Abdominoplastia: gravidez pode provocar diástase abdominal
Em pelo menos 30% das grávidas ocorrem deformações, aparentemente irreparáveis, como é o caso da diástase abdominal, uma separação dos músculos mais superficiais no abdômen, os retos abdominais. Quando o útero empurra a barriga para frente na gestação, o movimento afasta os músculos, entre eles há um tecido branco chamado fáscia e esse tecido não é elástico, ou seja, ele fica esgarçado após esse movimento e, por isso, a barriga no pós-parto não volta ao normal.
“O estiramento da musculatura abdominal é indispensável para permitir o crescimento uterino, mas às vezes ocorre uma separação muito grande dos feixes dos músculos retos abdominais, ocasionando a formação da diástase dos músculos retos abdominais. Ela não provoca desconforto nem dor e pode ser resolvido com um tratamento cirúrgico”, explica o cirurgião plástico, Dr. Luiz Eduardo Mendonça Pereira.
A abdominoplastia é a cirurgia plástica mais indicada para reverter a diástase abdominal. O procedimento remove o excesso de gordura e de pele e restaura os músculos enfraquecidos ou separados, criando um perfil abdominal mais suave e tonificado.
Sob raquianestesia, peridural ou anestesia geral, é feita uma incisão horizontal orientada na área entre a linha do púbis e umbigo, através da qual os músculos abdominais enfraquecidos são reparados e suturados, enquanto o excesso de gordura, de tecidos e de pele são removidos. Uma segunda incisão, em torno do umbigo, pode ser necessária para remover o excesso de pele na parte superior do abdômen. Para um melhor resultado, pode ser feita simultaneamente à cirurgia da dermolipectomia abdominal, a plástica de abdômen.
O cirurgião Luiz Pereira explica que a cirurgia é rápida, dura até três horas, e o período de internação é de um dia “A abdominoplastia pode contribuir para uma recuperação mais rápida e eficaz destas alterações mecânicas que incomodam a mulher física e emocionalmente depois do parto. Mas, embora os resultados sejam tecnicamente permanentes, o resultado positivo pode diminuir muito se houver oscilações significativas no peso. Por esta razão, quem está planejando perder peso ou mulheres que ainda pretendem ter outras gestações são aconselhadas a deixar a cirurgia para mais tarde”, alerta Pereira.
Recomendações pré-operatórias:
- Obedecer às instruções dadas para a internação
- Comunicar qualquer anormalidade que eventualmente ocorra, quanto ao seu estado geral
- Estar “em jejum absoluto” de no mínimo 8 horas e não trazer objetos de valor para o hospital
- Ir acompanhada para a internação
- Evitar uso de brincos anéis, alianças, piercings, esmaltes coloridos nas unhas, etc
- Evitar uso de medicações que contenham ácido acetil salicílico ou salicilatos em sua fórmula. Evitar uso de Ginko Biloba, Arnica e Vitamina E. Todos devem ser suspensos 10 dias antes da cirurgia ou a critério médico. Comunique a equipe médica em caso de necessidade de medicação diferente da habitual
- Suspender uso de medicação inibidora de apetite (anorexígenos) 15 dias antes da cirurgia
- Não fumar
Recomendações pós-operatórias:
- Evitar esforços por 14 dias
- Levantar-se tantas vezes quanto lhe for recomendado por ocasião da alta hospitalar, obedecendo aos períodos de permanência sentada, assim como evitar escadas longas
- Não se exponha ao sol ou friagem, por um período mínimo de duas semanas
- Andar curvada, com ligeira flexão do tronco, e manter passos curtos, por um período de 10 a 15 dias
- Obedecer à prescrição médica
- Voltar ao consultório para os curativos subseqüentes, nos dias e horários estipulados
- Não molhar curativos. Mantê-los limpos e secos
- Dormir de “barriga para cima” por duas a três semanas
- Vestir modelador adequado e confortável
- Em caso de dúvida entre em contato com seu médico
Fonte: Dr. Luiz Eduardo Mendonça Pereira (CRM- 114141), médico cirurgião plástico