Coronavírus: como abordar o assunto com as crianças, sem causar pânico

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“O que é coronavírus?”, “Por que as pessoas estão usando máscaras?”, “Posso ficar doente?”. Com a propagação do coronavírus (COVID19), muitos pais já devem ter sido confrontados com essas perguntas pelos seus filhos. Para não causar pânico nos pequenos, é preciso manter a calma e entrar no assunto com muito cuidado. 

A especialista, neuropsicóloga e mestre em psicologia do desenvolvimento pela USP, Deborah Moss, deu seis dicas para os pais falarem sobre o coronavírus sem assustar os pequenos:

1. ESPERE A CRIANÇA PERGUNTAR – O coronavírus se tornou um dos principais personagens dos noticiários. E por ser o assunto do momento, alguns pais acabam se precipitando e falando sobre o tema em excesso. Para a especialista, o recomendado é só comentar sobre a epidemia, quando as crianças perguntarem. 

Se os pequenos vierem com essa demanda, é importante que os pais tentem entender o que eles já sabem sobre o coronavírus e especificamente o que querem saber. Assim, o primeiro passo é ouvi-los para não antecipar respostas desnecessárias. “Às vezes, você acaba comentando que algumas pessoas morreram, mas a criança nem sabia que o vírus poderia matar, só estava preocupada sobre ter ou não que ir para a escola”, explica Deborah. 

2. TRAGA O ASSUNTO PARA A REALIDADE DA CRIANÇA – As pessoas infectadas com coronavírus possuem sintomas semelhantes ao de uma gripe ou um resfriado, como tosse e febre. Por isso, uma estratégia interessante e falar sobre o COVID19 o comparando com a uma gripe, que é uma doença que as crianças já conhecem e, muitas vezes, já tiveram. “Os pais também precisam passar tranquilidade e principalmente mostrar que existem muitas pessoas trabalhando para criar a vacina para proteger as pessoas”, diz. 

3. USE UMA LINGUAGEM FÁCIL – Tratar de um assunto como o coronavírus com as crianças mais novas nem sempre é fácil. Utilizar uma linguagem lúdica pode ser uma saída para os pais entrarem nesse assunto mais espinhoso, se forem questionados. “Uma ideia interessante é utilizar o desenho como forma de comunicação”, explica a pesquisadora. Os pais, assim, podem desenhar uma bolinha representando a doença e alguns soldadinhos para explicar o papel dos remédios e vacinas na luta contra essa espécie de “vilão”, que é o COVID19. 

4. SEJA HONESTO – “Não crie um mundo de faz de conta”. Esse é um dos principais conselhos de Deborah. “Para tranquilizar os filhos, às vezes, os pais dizem: ‘Eu vou te dar um beijinho e você não vai pegar o vírus’, isso não é indicado”, diz a especialista. Segundo ela, é importante tratar das informações com honestidade, mesmo que se tenha que recorrer a uma linguagem mais lúdica. 

Tentar evitar o assunto também não é a melhor solução. Deborah explica que os pais são a fortaleza das crianças e elas buscam neles uma forma segura de obter suas informações. Por isso, é importante não ignorar suas perguntas, pois os pequenos podem recorrer a meios não confiáveis para obter suas respostas. Caso os filhos tenham acesso as famosas fake news, os pais devem questioná-los sobre a fonte das informações e se necessário pesquisar junto com eles, se a notícia é verdadeira ou falsa.  

5. CUIDADO COM OS NOTICIÁRIOS – Ver o coronavírus na mídia se tornou frequente no cotidiano das pessoas. Todos os dias, esse assunto é abordado, principalmente nos noticiários televisivos. De acordo com a neuropsicóloga, como é muita informação para ser absorvida, o recomendado é evitar que as crianças assistam a esses programas. “O ideal é que elas cheguem com dúvidas que ouviram dos seus amigos em uma linguagem que elas entendam e não algo que ela escutou no rádio”, afirma. 

6. LAVAR A MÃO SEMPRE – E NÃO SÓ POR CAUSA DO CORONAVÍRUS – O coronavírus colocou em pauta um assunto importante que a higienização correta das mãos. Essa atitude, que às vezes é deixada de lado, não previne só a infecção pelo COVID19, mas também outras viroses.

Por isso, para a especialista, é importante aproveitar esse momento que as pessoas estão mais preocupadas com a saúde, devido à epidemia e tratar da prevenção de forma geral. “É possível também aproveitar o gancho e falar sobre outros temas como alimentação e vacina, ressaltando que eles são importantes para fortalecer seu sistema imunológico”, afirma. 

Fonte: Revista Crescer


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