear com o primogênito, sozinhos. Os cuidados surtiram o efeito desejado pelos pais: além do nome, os irmãos compartilham a amizade.

A chegada de um irmão pode coincidir, ainda, com a retirada das fraldas, o que se dá entre o segundo e o terceiro ano, normalmente. Mas algumas podem deixá-las um pouco depois, e não há nada de errado nisso. “Quando ela avisa que quer fazer ou já fez xixi ou cocô na fralda, é sinal de que está pronta para começar o desfralde”, afirma o pediatra Nisenbaum.

Por falar em sinais, em teoria, quando o bebê começa a escalar e a pular as grades do berço, é um indicativo de que chegou a hora de mudá-lo para uma cama – de preferência infantil e com proteção lateral. Geralmente, ele já é capaz de sair dali por volta dos 12 meses. No entanto, um estudo publicado na revista científica Sleep Medicine, no ano passado, recomenda a transição somente aos 3 anos. Isso porque, ao analisar dados de quase 2 mil famílias com bebês entre 18 meses e 3 anos,  descobriu-se que aqueles que continuam em berços dormem por mais tempo, pegam no sono antes e vão para a cama mais cedo. Para a pediatra Normeide, da SBP, não existe uma idade ideal para a transição. Isso vai depender da agilidade (e curiosidade) do seu filho. Muitas vezes, ele tem de dar o espaço para o irmão que está para chegar. E, caso ele deixe a cama nova no meio da noite e vá para o quarto dos pais, o que é comum nessa fase, ela recomenda que o pequeno seja levado de volta e que o adulto o aguarde pegar no sono. “Converse com paciência, para que ele compreenda que não se trata de uma ‘expulsão’ e, sim, uma conquista”, conclui.

Como em todas as transições, é preciso entender que cada criança tem o seu ritmo. Vamos valorizar cada momento e conquista: não há por que acelerar a infância. Os ganhos são para todos, acredite.

Fonte: Revista Crescer


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